sábado, 26 de dezembro de 2015

Ritual de Purificação para o Ano Novo.

Participe do Ritual de Purificação para o Ano Novo com Banhos de Ervas, Defumações e Bençãos.

No período de 24 a 31 de Dezembro de 2015, no Terreiro Mansu Nangetu acontecerá o Ritual de Purificação para o Ano Novo com Banhos de Ervas, Defumações, com direito a Bençãos dos Orixás.
Ligue e agenda uma visita com Mam´etu Nangetu (91) 3226-7599 ou (91) 98806-7351.




sábado, 12 de dezembro de 2015

Diálogo com Silvia Rodrigues Conselheira de Arquitetura e Urbanismo no C...


Num determinado momento um concorrente falou: "neste colegiado só entram arquitetos! Mas aí tiveram outros que acolheram e defenderam a necessidade de termos o movimento social presente na discussão da cultura do habitar". Silvia Rodrigues, Colegiado de Arquitetura e Urbanismo do CNPC/ MINC.



Conversa com Silvia Rodrigues
Colegiado de Arquitetura e  Urbanismo

Avaliação da participação de
delegados negros na eleição do Conselho
Nacional de Política Cultural do
Ministério da Cultura


Promoção:
FESCAB - Fórum Estadual Setorial
de Culturas Afro-brasileiras

Parcerias
Instituto Nangetu
AFAIA
ACIYOMI
Movimento MOCAMBO
IBANCA
REATA - Rede Amazônica de
Tradições de Matriz Africana
CEDENPA
QUILOMBO DA REPÚBLICA

webTV Azuelar
Projeto Azuelar
Ponto de Mídia Livre
Instituto Nangetu

Belém
dezembro
2015

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Roda de avaliação Colegiado afro brasileiro CNPC MINC

Mametu Muagilê, Ekedy Janete e Babá Omioryan, que foram delegados natos para o Fórum Nacional Setorial de Culturas Afro-brasileiras, particviparam de uma roda de avaliação do processo eleitoral para composição dos colegiados setoriais do Conselho Nacional de Política Cultural para o biênio 2015 -17.
Criticaram a organização do evento, principalmente nas questões de transporte, hospedagem e acessibilidade de idosos e pessoas com deficiência
Quanto ao debate político, falaram de ânimos exaltados e desrespeito a atuação dos membros do primeiro mandato de representação social no colegiado de culturas afro-brasileiras, de racismo institucional e divulgação de falsas informações por parte da gestão do Ministério da Cultura.
Por fim, ainda há a participação especial de Táta Kinamboji (Arthur Leandro), que foi o representante das culturas negras brasileiras no pleno do CNPC de dezembro de 2012 a dezembro de 2015, criticando a gestão do MinC. Para ele os membros da atual gestão do ministério da cultura usaram de violência de estado, inclusive violência midiática, para escamotear a incompetência da gestão pública e imputar aos representantes da sociedade nas instâncias de diálogo e controle social, a responsabilidade da ausência de diretriz de políticas culturais públicas para as culturas afro-brasileiras.
Lembramos, mais uma vez, ao ministério da cultura, que isso é racismo institucional.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Roda de conversa com Mametu Nangetu - avaliação da eleição pro CNPC MINC

Para Mametu Nangetu a participação de todos os povos tradicionais que se candidatassem, deveria ser diferenciada. Citou o processo eleitoral do colegiado de culturas indígenas e perguntou ao Ministério por que os outros povos tradicionais não tiveram o mesmo tratamento que os indígenas.
O povo tradicioal de matriz africana tem dificuldade de acesso a computador e à internet e a exclusão dgital afastou o povo negro dessa eleição. Foi um processo em que ela se sentiu agredida: agredida pelo processo, agredida pela falta de conforto e acessibilidade na hospedagem, e agredida por perceber a fraude no processo de cotas.
Mametu reclama da ocupação do colegiado do patrimônio imaterial por pesquisadores acadêmicos, e fala da necessidade do protagonismo dos mestres de conhecimentos tradicionais.

 

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Roda de avaliação com Isabela do Lago - eleição no CNPC MINC

Para Isabela, as cotas foram um 'gargalo' para a cultura do 'macho branco', e o MinC vai ter de responder copolíticas culturais de combate ao racismo.

 

Conversa com Isabela do Lago

Avaliação da participação de 
delegados negros 
na eleição do Conselho Nacional 
de Política Cultural do 
Ministério da Cultura


Promoção:
FESCAB - Fórum Estadual Setorial 
de Culturas Afro-brasileiras

Parcerias
Instituto Nangetu
AFAIA
ACIYOMI
Movimento MOCAMBO
IBANCA
REATA - Rede Amazônica de 
Tradições de Matriz Africana
CEDENPA
QUILOMBO DA REPÚBLICA

webTV Azuelar
Projeto Azuelar 
Ponto de Mídia Livre
Instituto Nangetu

Belém
dezembro
2015

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Roda de Conversa com Pai Delmiro Freitas - avaliação eleição CNPC MINC

Pai Delmiro Freitas de Iyemanjá foi delegado para o Fórum Nacional de Dança do Conselho Nacional de Política Cultural pelo estado de Roraima. Nesta conversa, que foi gravada no aeroporto de Brasília, ele avalia a participação dos delegados negros e representantes de culturas de matriz africana na eleição para a representação social no conselho nacional. Pai Delmiro denuncia o 'bloqueio' que a elite branca promove à participação da representação das culturas negras no Ministério da Cultura;

 





terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Conversa com Rusevelt Santos - avaliação eleição do CNPC





Conversa com Rusevelt Santos

Avaliação da participação de
delegados negros
na eleição do Conselho Nacional
de Política Cultural do
Ministério da Cultura


Promoção:
FESCAB - Fórum Estadual Setorial
de Culturas Afro-brasileiras

Parcerias
Instituto Nangetu
AFAIA
ACIYOMI
Movimento MOCAMBO
IBANCA
REATA - Rede Amazônica de
Tradições de Matriz Africana
CEDENPA
QUILOMBO  DA REPÚBLICA

webTV Azuelar
Projeto Azuelar
Ponto de Mídia Livre
Instituto Nangetu

Belém
30 de novembro
2015

domingo, 29 de novembro de 2015

Roda de conversa avaliação delegados negros na eleição CNPC MINC

FESCAB - Fórum Estadual setorial de Culturas Afro-brasileiras, promoveu roda de avaliação com conselheiros negros nos colegiados do CNPC/ MINC.

