quarta-feira, 27 de junho de 2012

10 de julho, terça-feira, Sessão especial sobre folclore nordestino e lutas sociais no Cineclube Nangetu.

O curta-metragem paraibano A árvore da Miséria, de Marcus Vilar, e o longa-metragem cearense A saga do guerreiro alumioso, de Rosemberg Cariry, têm dois aspectos em comum: suas histórias se inspiram no folclore nordestino e seus realizadores são há muito ativos e ferrenhos defensores da produção audiovisual na região.
O curta-metragem parte de um conto popular e apresenta a ótima história da mulher que enganou a Morte. E o longa-metragem é uma ambiciosa alegoria que, em plena era Collor, árida para o cinema brasileiro, usa folguedos regionais e personagens comuns para defender a reforma agrária e criticar o poder dominante. A obra de Cariry conquistou os prêmios Candango de melhor filme pelo júri popular, de melhor ator (Emmanuel Cavalcanti) e de melhor ator coadjuvante (Joaquim Francisco Alves) no 26º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.

Terça-feira, 10 de julho, 19h
Cineclube Nangetu,
Tv, Pirajá, 1194 - Marco da légua
Belém/PA.
Fone - 91-32267599


A saga do guerreiro alumioso; de Rosenberg Cariry, 1993, 79min.
Em Aroeiras, cidade fictícia dos sertões do Ceará, vive Genésio, velho, viúvo sem filhos, aposentado, preenchendo a solidão bebendo cachaça e contando histórias e bravatas sobre os antigos cangaceiros. Baltazar, colega de copo de Genésio é líder camponês e vê o cangaço como uma luta popular superada, buscando novas formas de combater os poderosos locais. Na pequena cidade, as autoridades são alvo da crítica popular, em brincadeiras como o “serra velho” e a “malhação de Judas”. Isto gera conflito com a polícia. Ao mesmo tempo, a astúcia das elites tenta controlar a direção do sindicato rural. E, em meio a esta situação, surge e ressurge a figura estranha da louca Delfina, profetizando a vinda de um restaurador da ordem e da justiça. A vida de Genésio poderá mudar ao encontrar-se com Rosália, a moça que “virará cobra” num espetáculo de feira. Enquanto sonha com o amor e com o heroísmo nostálgico, Aroeiras é palco de uma tragédia. 


A árvore da miséria, de Marcus Vilar, 1989, 12 min.
Depois de expulsar alguns meninos de sua árvore, D.Miséria atende um mendigo que se diz enviado de Deus. Seu cotidiano é modificado quando a morte vem buscá-la para o outro mundo.


O FOLCLORE REGIONAL INSPIRA PRODUÇÃO 
AUDIOVISUAL NORDESTINA
Christian Petermann*

