sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Comitê Inter-religioso do Pará realiza caminhada de combate à intolerância religiosa.

Terreiro Mansu Nangetu participou da quinta edição do Ato Público de Combate à Intolerância Religiosa.


A manifestação acontece desde 2010 na praça da República, em Belém/PA, e é promovida pelo Comitê Inter-religioso do Estado do Pará. Neste ano de 2014 o ato aconteceu na manhã do domingo dia 19 de janeiro, que antecedeu o dia 21 - Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa.


Mametu Nangetu, que integra o Comitê Nacional de Respeito à Diversidade Religiosa da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, pediu paz e respeito para todas as crenças religiosas, e em especial pediu que redobrem a atenção para o combate ao racismo que vitimiza as tradições de terreiros afro-amazônicos.
A  manifestação começou com uma celebração inter-religiosa no anfiteatro da praça, envolvendo adeptos de várias religiões presentes, sacerdotes er sacerdotizas que se reuniram trazendo elementos sagrados da diversidade de crenças existentes na Amazônia oriental, e num ato comum celebraram juntos a existência de todas as divindades, e das humanidades que lhes dão sentido.





Pejigãn Gankonan (Alan Fonseca, do Funderê Ni Oyá Jokolosy), Coordenador do Comitê Inter-religioso do Estado do Pará, iniciou a caminhada pelo passeio da Praça da República. 

O coordenador do Comitê Inter-Religioso, Pejigãn Gankonan (Alan Fonseca, do Funderê Ni Oyá Jokolosy), iniciou a caminhada pelo "Largo da Pólvora" dizendo que “a maior importância deste ato é a promoção do diálogo inter-religioso, e com o diálogo as pessoas conseguem se comunicar e se entender". E ainda acrescentou que "O outro parece muito exótico e estranho, e a função do comitê é fazer com que as pessoas reconheçam o humano que existe por trás do exótico. A diversidade em nosso grupo é bem-vinda,a importância principal do comitê é promover a diversidade religiosa”. E com esse discurso ele conduziu os participantes até a calçada do Theatro da Paz, onde novamente os sacerdotes presentearam a população de Belém com discursos que clamaram por essa mesma paz que dá nome ao teatro, e, ao menos por esta tarde, essa paz se fez presente...
Serviço - Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa: Em 27 de dezembro de 2007, a Lei nº 11.635 instituiu o dia 21 de janeiro como o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. A data foi pensada em homenagem à Mãe Gilda de Ogum, sacerdotisa afro religiosa que sofreu tolerância religiosa. Mãe Gilda veio a falecer vítima de um infarto fulminante após ter visto sua foto associada à charlatanismo em um jornal impresso por organizações de outra religião.





quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Levante da Bandeira de Kitembo.

O Mansu Nangetu realizará o levante da Bandeira de Kitembo


Neste sábado (25/01/2014), o Terreiro Mansu Nangetu Mansubantu Kekê Neta realizará mais uma celebração em alusão ao Nkice Kitembu, na ocasião haverá cortejo do seu símbolo maior que é a Bandeira Branca e seu levante nas dependências do Terreiro. 

O evento afrorreligioso acontecerá no horário de 11h da manhã.

Convidamos os amigos, filhos, simpatizantes e as comunidades terreiros para prestigiarem nossa tão querida tradição.

Serviço:

Endereço: Travessa Pirajá, 1194 (entre Duque e 25 de setembro) Bairro do Marco da Légua. Belém-Pará

Telefone: 91-32267599

Contamos com a presença de tod@s!

Mam´etu Nangetu uá N´Zaambi

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Uma tarde de conversas de combate ao racismo religioso.

Um laboratório de transmissão de conhecimento foi montado na praça Barão do Rio Branco, no bairro da Campina, laboratório de mídias de valorização dos Direitos Humanos e de combate ao racismo, em especial ao racismo religioso que provoca casos de intolerância contra as tradições de terreiros de matriz africana no Brasil.

O mês de janeiro é marcado pela passagem do dia de combate à intolerância religiosa. Em 21 de janeiro de 2000 a violência por racismo religioso levou a Iyalorixá baiana, Mãe Gilda de Ogum, ao infarto fulminante e ao óbito, e por esse motivo esse dia ficou na história da resistência dos Povos Tradicionais de Terreiros de Matriz Africana e do combate à violação dos Direitos Humanos no Brasil através da Lei nº 11.635, de 27 de dezembro de 2007, sancionada pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva.
A manifestação também celebrou a revolução bolivariana da Venezuela e a memória da luta de Simón Bolivar, e uma sessão de cineclube apresentou o filme “Bolívar, o homem das dificuldades” - um longa-metragem dirigido pelo cineasta Luís Alberto Lamata que é o último dos 6 filmes da “Coleção Libertadores”, uma produção de Wanda Films de Espanha, da TVE, da Villa do Cine, Alter Producciones e do Centro Nacional de cinema cubano, que se juntaram para retratar o ano do desterro caribenho de Simón Bolívar. Uma história pouco conhecida que conta um dos anos mais dramáticos da vida do Libertador, desde maio de 1815 até maio de 1816.

O Consul venezuelano em Belém, Alonso Pacheco, agradeceu a solidariedade e declarou de suma importância combater todas as formas de racismo e valorizar as lutas sociais na América Latina, e destacou que a luta de Bolívar, que deu origem ao projeto bolivariano, enfrentou a questão da escravidão e criou uma aliança entre povos indígenas e povos negros contra a violência da colonização européia em terras americanas. E para celebrar a diversidade étnica e racial, ap´resentou o filme "Tambores de água: um encontro ancestral", de Clarissa Duque.

O documentário mostra a força das raízes africanas nas manifestações musicais venezuelanas, é a história dos afrodescendentes desde sua chegada à Venezuela se desenrola quando seu protagonista consegue os tambores de água, uma prática musical muito peculiar e de grande beleza, que permite o encontro de dois continentes (África e América) no soar aquático de seus repiques, mostrando que não importa a distância quando as raízes são fortes o bastante para sobreviver através do tempo.
E a resistência para sobrevivência em um contexto adverso foi a tônica do debate nas rodas de conversa com Mãe Nalva de Oxum, Pai Armando de Bessén e Mametu Nangetu, conversas que duraram a tarde inteira, e que tiveram a promessa da coordenação da ARATRAMA de fazer eventos assim se repetirem em outras praças e em outros domingos.