Por uma falha técnica, registramos em vídeo pouco menos de meia hora de conversa, mas muito mais foi dito e oasso a registrar, em texto, parte daquilo que não se registrou em vídeo.
A primeira roda de avaliação sobre a política de cotas e a participação negra na política cultural, reuniu Rodrigo Ethnos e Domingos Conceição, conselheiros para o mandato de 2015/17 nos Colegiados de Circo e de Livro Leitura e Literatura, respectivamente,
A conversa teve relatos de manifestações racistas por parte de delegados não negros, frases como "o MinC precisa para com esse debte de culturas afro-brasileiras e indigenas e voltar a discutir arte de verdade" (no circo), e também  denuncia da participação de outros que se candidataram pelas cotas e que não demonstravam nenhum compromisso com as lutas e causas dos descendentes de africanos na diáspora brasileira. Esses diziam que não queriam saber de debater relação da política cultural com a Lei 10,639/03, e que se interessavam mais era pelo fomento de sua produção artística, do que pela literatura afro-brasileira (livro, leitura e literatura).
Tanto Domingos, quanto Rodrigo, demonstraram preocupação  com o fato dos produtores de arte e cultura se demonstrarem alheios ao debate público que  se instalou no Brasil a partir da adoção de políticas afirmativas  na primeira década do século XXI, e criticaram a fraude ns cotas e a troca do debate de idéias pelos conchavos de votação por parte desses delegados. A imagem que ficou é de que, para  a maioria dos delegados, interessava mais fazer articulação para serem titular do colegiado, do que debater estratégias de construção de diretrizes para a política cultural que respeite a diversidade étnica e racial brasileira.
Táta Kinamboji, que mediava a conversa, acrescentou relatos de indiferença de conselheiros de linguagens artísticas e áreas técnicas que exerceram mandato de 2012/15, quando as demandas da matriz cultural africana eram colocadas em debate no Conselho Nacional de Política Cultural, e ainda falou das táticas de negação de direitos que os gestores promoviam, e terminou por alertar que o racismo institucional é um problema cotidiano que impede que a política pública da cultura cumpra com o que estiiiiiiía estabelecdo em leis como o Estatuto da Igualdade racil, ou em decretos como o que institui o Plano de Desenvolvimento sustentável de povos e Comunidades tradicionais.

 Apesar do assunto denso, a roda de conversa aconteceu como um divertida manhã de domingo na praça, e sem platéia fixa, mas que, de tão interessante, chamou a atenção e a participação de grupos de estudantes e da população que se divertia no entro de Belém.
Como disse o Jean Ribeiro, foi um 'domingo no parque'.

O Fórum Estadual Setorial de Culturas Afro-brasileiras tem a intensão de continuar esses debates em praça pública e outros espaços, e em breve teremos outras rodas de avaliação desse processo de eleição.

Confira abaixo o registro em vídeo da webTV Azuelar.



quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Mulheres e agricultura na reforma urbana. Roda de conversa sobre Agricultura Urbana e Direito à Cidade: Cultivando Saúde e Comida de Verdade.

  Venha participar e partilhar do debate sobre a agricultura urbana com o Prof. Alexandre José F. Vieira, da UFF.

A agricultura urbana é uma pratica social que confronta o atual modelo de desenvolvimento das cidades. Ao propor mudanças estruturais no uso dos espaços urbanos para a produção de alimentos e plantas medicinais e a criação de animais, resgata a cultura rural, promovendo maior conexão campo-cidade.

Esperamos por você!! !!






Agricultura Urbana e Direito à Cidade: Cultivando Saúde e Comida de Verdade




Carta Política do Encontro Nacional de Agricultura Urbana - ENAU
21 a 24 de outubro - Rio de Janeiro, RJ

“Agroecologia e Direito à Cidade: Cultivando Saúde e Comida de Verdade” foi o tema do I Encontro Nacional de Agricultura Urbana, realizado na UERJ no Rio de Janeiro, entre os dias 21 e 24 de outubro de 2015. O Encontro reuniu mais de 250 pessoas de 20 estados do Brasil, das suas cinco regiões, sendo mais de 50% mulheres, com grande participação de jovens e agricultoras/es. Estiveram presentes representantes de movimentos populares urbanos e rurais, movimentos em defesa da cultura alimentar, agricultoras/es familiares, camponesas/es, chacareiras/os, povos de terreiro e de matriz africana, indígenas e outros povos e comunidades tradicionais, ativistas urbanas/os, estudantes, pesquisadoras/es, professoras/es, gestoras/es públicas/os e parlamentares. 

A diversidade de experiências de agricultura urbana vista no ENAU demonstra um conjunto de iniciativas que estão reunidas e articuladas em redes, coletivos locais, fóruns estaduais e regionais e se identificam com os princípios do Coletivo Nacional de Agricultura Urbana que, junto com a Articulação Nacional de Agroecologia e o Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, organizaram este encontro.

Essa diversidade pôde ser vista nas instalações pedagógicas, apresentadas no primeiro dia do Encontro: as práticas autogestionárias de tratamento dos resíduos sólidos orgânicos de Santa Catarina; a reivindicação pelo acesso e uso de espaços públicos para a agricultura urbana em Brasília; o conhecimento tradicional e a cultura alimentar e de plantas sagradas em cidades da Amazônia; as conexões entre o urbano e o rural nas experiências de agricultura urbana do Nordeste; as ações articuladas com movimentos da reforma urbana na Região Metropolitana de Belo Horizonte; a importância da agricultura familiar para garantir a manutenção e ampliação de áreas florestais e arborizadas, ao mesmo tempo que os conflitos como as Unidades de Conservação no Rio de Janeiro e outras cidades; o patrimônio genético, a cultura alimentar e a agrobiodiversidade mantida e resguardada nas práticas de agricultura urbana no país. 