Como entrada para esse programa, o curta-metragem A árvore da Miséria oferece, de forma simples e em preto e branco, a recriação em imagens de um causo de tradição oral. A ótima atriz paraibana Soia Lira interpreta D. Miséria, uma mulher ranzinza que tem zelo extremo pela frondosa macieira que se ergue alta em seu quintal. Ao conceder um favor a um mendigo que se diz enviado de Deus (Nanego
Lira), ela recebe o direito de fazer um pedido. E este pedido mais à frente a fará se livrar da Morte (Everaldo Pontes, outro veterano ator da região). O roteiro, redondo e com bom final, foi coescrito pelo diretor Marcus Vilar, por Torquato Joel (também diretor-assistente) e por W. J. Solha, todos eles atuantes na área cultural paraibana.
O cineasta Rosemberg Cariry, ativo em cinema desde 1975, é exseminarista, filósofo de formação e pesquisa a cultura e o imaginário popular brasileiros, em especial os do Nordeste, tomando sempre o regional pelo universal.
Em A saga do guerreiro alumioso, seu segundo longa-metragem, ele concebe uma farsa burlesca, coproduzida com o Instituto Português da Arte Cinematográfica e Audiovisual (Ipaca). Seu protagonista é Genésio (Emmanuel Cavalcanti, outro veterano nordestino, em atuação libertária), aposentado, viúvo e sem filhos, que tem obsessão pelo cangaço e que afoga a solidão com goles de cachaça. Ele vaga e divaga perdido pela fictícia cidade de Aroeiras, em meio a um cada vez mais tenso conflito entre latifundiários e camponeses, entre a elite e o sindicato rural. Genésio
cruza com personagens insólitos, como a louca Delfina, e atravessa procissões folclóricas. O filme, nesta soma, tem aspirações sociopolíticas de esquerda e traduz
uma inquietude criativa tipicamente latino-americana, com engajamento social e realismo quase fantástico. Em boa parte por esse caráter inquisidor e lúdico, de grande interesse cultural, o filme de Cariry circulou por muitos festivais internacionais, por países como Portugal, França, Itália, Bélgica, Cuba, Uruguai, Colômbia, EUA e Canadá.
O discurso transita entre o crítico e o ingênuo, característica inerente à expressão popular. A presença da “narradora que profetiza”, Delfina, também prenuncia um final de tragédia inevitável. Um capítulo à parte no filme é a bela e rica trilha sonora, marcada por ótimos baiões e forrós. Muitas das músicas originais, a maioria
composta por Cleivan Paiva (que toca cordas), têm letras criadas pelo próprio Cariry. Há duas bonitas canções de Firmino Holanda/Oswald Barroso, Pedra cristalina e Besta fera, e o cantor Falcão marca presença ao vivo interpretando dois grandes sucessos, I’m not dog no, sua versão muito particular do clássico de Waldick Soriano, e Um bodegueiro na FIEC. E há também um videoclipe exibido no meio do longa, que marca a inauguração da TV local na trama e é editado com imagens contundentes do noticiário de então. Esse clipe tem música incidental de ninguém menos que Wagner Tiso, um dos maiores trilheiros do nosso cinema, e Hermeto Pascoal, compositor e instrumentista de renome internacional. Somadas, as duas obras perfazem um retrato íntimo e poético do homem nordestino e de algumas de suas tão genuínas tradições.

* Crítico de cinema, colabora no Guia da Folha de S.Paulo, na revista Rolling Stone
e no programa Todo Seu (TV Gazeta/SP); ministra cursos, palestras e workshops,
além de mediar o projeto “Era Uma Vez… SP” (CineSesc/SP) e ser curador do
festival “Cine MuBE – Vitrine Independente” (SP).

6 de julho tem "Nangetu", o filme de Alcyr Morison no cineclube Nanegtu.

Sexta, 06 de julho - 19h.
Filme "Nangetu", de Alcyr Morrison.
Cineclube Nangetu,
Tv, Pirajá, 1194 - Marco da légua
Belém/PA.
Fone - 91-32267599

Nangetu, de Alcyr Morrison (24min./2006 -  Brasil/PA)
Retrata o momento em que Mametu Nangetu, celebra seus 21 anos de sacerdócio juntamente com a iniciação de dois novos filhos de santo. Através do depoimento dos sacerdotes que lhe acompanham, reconstrói a história do terreiro e revela e a diversidade cultural dos freqüentadores e a luta para a conservação da tradição de um dos mais antigos terreiros de candomblé da Angola, no Pará.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Até agora são 35 cadastrados pelo mutirão do Instituto Nangetu na setorial de culturas afro-brasileiras do MinC.

No pereiodo de 16 a 24 de junho uma equipe do Projeto Azuelar/ Instituto Nangetu - Ponto de Mídia Livre, este de plantão para cadastrar os paraenses que são agentes das culturas afro-brasileira, e em especial os membros de comunidades de terreiros, s no Fórum Nacional Setorial das Culturas Afro-brasileiras.
O resultado deste trabalho é que até a ultima parcial dos dados dos cadastrados em cada estado, o Pará liderava com 48 cadastros nesta setorial, sendo que 35 desses cadastros foram feitos no Mansu Nangetu.

Dados do mutirão de cadastro 
no Instituto Nangetu.


5 cadastros de expressões culturais afro-brasileiras, 
sendo 3 desses membros de comunidades de terreiros.


3 cadastros de pesquisadores, 
sendo um de comunidade de terreiro.


27 membros de comunidades tradicionais de terreiros cadastrados.


TOTAL - 35 cadastrados, 
sendo que do total 31 são de comunidades de terreiros

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Afro-religiosos de Belém elegem 18 prioridades para a política pública municipal.

Jurandir Novaes com Táta Kinamboji (Arthur Leandro). Mametu Katia Hadad e o Iyawò Edgard Vasconcelos.