A construção do Coletivo Nacional de Agricultura Urbana se articula aos fóruns e redes de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional e de Agroecologia. Foi através dos diálogos com estes movimentos que a agricultura urbana foi fortalecendo sua identidade como prática que gera alimentos saudáveis, isentos de agrotóxicos, livres de transgênicos; que valoriza culturas locais, que pensa o aproveitamento dos recursos e o reaproveitamento dos resíduos e que abastece mercados locais e de proximidade como escolas e feiras e equipamentos de distribuição de alimentos para pessoas em situação de insegurança alimentar. A agricultura urbana é um campo de convergências entre diversos movimentos e lutas por uma cidade justa, sustentável e construída cotidianamente pelas pessoas, buscando mitigar as dicotomias entre o rural e urbano e garantir a apropriação da cidade pela população. O movimento pela agricultura urbana demarca centralidade da luta pela terra e pelas reformas urbana e agrária.

Nessa trajetória de relações no âmbito da segurança alimentar e nutricional e da agroecologia, ficou evidente a importância, ainda que invisível para grande parte da sociedade, do papel das mulheres e das/os jovens como protagonistas de grande parte das experiências presentes neste Encontro. São as mulheres que, devido à lógica patriarcal de divisão sexual do trabalho, se tornam responsáveis pelo cuidado de pessoas de sua família, pela garantia dos alimentos, da saúde, da agua dentre outros. A prática da agricultura urbana é marcada pela afirmação de saberes históricos das mulheres. Na luta por uma cidade de direitos e pela soberania na produção de alimentos e na promoção da saúde integral, as mulheres reivindicam a socialização do trabalho do cuidado e da reprodução da vida com toda a sociedade e com o Estado e constróem sua autonomia e o fortalecimento em grupos e coletivos. 

Nesse caminhar histórico do movimento da agricultura urbana, foi ampliada a necessidade de afirmar e defender as práticas que envolvem as diferentes dimensões da produção, distribuição, comercialização e consumo de alimentos nos espaços das cidades e das regiões metropolitanas.
Quando olhamos como se dão as diversas experiências que se encontraram no ENAU, nos territórios onde elas florescem e se desenvolvem, evidencia-se uma série de ameaças e conflitos vivenciados cotidianamente nas cidades. 

Essas ameaças e conflitos têm suas raízes, principalmente, no projeto de mercantilização dos espaços urbanos que se dá em detrimento dos modos de vida locais e das formas de uso e ocupação protagonizados pelas/os protagonistas de lutas e mobilizações que convergem com a agricultura urbana. Nesse sentido, repudiamos o processo de mercantilização da natureza e das relações sociais nas cidades, que impacta diretamente a qualidade de vida, a relação com o território e o acesso ao alimento de qualidade. Não aceitamos o pacote tecnológico oferecido pelo agronegócio, totalmente inadequado para o ambiente urbano. Combatemos a especulação imobiliária e a política de remoções que promovem a exclusão social, e que dificultam e impedem o acesso aos recursos naturais pelas populações nas cidades. 

No espírito de convergências que marcou este encontro e que caracteriza as experiências de agricultura urbana, reivindicamos que os princípios da função social da propriedade e do direito humano à alimentação adequada, que constam da Constituição Brasileira, sejam cumpridos.  

Nossas experiências apresentam um conjunto de propostas para dialogar sobre os modelos de cidade e os modelos de agricultura e alimentação que queremos para a construção de uma sociedade mais justa e atenta às transformações que estão acontecendo em nossos territórios.

Propõe-se:

        Reconhecimento das/os sujeitos da agricultura urbana, com ênfase no protagonismo das mulheres e dos jovens, em especial de mulheres negras, indígenas e provenientes de comunidades tradicionais, na conservação, proteção e promoção das culturas alimentares fortemente enraizadas nos territórios.
        Reconhecimento do alimento e do ato de cozinhar como patrimônios da humanidade em suas diversas dimensões culturais, sociais, ambientais e espirituais.
        Reconhecimento da trajetória já realizada pelo Coletivo Nacional de Agricultura Urbana na discussão e proposição de uma Política Nacional de Agricultura Urbana que seja intersetorial e que abarque a totalidade das experiências nos territórios.
        Reconhecimento dos saberes tradicionais sobre o uso e manejo da agrobiodiversidade e da cultura alimentar tradicional / local como salvaguardas para a sociobiodiversidade e proteção do património genético.
        Fortalecimento de pautas já apontadas em cartas de outros encontros e de lutas de movimentos afins, como a permanência do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) sem cortes e em todas suas modalidades, a revisão e adequação das normas sanitárias para a agricultura familiar, a rotulagem de produtos transgênicos, entre outras, apresentadas pelos fóruns de agroecologia e SAN.
        Garantia do acesso à terra para as iniciativas de agricultura urbana, promovendo segurança jurídica e regulamentação fundiária, impedindo a especulação imobiliária em áreas produtoras de alimentos.
        Garantia de assistência técnica agroecológica e multidisciplinar que respeite os saberes das/os agricultoras/es em suas práticas locais.
        Fomento e facilitação de acesso às sementes crioulas para agricultoras/es urbanas/os.
        Garantia do uso contínuo dos espaços públicos urbanos para plantio de ervas medicinais e sagradas de povos indígenas e comunidades tradicionais, especialmente aqueles que dependem de seus cultivos para realização de ritos e relações de ancestralidade e pertencimento, como os povos de matriz africana e povos indígenas.
        Garantia da execução do Decreto 6040 (Política Nacional de Sustentabilidade de Povos e Comunidades Tradicionais) e do 169 OIT. 
        Revisão da publicação “Alimentos Regionais Brasileiros” que traz informações equivocadas sobre os hábitos alimentares nortistas. 
        Viabilização da emissão da Declaração de Aptidão ao PRONAF (DAP) para agricultoras/es familiares em territórios urbanos e periurbanos onde há impedimentos ao acesso a este instrumento por diversos motivos;
        Fomento à logística e comercialização de produtos oriundos da agricultura urbana, principalmente por meio de incentivos a feiras agroecológicas. 
        Integração entre as experiências de campo e as universidades, fortalecendo o ensino, a pesquisa e a extensão universitárias, com especial atenção aos Núcleos de Estudo e Pesquisa em Agroecologia (NEAs) e a interação com mestres da cultura alimentar e agricultura tradicional.
        Valorização e promoção de práticas de educação alimentar nas escolas, relacionando-as às práticas agroecológicas de produção e à garantia do direito à alimentação adequada e à segurança e soberania alimentar e nutricional.
        Divulgação de experiências exitosas em agricultura urbana que dêem visibilidade aos processos de resistência da agricultura urbana e à riqueza do que é produzido dentro das cidades. 
        Ampliação do debate acerca das regiões periurbanas, buscando definir estratégias específicas e integradoras para as zonas de transição entre urbano e rural.
        Promoção de um amplo mapeamento de agricultura urbana que possibilite a definição de perfil das/os agricultoras/es e das experiências em curso em todo país.