Dando continuidade à reunião que ocorreu na sede do IPHAN com a equipe de construção da proposta de diretrizes e planejamento de governo do pré-candidato à prefeitura de Belém Edmilson Rodrigues -PSoL (ver em http://institutonangetu.blogspot.com/2012/06/liderancas-de-terreiros-reuniram-para.html), a equipe de afro-religiosos responsável pela sistematização das propostas oriundas do acumulo de discussão das lideranças de comunidades tradicionais de terreiros da zona metropolitana de Belém apresentou o resultado dos trabalhos.
A função da equipe foi adaptar o conjunto de propostas afro-religiosas registradas em conferências livres, conferências municipais, estaduais e nacionais de 'Igualdade Racial' e 'Cultura' entre os anos de 2007 a 2010, e adapta-las para a realizada do município de Belém.
A sistematização das proposta de políticas públicas de interesse para as Comunidades Tradicionais de Terreiros resultou nas 18 propostas prioritárias que publicamos abaixo, propostas que serão apresentadas a todos os candidatos à prefeitura de Belém para a inclusão em seus programas de governo.


Meta a alcançar - uma cidade com dignidade...

                                                           Uma cidade com dignidade é uma cidade onde 
as pessoas são respeitadas com suas diferenças.

Propostas prioritárias aos candidatos a prefeito de Belém:
  1. Realizar campanha publicitaria de combate à intolerância às religiões afro-amazônicas, com out-door mensais nas ruas da cidade e cartazes nas escolas e orgãos públicos com mensagens de valorização à religiosidade afro-amazônica;
  2. Regularizar Terreiros de religiões afro-amazônicas mediante critérios definidos conjuntamente com as lideranças de terreiros;
  3. Reconhecer os Terreiros de religiões Afro-amazônicas como entidades de utilidade pública;
  4. Implantar Grupo de Trabalho de levantamento e certificação das Terreiros de religiões Afro-amazônicas para fins de imunidade fiscal e regularização como templo religioso;
  5. Tombar as matrizes religiosas afro-amazônicas presentes no município de Belém e os seus rituais como Patrimônio Imaterial do município com vistas ao reconhecimento como patrimônio imaterial mundial.
  6. Investir para a valorização do conhecimento dos Griôs dos Povos Tradicionais de Terreiros e das culturas afro-brasileiras-amazônicas, não só com o registro e tombamento do patrimônio imaterial, mas principalmente com a criação de Leis que lhes garantam aposentadoria e envelhecimento com qualidade de vida e dignidade.
  7. Incentivar as atividades agro-pastoris importantes para a manutenção dos rituais religiosos afro-amazônicos: a pecuária tradicional (criação de animais de pequeno porte, como caprinos, ovinos, suínos e de aves sagradas), como alternativa de emprego e renda para os afro-religiosos, as comunidades do seu entorno.
  8. Criar programas de preservação dos igarapés e das matas urbanas utilizadas tradicionalmente como local de rituais afro-religioso, onde seja garantido o livre acesso dos membros de comunidades tradicionais de terreiros, quando em atividade litúrgicas.
  9. Utilizar árvores sagradas na arborização de vias e em bosques de praças públicas.
  10. Criar programa específico para a população de comunidades tradicionais de terreiros para capacitação de pessoal e formação de cooperativas para fomento à produção e comercialização de produtos artesanais, de industria manufatureira e outros de uso ritualistico;
  11. Criar programa de formação de escritores e de incentivo a leitura para as Comunidades Tradicionais de Terreiro por meio de ações de publicação de literatura com a temática religiosa afro-amazônica, em especial a literatura infanto-juvenil.
  12. Criar programa de capacitação para a gravação de produções musicais das Comunidades Tradicionais de Terreiros, incentivando e/ou apoiando
  13. Incentivar e instalar estúdios experimentais de gravação de áudio em terreiros.
  14. Potencializar os terreiros para e funcionarem como Centros de referência das culturas afro-amazônicas nos distritos administrativos de Belém (bibliotecas, videotecas, cineclubes, audiotecas, infocentros, rádios comunitárias), realizando atividades de capacitação dos membros das comunidades;
  15. Estimular o financiamento da produção e a difusão da produção artística e cultural dos povos tradicionais de terreiros
  16. Inserir a religiosidade afro-amazônica praticada em Belém nos programas de formação continuada de professores das escolas públicas, fazendo o uso dos sacerdotes nesse processo de formação.
  17. Estímular o respeito às práticas religiosas afro-amazônicas nos espaços públicos (hospitais, pracas, cemiterios, postos de saude, etc.) incluindo formação para os servidores municipais que considere a diversidade religiosa presente na cidade (guarda municipal, servidores da saúde, servidores da educação e etc);
  18. Realizar campanha de educação ambiental com principios da religiosidade afro-amazonica.


29 de junho "Os Mestres Loucos" (Les Maîtres fous ), de Jean Rouch no Cineclube Nangetu.


 O Cineclube Nangetu continua com a programação em homenagem à quadra junina, são filmes que tratam de conhecimentos tradicionais e das culturas populares e tradicionais.

Sexta, 29 de junho - 19h.
Filme "Os Mestres Loucos" (Les Maîtres fous ).
Cineclube Nangetu,
Tv, Pirajá, 1194 - Marco da légua
Belém/PA.
Fone - 91-32267599


Os Mestres Loucos (Les Maîtres fous )França, 1955. De Jean Rouch. 30min.
Filmado em apenas um dia, o filme revela as práticas rituais Hauka. Os praticantes do culto Hauka, trabalhadores nigerienses reunidos em Accra, se reúnem à ocasião de sua grande cerimônia anual. Na ‘concessão’ do grande sacerdote Mountbyéba, após uma confissão pública, começa o rito da possessão. Saliva, tremedeiras, respiração ofegante… são os signos da chegada dos ‘espíritos da força’, personificações emblemáticas da dominação colonial: o cabo da polícia, o governador, o doutor, a mulher do capitão, o general, o condutor da locomotiva, etc… A cerimônia atinge seu ápice com o sacrifício de um cão, o qual será devorado pelos possuídos. No dia seguinte, os iniciados retornam às suas atividades cotidianas.

sábado, 16 de junho de 2012

Construção de alguidá com material reciclável marca o primeiro dia da "Belém + 20".

O futuro do planeta também está em discussão no "Belém + 20 (vinte) e quantos mais vierem", evento que acontece no Instituto Nangetu no mesmo período da realização da "Cúpula dos Povos" na cidade do Rio de Janeiro. Pois a discussão sobre estratégias de preservação do meio ambiente tem que acontecer em todos os lugares do mundo.
A cidade e as manifestações da naureza, e a preservação da natureza em espaços urbanos estão na pauta da Belém +20 (vinte) e quantos mais vierem.

Neste sábado, dia 16 de junho, Mametu Nangetu reuniu com um pequeno grupo para, em uma descontraída roda de fazer junto, mostrar como as comunidades tradicionais de terreiros podem contribuir com a preservação do meio ambiente. Ela começou dizendo que nós cultuamos a natureza e que precisamos conservar os espaços da natureza para podermos preservar a essência do sagrado afo-brasileiro.
E como conservar o que "sobrou de natureza" em cidades como Belém?
Para ela é necessária a intervenção dos governantes para resolver muitos dos problemas ambientais, mas também chama a atenção para a necessidade de maior participação social e até de uma re-educação ambiental de todos os segmentos sociais, inclusive nas comunidades de terreiros.
A conversa seguiu sobre as oferendas religiosas em espaços urbanos e a conservação desses espaços públicos, como as encruzilhadas, as beiras de igarapés e as matas urbanas, que são utilizados em nossos rituais religiosos. Mametu Nangetu falou que para a redução dos impactos ambientais em zonas urbanas o ideal seria esperar o período necessário para que a divindade receba a oferenda e os proprios religiosos voltarem aos locais para recolher os dejetos ou então que a prefeitura tivesse um programa especial de coleta de lixo proveniente de oferendas afro-religiosas.
Como nenhuma das duas situações pensadas como ideal se tornaram uma prática na cidade de Belém, Mametu Nangetu propôs aos presentes que participassem da construção de alguidás com papel reciclado em uma roda de fazer junto, disse que um alguidá feito com reciclagem de papel se decompõe muito mais rápido do que os feitos com barro cozido, e que utilizar recipientes com matéria orgânica como folhas, ou recipientes recicláveis de rápida decomposição pode contribuir para a redução dos impactos ambientais para oferendas em matas e igarapés.
A reciclagem de papel ela conta que aprendeu numa oficina de construção bonecos para teatro de mamulengo, e que apenas adaptou a técnica para a construção de alguidá com papel reciclado...