Construção de políticas públicas no âmbito federal

Existe um histórico antigo de elaboração de politicas públicas para a agricultura urbana no âmbito federal, que é marcado pelos processos de construção das Conferencias Nacionais de SAN (2004, 2007 e 2011).

Em 2007, foi realizada a pesquisa nacional de agricultura urbana e periurbana que deu origem ao documento “Panorama da Agricultura Urbana e Periurbana no Brasil e Diretrizes Politicas para a sua Promoção”; com base nesse documento foi elaborado um programa de agricultura urbana de responsabilidade do Ministério de Desenvolvimento Social (MDS) o qual lançou os Centros de Apoio a Agricultura Urbana e Periurbana – CAUPs e editais de fomento.

Em 2012/2013 o MDS interrompeu o processo de construção da política e o fomento de ações nos territórios. Em resposta, as organizações que viriam dar origem ao Coletivo Nacional de Agricultura Urbana encaminharam uma carta a Ministra Teresa Campelo cobrando posicionamento do MDS. O Conselho Nacional de Segurança Alimentar - CONSEA nacional acolhe a luta e passa a incorporar a pressão pela construção da politica pública.

Ao final de 2014 é apresentado o documento “Subsídios para uma Política Nacional de uma Agricultura Urbana e Periurbana” na última plenária do CONSEA, quando é constituído um comitê temático na Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional – CAISAN, que passa a ser o responsável a dar os encaminhamentos para a construção da politica.

Por outro lado, a Agricultura Urbana aparece na construção do 1º Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (PLANAPO 2013-2015), ainda que não receba dotação orçamentaria e nem tenha nenhum ministério responsável pela execução de ações. Novamente, a sociedade civil organizada na Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) propõe ao governo a inserção do tema, com ações definidas, na construção do 2o PLANAPO, em elaboração.

Considerando os acúmulos na construção de politicas para agricultura urbana, reforçamos as diretrizes já apresentadas no documento “Subsídios para uma Política Nacional de Agricultura Urbana Periurbana (PNAUP)”, apresentado pelo CONSEA Nacional, elaborado com a participação do CNAU:

“As ações de apoio à AUP deverão ser desenvolvidas e implementadas de forma integrada entre si, e com as ações de SAN, de habitação, de urbanismo, de agroecologia, de assistência social, de saúde, de educação, de gestão de resíduos sólidos, de geração de emprego e renda, de formação profissional e de proteção ambiental, organizadas em redes, de forma a promover o diálogo entre os diversos setores governamentais e da sociedade civil. Essas ações deverão ainda seguir as seguintes diretrizes:
A.       Reconhecimento da multifuncionalidade social, cultural, econômica e política da agricultura urbana e periurbana como base para o desenvolvimento e promoção de ações intersetoriais, geridas de forma descentralizada e participativa.
B.       Fortalecimento da cadeia produtiva e promoção de ações específicas de fomento à produção, comercialização e consumo;
C.       Promoção de acesso falicitado a linhas especiais de financiamento para atividades e projetos relacionados à AUP;
D.       Fortalecimento da institucionalidade da AUP por meio da elaboração de marcos legais e institucionais coerentes e apropriados ao setor em todas as esferas de governo;
E.       Fortalecimento da consciência cidadã em torno dos benefícios gerados pela AUP em termos sociais, políticos, econômicos, sanitários e ambientais;
F.       Promoção de processos de construção do conhecimento e desenvolvimento de capacidades técnicas e de gestão do/as agricultores/as urbanos e periurbanos, com ênfase em tecnologias sociais, incluindo o apoio a pesquisas que validem o conhecimento gerado e acumulado pelas organizações da sociedade civil que desenvolvem ou apoiam a AUP;
G.      Promoção da participação e do controle social como fundamento das atividades e projetos públicos de promoção da AUP.”

Considerando este contexto de não conclusão da elaboração da Política Nacional de Agricultura Urbana, o Coletivo Nacional de Agricultura Urbana reivindica um espaço institucional de diálogo entre governo e sociedade civil para a construção e acompanhamento da execução da referida politica pública.

Aguardamos o posicionamento e o retorno do governo à nossa reivindicação para o diálogo e o acompanhamento da construção dessa política.



terça-feira, 17 de novembro de 2015

Convite: Kizomba kwá N´Zabarandá ki Bamburucema

Convidamos os filhos, amigos e simpatizantes da comunidade afrorreligiosa para participarem da “Kizomba kwá N´Zabarandá ki Bamburucema”,
Dia: 21 de novembro de 2015 (Sábado)
Início: 20h
Endereço: Terreiro Mansu Nangetu Mansubandu Kekê Neta (Travessa Pirajá, 1194 - Bairro Marco da Légua, Belém-PA)
Agradecemos sua presença!
 Mam´etu Nangetu uá N´Zaambi

Afro Amazônicos e seus símbolos da educação no Parque Zoobotânico do Museu Goeldi

Nesta sexta-feira, 20 de novembro, as 14:45, e em alusão ao dia da consciência negra, o Museu Paraense Emílio Goeldi lança a "Trilha Afro Amazônicos e seus símbolos da educação no Parque Zoobotânico do Museu Goeldi".
Mametu Nangetu identificou os símbolos importantes para a matriz Bantu.

A trilha destaca os símbolos da ancestralidade africana no parque zoobotânico do Museu Emílio Goeldi, e os usos dos recursos naturais pelos detentores dos conhecimentos tradicionais de matriz africana, para serem utilizados em visitas orientadas com estudantes de escolas e outros grupos que queiram conhecer essas tradições.
Partindo da preocupação de dar uma alternativa para a sociedade paraense de cunho educativo, aliando o fundamento teórico institucional do Museu Paraense Emílio Goeldi, a proposta foca na aplicabilidade da Lei 10,639/03, para a formação de professores e demais profissionais da área de educação a fim de que possam contemplar a cultura afro amazônica tanto em sala de aula, quanto em suas visitas orientadas no Parque Zoobotânico.
O princípio motivador é a pretensão de estimular várias formas de trabalhar a os conhecimentos tradicionais de matriz africana com ferramentas pedagógicas diversas, estabelecendo uma ponte de compreensão cultural entre grupos sociais presentes na Amazônia.

As trilhas foram construídas com o diálogo entre o serviço educativo do Museu, e Mametu Nangetu, Mãe Nalva de Oxum, Mãe Jokolocy, Babá Tayandõ, Pai Alfredo Benevides e Mãe Vanda de Ogum Rompe Mata, autoridades de comunidades de terreiros que representam as diversas matrizes africanas na Amazônia.
O projeto foi proposto e desenvolvido por Tainah Coutinho Jorge como contribuição e apoio do MPEG para a educação ambiental pelo viés étnico e racial, como preconiza a Lei 10,639/03, com orientação de Helena Alves Quadros e Ana Cláudia Silva.

fotos: Gilberto Mendonça

domingo, 15 de novembro de 2015

Nengua de Angola conversa com Pai Neto de Azile sobre a salvaguarda do Tambor de Crioula no Maranhão.




A conversa aconteceu na manhã do dia 12 de novembro de 2015, logo depois da titulação do carimbó como patrimônio imaterial brasileiro. Pai Neto de Azile falou das vantagens e dos perigos do registro do patrimônio cultural afro-brasileiro e da ameaça de perda de identidade pela ausência de uma política eficaz de salvaguarda que proteja a identidade cultural dos avanços de mercado que lhe deseja como produto cultural.

Programa Nengua de Angola
Apresentação Mametu Nangetu
Conversa com Pai Neto de Azile sobre o registro do
Tambor de Crioula do Maranhão como Patrimônio
Imaterial brasileiro e a política de salvaguarda
desse patrimônio.

Equipe técnica
Samily Maria
Vitor Gonçalves
Weverton Ruan Rodrigues

Edição
Táta Kinamboji

Realização
webTV Azuelar
Instituto Nangetu
Ponto de Mídia Livre


Apoio
REATA – Rede Amazônica de Tradições de Matriz
Africana
FESCAB - Fórum Estadual Setorial de Culturas Afro-
brasileiras
FONSANPOTEMA-PA - Fórum Nacional de
Segurança Alimentar e Nutricional de Povos
Tradicionais de Matriz Africana
rede[aparelho]-:
Projeto Ngomba d’Aruanda: apoio às ações de
mídia cultural do Projeto Azuelar/ Ponto de Mídia
Livre do Instituto Nangetu;
Projeto  Produção do Programa ‘Nós de Aruanda’
para a ‘WebTV Azuelar’, poéticas visuais em
combate ao racismo
Projeto Eu vou navegar na Casa da Mãe das Águas
(Ilê Iyabá Omi).
 UFPA-PROEX



Belém/PA

Novembro de 2015

sábado, 14 de novembro de 2015

SEMANA DA CONSCIÊNCIA NEGRA NA ESCOLA - (RE) CONHECENDO OS QUILOMBOS DO BAIXO ACARÁ: RESISTÊNCIA - FÉ - IDENTIDADE

SEMANA DA CONSCIÊNCIA NEGRA NA ESCOLA - (RE) CONHECENDO OS QUILOMBOS DO BAIXO ACARÁ: RESISTÊNCIA - FÉ - IDENTIDADE




PROGRAMAÇÃO

DIA 18/10/2015 (Quarta-feira) TEMÁTICA: RESISTÊNCIA - ORIGEM DO MOVIMENTO DE RESISTÊNCIA NEGRA NO BRASIL E OS MOVIMENTOS DE RESISTÊNCIA LOCAL
Acolhida - 08h (Manhã) - Banho de Ervas, Toques de Tambor, Cantos, Hinos e Café Quilombola

Apresentações - 09:30h - Apresentações das Escolas (Momento Cultural)

Palestras - 10:30h
Palestras 1:  A CHEGADA DOS NEGROS NO BRASIL
Palestrante: Prof. Luciney Vieira (Resistência Cabana)

Palestras 2:  OS MOVIMENTOS DE RESISTÊNCIA LOCAL
Palestrante: Zeca do Itacoã

Tarde Cultural - 14h - Projeto Azuelar, Rádio Janela Programa: O Som da Gente!

Noite Cultural - 19h - Cineclube Nangetu - Exibição de Filmes Negros

DIA 19/10/2015 (Quinta-feira) TEMÁTICA: FÉ - O MÍSTICO E O RELIGIOSO, CRENÇA E FÉ. HERANÇAS DO POVO AFRICANO
Acolhida - 08h (Manhã) - Banho de Ervas, Toques de Tambor, Cantos, Hinos e Café Quilombola

Apresentações - 09:30h - Apresentações das Escolas (Momento Cultural)

Mesa-Redonda - 10:30h - O MÍSTICO E O RELIGIOSO: CRENÇA E FÉ. HERANÇAS DO POVO AFRICANO
Integrantes: Ialorixá Matilde de Oxalá (Itacoã-Miri), Mãe Marina (Cruzeirinho), Angelo Imbiriba - Taata Kafumiluzu (Projeto Azuelar - Instituto Nangetu), Profª. Esp. Giovana dos Anjos Ferreira (Instituto Ramagem).

Tarde Cultural - 14h - Projeto Azuelar, Rádio Janela Programa: O Som da Gente!

Noite Cultural - 19h - Cineclube Nangetu - Exibição de Filmes Negros

DIA 20/10/2015 - TEMÁTICA: IDENTIDADE. ZUMBI – LÍDER DA RESISTÊNCIA NEGRA. NÓS DO QUILOMBO!
Acolhida - 08h (Manhã) - Banho de Ervas, Toques de Tambor, Cantos, Hinos e Café Quilombola

Apresentações - 09:30h - Apresentações das Escolas (Momento Cultural)
Neste dia todas as escolas deverão trazer suas representantes da Beleza Negra.