Mametu Nangetu ensinou técnicas de reciclagem para a construção de recipientes de oferendas.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Belém + 20 (vinte) e quantos mais vierem.

Neste sábado, dia 16 de junho, a partir das 14h, o Mansu Nangetu estará recebendo lideranças de terreiros parceiros e convidados para a "Força Tarefa" em nome da consciência da preservação ambiental. É uma reunião para quem não pode ir para a Rio+20 mas quer manter o debate em dia.
O evento é articulado pelo Instituto Nangetu, ACAOÃ e ACIYOMI, tem o apoio do Forum Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional dos Povos de Terreiros, e vai acontecer sem uma programação rígida, serão rodas de conversas que vão se tornando rodas de fazer junto, que vão se tornando consciência ambiental....
Estratégias de preservação das matas e igarapés está na pauta dos Povos Tradicioanis de Terreiros.

A pauta para as conversas vai abordar temas de interesse dos Povos Tradicionais de Terreiros, são temas como as propostas dos afro-religiosos para os programas de governo dos candidatos de 2012 à prefeitura de Belém e estratégias para que a próxima gestão municipal desenvolva politicas publicas afirmativas para as comunidades de terreiros, e a necessidade de participação qualificada nas instâncias de diálogo e controle social das ações de governo.
Mas as propostas das lideranças de terreiros não se restringem aos ítens que serão apresentados aos governantes, e as ações sociais estão também em destaque nesse encontro. Para isso também serão debatidas as  estrateegias e ações que podem ser desenvolvidas pelas comunidades de terreiros para a preservação das matas e dos igarapés urbanos, assim como trocar experiências de soluções que as comunidades tem experi mentado para a redução dos impactos das oferendas que são feitas em espaços públicos da cidade de Belém.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

22 de junho "Viva São João", de Andrucha Waddington.

O Cineclube Nangetu continua com a programação em homenagem à quadra junina, são filmes que tratam de conhecimentos tradicionais e das culturas populares e tradicionais.

Sexta, 22 de junho - 19h.
Filme "Viva São João".
Cineclube Nangetu,
Tv, Pirajá, 1194 - Marco da légua
Belém/PA.
Fone - 91-32267599



Viva São João! 
Documentário, Direção: Andrucha Waddington, BRA/2002, 90 min

Sinopse: Tempos modernos, eternas e ricas tradições. "Viva São João!" é um road movie musical que percorre 19 localidades do Nordeste brasileiro. O filme registra o que há de mais inovador e de mais tradicional na maior celebração do ano: as festas juninas, com direito a histórias impagáveis, populares quadrilhas em chão de terra, quentão, quitutes típicos, vestimentas, decorações coloridas, luzes, fogos de artifício, religiosidade, simpatias... e até casamentos!
O filme mostra uma envolvente caravana que durante 15 dias de festas visita de Juazeiro, na Bahia, a Exu, em Pernambuco, das procissões em pequenas vilas às grandes festas das cidades médias, tendo a música como um de seus principais personagens. Em Viva São João!, Gilberto Gil aparece como personagem e apresentador desta festiva jornada, funcionando como mestre de cerimônias para seus entrevistados, como professor das origens da festa e como intérprete da música nordestina.
Viva São João! conta com convidados para lá de especiais, como Dominguinhos, Marinês, Sivuca, Alceu Valença, Targino Gondim, entre outros. A música do longa-metragem também surge nas filmagens do show de Gilberto Gil, na Praia de Botafogo, no Rio, com participações de Margareth Menezes, Elba Ramalho e Alexandre Pires. A idéia de rodar Viva São João! surgiu na época em que Andrucha Waddington e sua equipe viajava pelo interior do Nordeste à procura de locações para o seu segundo e premiado longa-metragem, Eu Tu Eles.

15 de junho - Mostra Itinerante For Raimbow.

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E agora Luke
Direção: Alan Nóbrega - Rio de Janeiro/RJ
Luke é um rapaz que está iniciando a sua vida adulta e é obrigado a se defrontar com os seus valores religiosos, morais, sociais, após um segredo seu ser descoberto.

GLOSSário
Direção: Fabinho Vieira - Fortaleza/CE
Duas travestis, com todo seu carisma e encanto, revelam os significados dos termos e gírias próprios que já caíram no gosto popular.