Mesa-Redonda - 10:30h - PALMARES – ZUMBÍ – RESISTÊNCIA: CONSCIÊNCIA NEGRA
Prof. Luciney Vieira (Resistência Cabana)
Roda de Conversa: Nós do Quilombo!

Tarde Cultural - 14h - Projeto Azuelar, Rádio Janela Programa: O Som da Gente!

Encerramento
Cerimonial de Encerramento
Feijoada de Ogum

III SEMINÁRIO SOBRE COTAS: III SEMINÁRIO SOBRE COTAS NA UFPA

III SEMINÁRIO SOBRE COTAS: III SEMINÁRIO SOBRE COTAS NA UFPA: O FÓRUM DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DAS COTAS NA UFPA  TORNA PÚBLICO A ABERTURA DAS INSCRIÇÕES PARA O TERCEIRO SEMINÁRIO SOBRE COTAS ...

O FÓRUM DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DAS COTAS NA UFPA 
TORNA PÚBLICO A ABERTURA DAS INSCRIÇÕES PARA O TERCEIRO SEMINÁRIO SOBRE COTAS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ


AS INSCRIÇÕES PODEM SER FEITAS NA OPÇÃO "INSCRIÇÃO" ACIMA, OU CLICANDO NO LINK INSCIÇÕES AQUI




quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Diálogos Política Cultural para o povo negro Silvia Rodrigues

Roda de conversa sobre política cultural de igualdade racial e combate ao racismo com os delegados afro-brasileiros eleitos para os fóruns nacionais que vão escolher os colegiados técnicos e de linguagens artíticas para o Conselho Nacional de Política Cultural do Ministério da Cultura para o mandato de 2015 a 2017.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Lançamento do livro "Terecô de Codó - uma religião a ser descoberta".

Aconteceu no dia 17/10, mais um lançamento do livro "Terecô de Codó - uma religião a ser descoberta", de Pai Cícero Centriny​. O lançamento foi na Casa Grande de Mina de Pai Huevy e Mãe Rosangela. 
Centriny proferiu palestra sobre as religiões de matrizes africanas do Codó em especial o Terecô que, embora pouco divulgada, é uma tradição que se mantém viva, embora discreta, com essências bantu tradicional.
Na ocasião Mametu Nangetu falou sobre a importância do livro de Cícero para as comunidades de tradições de matriz africana no Brasil e na Amazônia e que sua leitura tenhamos conhecimento histórico de nossa ancestralidade assim nos fortalecendo contra o racismo que ataca as nossas tradições.

Informações e fotografia: Táta Dianvula (Alex Leovan)/ Projeto Azuelar.

sábado, 31 de outubro de 2015

Dialogo com Domingos Conceição política Cultural para o povo negro





Roda de conversa sobre política cultural de igualdade racial e combate ao racismo com os delegados afro-brasileiros eleitos para os fóruns nacionais que vão escolher os colegiados técnicos e de linguagens artíticas para o Conselho Nacional de Política Cultural do Ministério da Cultura para o mandato de 2015 a 2017.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Oficina de Potencialidade em Etno-Desenvolvimento para Povos Tradicionais de Matriz Africana..


Oficina de Potencialidade em Etno-Desenvolvimento para Povos Tradicionais de Matriz Africana..

Assunto abordado:
Inovação, Design Thinking, Empreendedorismo e Carreira, Competitividade e Modelos de Negócio; Cultura Afro Brasileira; planejamento Estratégico.
Objetivo:
Promover princípios que norteiam a filosofia da inovação em modelo de negócios. Bem como ao conhecimento de ferramentas usadas no processo de inovação e geração de valor em empresas competitivas voltado para povo de matriz africana no Brasil. Elaboração e modelagem de plano estratégico do ano 2016 do Instituto.
Certificação Minima: 16 Horas  
Quando: 5 e 6 de dezembro de 2015, das 9 as 18h
Local: Belém – instituto Nangetu, Tv. Pirajá 1194
Publico Alvo: Associações Culturais, Comunidades Tradicionais, Profissionais liberais, Estudantes de Administração, Economia, Contabilidade, Engenharia, Pedagogos, Artistas, Musicos, Sacerdotes, Artesãos, Empreendedores e atuantes na área de criação.
Palestrante/Empresa: Angelo Imbiriba. (Tata Kafunlumizo). CRA 13.640. Palestrante e Pesquisador na área de inovação e Design Thinking há 6 anos, Administrador, MBA em Gestão estratégica Empresarial, Especializando em Saberes Africanos e Afro Brasileiros, Diretor  de Projetos do Instituto Nangetu.

Observação: almoço colaborativo! Colaboração R$ 20,00 (vinte reais) por pessoa para os dois dias de oficina.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

CARTA ABERTA DOS POVOS DE TERREIRO SOBRE OFICINA NACIONAL DE REGULAMENTAÇÃO DA LEI 13.123/15 EM BRASÍLIA/DF



CARTA ABERTA DOS POVOS DE TERREIRO SOBRE OFICINA NACIONAL DE REGULAMENTAÇÃO DA LEI 13.123/15 EM BRASÍLIA/DF
Encontro em Brasília para debatermos a regulamentação da LEI 13.123, a qual trata sobre o acesso aos conhecimentos tradicionais, patrimônio genético e repartição de benefícios.