Eu não quero voltar sozinho
Direção: Daniel Ribeiro - São Paulo/SP
A vida de Leonardo, um adolescente cego, muda completamente com a chegada de uma novo aluno em sua escola. Ao mesmo tempo ele tem que lidar com os ciúmes da amiga Giovana e entender os sentimentos despertados pelo novo amigo Gabriel.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

12 de junho, 18h - Cineclube Nangetu apresenta "Pássaros Andarilhos e Bois Voadores", de Luiz Arnaldo Campos.

No dia de Santo Onofre o Cineclube Nangetu continua com a programação em homenagem à quadra junina, são filmes que tratam de conhecimentos tradicionais e das culturas populares e tradicionais.
Informamos que no período da trezena de Sto. Onofre as sessões iniciarão às 18h.


12 de junho de 2012 - terça-feira - 18h
Filme: Pássaros andarilhos e bois voadores

Cineclube Nangetu
Tv. Pirajá, 1194 - bairro do Marco da légua.
Belém/PA.
fone: 32267599



"Pássaros Andarilhos e Bois Voadores", de Luiz Arnaldo Campos, Belém/PA, 2011. 15 min.
Sinopse: Uma fada e uma feiticeira do Cordão de Pássaro “Quero-Quero” disputam a tripa do Boi Flor de Liz com sortilégios amorosos. Com delicadeza e malícia a trama se desenvolve fazendo um mergulho no universo dos Bumbás, e Cordões de Pássaros da Belém de tempos imemoriais. Festa, magia e encanto.

domingo, 10 de junho de 2012

16 e 17 de junho tem mutirão de cadastro de eleitores e formação do Fórum Setorial Culturas Afro-Brasileiras que vai eleger o Colegiado Setorial de Culturas Afro-brasileiras.

O Instituto Nangetu fará um mutirão de cadastro de eleitores e formação do Fórum Setorial Culturas Afro-Brasileiras que vai eleger o Colegiado Setorial de Culturas Afro-brasileiras.
veja mais em http://www.cultura.gov.br/setoriais/afro/
Nos dias 16 e 17 de junho o Instituto Nangetu vai disponibilizar um scaner e um computador conectado à internet para realizar, prioritariamente, o cadastro de eleitores de Povos Tradicionais de Terreiros para participarem do Fórum de Culturas Afro-brasileiras, os interessados devem comparecer na sede do instituto, sito: Tv. Pirajá, 1194 – bairro do Marco da légua, fone: 32267599, com os dados e os documentos necessários e cuja lista está maios abaixo.
Para cadastrar eleitores no Fórum Setorial das Culturas Afro-brasileiras é preciso preencher os dados do formulário, assim como trazer os documentos de comprovação pedidos abaixo

Dados Pessoais
Nome Completo: *
Nome Artístico / Apelido:
CPF: *
RG: *
Nascimento: *
Naturalidade: *
E-mail: *
Comunidade:

Localização
Endereço: *
Complemento:
Bairro: *
CEP: *
Cidade: *
UF: *

Dados Profissionais
Formação: *
Área de Atuação: *

Descrição do vínculo empregatício ou atuação profissional autônoma.

Apresentação: ( 3000 caracteres )

Segmento da área técnico-artística ou de patrimônio cultural que representa:
  1. Povos Tradicionais de Terreiros
  2. Comunidades quilombolas
  3. Mestres
  4. Expressões artístico cultural
  5. Patrimonio imaterial
  6. Pesquisadores de cultura afro-brasileira

Documentos para anexar (em pdf com no máximo 1MB.)
  1. Comprovação de Três Anos de Atuação no Setor: * (trazer documentos que comprovem a atuação na área)
  2. Curriculo ou Diploma Profissional ou Registro Profissional no Ministério do Trabalho (DRT) ou Participação em Entidade/Comunidade representativa da área ou segmento no formato .
  3. Identidade: *
  4. CPF: *
  5. Comprovante de Residência:



O que é o colegiado de culturas afro-brasileiras?

Os Colegiados Setoriais são órgãos integrantes da estrutura do Conselho Nacional de Política Cultural – CNPC, nos termos do art. 6º e do art. 9º do Decreto nº 5.520, de 24 de agosto de 2005, alterado pelo Decreto nº 6.973, de 07 de outubro de 2009.

Os Colegiados são instâncias de formulação das políticas setoriais e têm como competência debater, analisar, acompanhar, solicitar informações e fornecer subsídios ao CNPC para a definição de políticas, diretrizes e estratégias dos respectivos setores culturais.

De acordo com o artigo 12 do Decreto 5.520/2005, integram o CNPC sete representantes da área do patrimônio cultural – entre as quais está o segmento de Culturas Afro-brasileiras – indicados pelos membros da sociedade civil, nos colegiados setoriais afins ou, na ausência destes, por escolha do Ministro de Estado da Cultura, a partir de lista tríplice organizada pelas associações das áreas de patrimônio cultural, de acordo com as normas definidas pelo Ministério da Cultura.

Como ainda não havia sido instalado o colegiado setorial, os atuais representantes do setor no Plenário do CNPC foram designados pelo Ministro da Cultura, a partir de uma lista tríplice indicada pelos participantes da Pré-Conferência Setorial de Culturas Afro-brasileiras, realizada em 2010, por meio da Portaria nº 79 de 23 de julho de 2010. A Pré-Conferência definiu também as estratégias Setoriais Prioritárias aprovadas pela II Conferência Nacional de Cultura.

Em cumprimento ao Decreto 5.520/2005, que institui os colegiados setoriais como instâncias do CNPC, foi aprovada pelo plenário do Conselho a criação de um Grupo de Trabalho com o objetivo de elaborar estudos para definição da composição e para o processo de eleição dos membros do Colegiado Setorial de Culturas Afro-brasileiras (Resolução nº 13 do CNPC).

O Colegiado de Culturas Afro-brasileiras será composto por cinco representantes do poder público e quinze representantes da sociedade civil. Os representantes da sociedade civil para o primeiro mandato do Colegiado Setorial de Culturas Afro-brasileiras serão eleitos no Fórum Nacional Setorial de Culturas Afro-brasileiras, conforme processo eleitoral publicado pela Portaria nº 51 da Ministra de Estado da Cultura. O Fórum terá também o objetivo de discutir as diretrizes para as Políticas Públicas do Setor visando à elaboração do Plano Setorial de Culturas Afro-brasileiras.

Lideranças de Terreiros reuniram para porpor políticas públicas para o Municiípio de Belém

Um grupo de lideranças de terreiros de Belém se reuniu com a Dep. Araceli Lemos e Jurandir Novaes, que são da equipe de construção da proposta de diretrizes e planejamento de governo do pré-candidato à prefeitura de Belém Edmilson Rodrigues (PSoL).


A reunião foi para a apresentação, aos candidatos, do acúmulo de discussão de propostas de políticas públicas de interesse dos Povos Tradicionais de Terreiros.
Foram apresentadas as discussões em pauta nos Conselhos estaduais e municipais nos quais as lideranças de terreiros tem assento, o de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, o de Políticas para Mulheres, o de Saúde e o de Segurança Alimentar, e apresentadas as propostas concretas oriundas da Conferência Livre de Cultura dos Afro-religiosos da Zona Metropolitana de Belém (conheçam as propostas neste link), com a ressalva de que elas precisam de adaptação para a gestão municipal já que foram direcionadas ao governo federal e ao MinC.
As lideranças presentes escolheram o Táta Kinamboji (Arthur Leandro) e o Iyawò Edgard Vasconcelos para realizar a sistematização e adaptação das propostas apresentadas para a aplicação no município de Belém - trabalho que será feito nesta segunda-feira.

sábado, 9 de junho de 2012

“Festa de Ogum” no Terreiro de Candomblé Angola Rundembo N´gunzo de Jaciluango.



O Terreiro de Candomblé Angola Rundembo N´gunzo de Jaciluango, convida a Comunidade Afro Religiosa e Amigos para a “Festa de Ogum” e saída do novo sacerdote da casa, filho de Ogum.

Dia: 13 de junho de 2012 (Quarta-feira, Dia de Santo Antônio)
Início: 19h
Endereço: Trav. Mariz e Barros, nº 1609 (entre Marques e Visconde) - Bairro Pedreira.

Contamos com sua presença!

Taata Édson Kutala

terça-feira, 5 de junho de 2012

Cineclube Nangetu em homenagem à quadra junina.

Nesta sexta-feira, dia 8 de junho, o Cineclube Nangetu continua com a programação em homenagem à quadrqa junina, são filmes que tratam de conhecimentos tradicionais e das culturas populares e tradicionais.
Informamos que no período da trezena de Sto. Onofre as sessões iniciarão às 18h.