Nós, Povos de terreiro sujeitos de direito do conhecimento ancestral africano e afro-brasileiro no Brasil presentes entre os dias 19 e 21 de outubro de 2015, na oficina nacional referente à Lei 13.123 de 20 de Maio de 2015 que trata sobre acesso aos conhecimentos tradicionais, patrimônio genético e repartição de benefícios, vimos por meio desta repudiar a forma como o Estado brasileiro tem conduzido a discussão.
Primaram por violar nossos direitos constitucionais, pela legislação ordinária e por Tratados Internacionais dos quais o Brasil é signatario, tais como: Declaração sobre o Direito ao Desenvolvimento; Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais; Convenção da Diversidade Biológica; Convenção sobre a Diversidade de Expressões Culturais; Tratado Internacional sobre os Recursos Fitogenéticos para Alimentação e Agricultura; Declaração Universal de Direitos Humanos; Declaração e programa de ação adotados na terceira conferência mundial de combate ao racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerancia correlata (Durbam, Africa do Sul), Declaração das Nações Unidas sobre a Concessão da Independência dos Países e Povos Colonizados. Em seu art. 225 a Constituição Federal incumbir ao Poder Público preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético. Vale ressaltar que este exige, na forma da lei, estudo prévio de impacto ambiental, para instalação de qualquer obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, exemplo a PEC 215; e a construção da Usina de Belo Monte. De forma nefasta e em razão desse cenário que ameaça a existência de absolutamente todas as populações indígenas, povos de terreiro e comunidades tradicionais, os quais constituem a base da soberania e democracia constitucional do País.
Seguindo por burlar a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho/OIT no que concerne ao direito de consulta livre, prévia e informada, também endossado nos acordos acima citados.
Sentimos-nos sobrepujados diante do domínio da informação por parte do Estado que no alijou do processo recusando explícitamente em nos apresentar a minuta de Decreto da Lei 13.123 de 2015 ou qualquer outra proposta que trata da regulamentação da referida Lei, o que implica diretamente na obstrução e confronto direto com a própria Constituição Federal além dos acordos internacionais já mencionados.
Portanto, nestes termos, que fique explicito que todas as oficinas regionais sobre a referida Lei, não pode tampouco deve configurar sob hipótese alguma caráter consultivo, visto que estas não preenchem os requisitos exigidos de como deve ser para uma consulta pública. E ainda, o desdém com que se referem a nós.
Estamos vivenciando um dos momentos de mais expressivos genocídios da nossa história, declaradamente por meio de grandes projetos, grilagem de terras, expropriação e invasão, assassinato de lideranças, e muito mais, tudo isso ocasionado pela falta de vontade política quanto à regularização, demarcação e titulação dos territórios tradicionais (Terras Indígenas, Territórios Quilombolas, Território de Povos de Terreiros, Reservas Extrativistas, Territórios de Fundos e Fechos de Pasto, Territórios das Quebradeiras de Coco Babaçú, Catadoras de Mangaba, Retireiros do Araguaia, Pomeranos, RESEX Marinhas, Vazanteiros, Geraizeros, Pescadores de água doce e salgada, Caiçaras, Pantaneiros, Ilhéus, Raizeiras, Faxinalenses, Benzedeiras,) inclusive a garantia de Territórios Ciganos a fim que sejam oportunizados de manterem seus cultivos silvopastoris, expondo-nos a um processo devastador da nossa cultura, perda de identidade e de práticas tradicionais que ameaçam como nunca os PCTS do Brasil.
É inadmissível não ter assegurado nossos direitos constitucionais de praticas ancestrais de saúde coletiva, a partir dos nossos conhecimentos tradicionais.
Nós, Povos de Terreiro em conjunto com todos os povos indígenas, comunidades tradicionais e agricultores familiares também repudiamos a PEC 215/2000, na medida em que essa proposta aniquila os direitos territoriais conquistados; e interfere diretamente na regulamentação da Lei 13.123/15 e exigimos seu imediato arquivamento.
Repudiamos terminantemente a Lei 13.123/2015 e exigimos de imediato que seja feita consulta livre, prévia e informada, conforme rege a Convenção 169 da OIT, bem como demais acordos internacionais ratificados pelo Brasil, de modo que seja revogada a referida lei por ferir princípios constitucionais.
Repudiamos terminantemente a Lei 13.123/2015 e exigimos de imediato que seja feita consulta livre, prévia e informada, conforme rege a Convenção 169 da OIT, de modo que seja revogada a referida lei por ferir princípios constitucionais; e tratados internacionais ao qual o Brasil é signatário.

Brasília/DF, 22 de outubro de 2015.


quarta-feira, 28 de outubro de 2015

“Box da diversidade” leva experiência de educação ambiental do Mansu Nangetu para o Brasil inteiro.


O curta"O Sagrado e o Ecológico no Candomblé de Angola" vai circular o Brasil inteiro em cineclubes e escolas, o filme educativo é uma produção coletiva realizada em 2012 pela comunidade do Mansu Nangetu (Projeto Azuelar) em parceria com pesquisadores da Especialização em Saberes Africanos e Afro-brasileiros na Amazônia, ofertado pelo Grupo de Estudos Afro-amazônico (NEAB) da Universidade Federal do Pará, e mostra práticas ecológicas de terreiro como exemplo de educação ambiental para crianças e jovens.

Na noite do sábado, dia 3 de outubro, na fonte do Tereré, um quilombo urbano no município de Vera Cruz, que fica na Ilha de Itaparica, Bahia, aconteceu a “Roda de leituras transversais” para o lançamento dos filmes com as temáticas da ‘infância e juventude’ e  da ‘biodiversidade e meio ambiente’ que compõem o “Box da diversidade” – um projeto de caráter cultural e educativo que reúne uma coletânea de filmes brasileiros para ser distribuída gratuitamente para escolas públicas, cineclubes e organizações sociais. O projeto é desenvolvido pelo Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros/ CNC, e começa a ser distribuído ainda este ano.
A sessão de lançamento que contou com a exibição do filme aconteceu ao ar livre, com a comunidade do quilombo urbano, produtores audiovisuais e cineclubistas confortavelmente instalados no gramado da área de convivência da comunidade e em cadeiras espalhadas pelo ‘terreiro’ na fonte do Tereré e debate com Táta Kinamboji, Márcia Nascimento e Antonio Balbino.

Táta Kinamboji iniciou o debate falando sobre as diretrizes do Projeto Azuelar e do Cineclube Nangetu, contou a sucessão de acasos que estão nos primórdios da formação do cineclube e que a experiência cineclubista do Mansu se expandiu para uma rede de cineclubes de terreiros que primeiro ocupou a zona metropolitana de Belém do Pará, para depois se espalhar para vários terreiros da Amazônia brasileira. Kinamboji disse que o cineclube trabalha com o tripé de difusão, formação e produção audiovisual com caráter étnico e racial e de valorização das tradições de matriz africana na Amazônia, e que a comunidade produz vários documentários com o que chama de ‘tecnologia do possível’, ele diz que a proposta veio dos pesquisadores que queriam a produção de material didático para ser usado em sala de aula, e que não tinha um roteiro previamente elaborado, e que o filme é o resultado do acompanhamento das ações cotidianas da comunidade .
Ele explicou que a preservação do sagrado afro-brasileiro está intimamente ligado à preservação do patrimônio ambiental, criticou os muros das propriedades privadas que dificultam o acesso aos bens naturais, e também criticou o modelo de urbanização de cidades que extinguem as áreas verdes e transformam igarapés em esgotos à céu aberto. Contou que a comunidade tenta fazer a sua parte em pequenas ações, como a confecção de vasilhas biodegradáveis para utilização em oferendas que foi mostrada no filme.

Box da Diversidade (contendo 60 filmes) para a distribuição aos cineclubes, pontos de cultura, pontos de leitura, bibliotecas públicas e comunitárias e escolas públicas. O Box possui os seguintes eixos temáticos: sexualidade e gênero; comunidades tradicionais e étnico racial; meio ambiente e biodiversidade; envelhecimento e memória; superação e acessibilidade; trânsito e pensamento nômade; infância e juventude; dessemelhanças e experimentações; diversidade regional; transversalidade geopolítica.

Pesquisa - Equipe do GEAAM/ UFPA: Alessandro Ricardo Campos, Anderson Johnny dos S. Nunes, Arthur Leandro, Kátia Simone Alves Araújo, Renato Trindade. Pesquisa - Equipe do Projeto Azuelar/ Instituto Nangetu: Mametu Nangetu, Mametu Deumbanda, Táta Kinamboji, Táta Kamelemba, Muzenza Vanjulê. Musicas: Táta Mutá "A casa dos olhos do Tempo" Táta Guiamazi/ Casa de Candomblé. Angola Redandá redanda.com.br/ . Edição: Arthur Leandro/ Táta Kinamboji, Projeto Azuelar/ Instituto Nangetu. Realização: Projeto Azuelar/ Instituto Nangetu;  CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SABERES AFRICANOS E AFRO BRASILEIROS NA AMAZÔNIA – IMPLANTAÇÃO DA LEI 10.639/03/ Grupo de Estudos Afro-amazônicos, Faculdade de Ciências Sociais/ IFCS/ UFPA, Faculdade de Artes Visuais/ ICA/ UFPA

Belém/PA, 2012

Fotos: Diogo Gomes.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Territórialidades, feminismo e combate ao racismo religioso em intervenção midiática durante o ENGA.

A sétima edição do ENGA – Encontro Nacional de Grupos de Agroecologia aconteceu entre os dias 28 de setembro a 01 de outubro de 2015. O evento se realizou em conjunto com o IX Congresso Brasileiro de Agroecologia, no Hangar Centro de Convenções da Amazônia, em Belém – PA.
Santana, expondo a resistência no quilombo do Abacatal. 


Povos e comunidades tradicionais foram convidados para as rodas de conversas, e para levar as questões dos povos tradicionais de matriz africana ao debate promovido pelos grupos de agroecologia, o Mansu Nangetu, em parceria com a Rede Amazônica de Tradições de Matriz Africana – REATA, e com a Associação Afro religiosa e Cultural Ilê Iyaba Omi – ACIYOMI; promoveu uma intervenção midiática unindo dois projetos de comunicação social comunitária e étnica: a rádio-janela Azuelar, do Instituto Nangetu, e a Rádio Portão da ACIYOMI.
Feminismo negro e as lutas dos povos tradicionais na Amazônia.

A intervenção foi a veiculação de um programa de rádio com uma hora de informação produzida pelos projetos dos terreiros, levando aos participantes do encontro depoimentos e entrevistas de autoridades de terreiros de matriz africana de várias regiões brasileiras com conteúdos relacionados aos temos das rodas de conversas que completavam a programação.
Na segunda-feira, dia 28 de setembro, o tema foi “Territórios e Territorialidade, não esbandalhe meu tapiri!”, e a necessidade de políticas públicas de preservação de igarapés e matas urbanas como garantia da continuidade das práticas tradicionais nas grandes cidades, além da crítica à propriedade privada no sistema capitalista, que impede o acesso ao patrimônio ambiental. Já na terça-feira, dia 29, o tema foi “Gênero e Feminismo: te orienta ‘macho’!”, debatendo o protagonismo afro-feminino nas lutas dos povos tradicionais na Amazônia. E finalmente, na quarta-feira, dia 30 de setembro, o avanço da política fundamentalista da bancada “BBB” (Boi, Bala e Bíblia) norteou a conversa sobre o tema “Intolerância Religiosa: tu é doido é?!”.
Combater o racismo religioso para a sobrevivência do pensamento afro-centrado.

Nos três dias de debates, os participantes das rodas de conversa evidenciaram o racismo institucional, aquele que é praticado por agentes do estado e que nega direitos de cidadãos aos povos e comunidades tradicionais, em especial na análise do comportamento da bancada BBB no congresso eleito em 2014, com o “b” de ‘boi’ que representa o agronegócio a avançar sobre terras quilombolas e indígenas para a criação de pastos e monoculturas agrícolas, a bancada do “b” da ‘bala’ a promover a indústria do medo que promove o genocídio da juventude negra nas cidades, e a bancada do “b” da ‘Bíblia’ a promover a demonização do sagrado de origem na África negra e, com esse procedimento, a promover o etnocidio pela negação e tentativa de apagamento da compreensão de mundo que gera o pensamento afro-centrado.
Apesar da análise de conjuntura resultar num quadro desolador, os debatedores afirmaram que os mais de quinhentos anos de resistência à violência colonizadora já demonstraram a capacidade de sobrevivência do povo negro na adversidade em que vivem no Brasil, e que apesar do ambiente hostil, nossas tradições não serão extintas.

Participaram das conversas: Mametu Nangetu e  Táta Kinamboji (Mansu Nangetu), Maria Malcher (CEDENPA e Comitê da Marcha de Mulheres Negras), Raimundo e Santana (Quilombo do Abacatal em Ananindeua), Isabel (Erveira do Ver-o-Peso), e representantes de comunidades ribeirinhas de Maracanã/PA. Edição do programa de Rádio: Vitor Gonçalves, Samily Maria Moreira da Silva e Silva e Sibely Nunes Nascimento.
Bolsistas de projetos de extensão da UFPA formaram a equipe técnica da intervenção midática.