08 de junho de 2012 - 18h.
Cineclube Nangetu
Tv. Pirajá, 1194 - Marco da Légua
Belém/PA
91-32267599


DE RAÍZES E REZAS, ENTRE OUTROS. de Sergio Muniz e Francisco Ramalho Junior. Bra, 1972, 38 min.



Sinopse Sebastião é um raizeiro que aprendeu com a vida a retirar da natureza os remédios para todo tipo de malefício que atinge homens e animais. A Quixabeira para curar osso quebrado; a folha de abacate para o tratamento de fígado e rins; a Emburana de cheiro para gripe e o Manacá para doenças sexualmente transmissíveis. Dana Maria da Soledade de Oliveira ensina rezas para afastar inimigos e para abrir portas na vida.

domingo, 3 de junho de 2012

Povos de Terreiros reunem em Brasília.

GT de Povos Tradicionais de Terreiros (foto de Lula Dantas)





texto originalmente publicado aqui

A Comissão Nacional de Povos Tradicionais de Terreiros, formada por membros da sociedade civil, do Ministério da Cultura (Secretaria de Cidadania Cultural, Fundação Cultural Palmares e Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR/PR) esteve reunida no Ministério da Cultura/ Secretaria de Cidadania Cultural, em Brasília, nos dia 29 e 30 de maio.
O encontro discutiu as diretrizes e ações aprovadas durante a I Oficina Nacional de Elaboração de Políticas Públicas de Cultura para Povos Tradicionais de Terreiros, realizada pelo Ministério da Cultura, por meio da SCC, dos dias 27 a 30 de novembro de 2011, em São Luis(MA).
A I Oficina voltada para os Povos Tradicionaias de Terreiros teve como objetivo subsidiar a construção de políticas culturais para o segmento, com vistas à proteção, promoção e consolidação de suas tradições, reconhecendo seus ritos, mitologias, simbologias e expressões artístico-culturais.  O MinC/SCC reunirá todas as propostas e diretrizes aprovadas na Oficina em um documento final que será publicado em data ainda a ser definida e disponibilizado no site oficial do Ministério.
A Oficina foi realizada numa parceria da SCC/MinC, da Fundação Cultural Palmares (Palmares), do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) e da Comissão Nacional de Povos de Terreiros. O evento também contou com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura do Maranhão (SECMA), da Secretaria da Igualdade Racial do Maranhão (SEIR/MA)  e da Prefeitura de São Luis (FUNCMA).
Foto: Lula Dantas

Durante a Oficina, que reuniu cerca de 300 participantes na capital do Maranhão, foram aprovadas nove propostas distribuídas entre 5 eixos temáticos (Patrimônio Cultural e Direitos; Fomento em Sustentabilidade; Direitos Civis e Culturais; Cultura e Comunicação; e Cultura, Saúde e Meio Ambiente). Dentre as propostas aprovadas na I Ofic ina estão a implementação de um Cadastro das Instituições de Terreiro; a realização de mapeamentos e identificação dos terreiros existentes; e a elaboração de uma Política Nacional para terreiros, que contemple a criação de editais, em âmbito nacional, que garanta a execução de instrumentos e inventários  e salvaguarda, a curto, médio e longo prazos, voltados à preservação cultural material e imaterial dos povos de terreiro.
Pontão de Cultura
De acordo com a secretária de Cidadania Cultural do MinC, Márcia Rollemberg, que participou do encontro na tarde de hoje (30 de maio), uma das ações que deverão ser implementadas, no âmbito do Programa Cultura Viva, é a criação de um Pontão de Cultura voltado para as comunidades tradicionais, incluindo os povos de terreiro. “Esse pontão incentivará a pesquisa, e contribuirá com a formulação e a articulação de políticas públicas, o fortalecimento institucional das comunidades e a discussão do próprio (Programa) Cultura Viva para as comunidades tradicionais”, explicou a secretária, acrescentando que é importante identificar, entre os 3.703 pontos de cultura existentes hoje em todo o país, quais os que desenvolvem ações voltadas para as comunidades de povos de terreiros ou que são Pontos de Cultura de Terreiros.
Para Márcia Rolemberg a aproximação com o segmento, que começou durante a II Conferência Nacional de Cultura, realizada em Brasilia em 2010, aconteceu num momento favorável, tendo em vista a aprovação do Plano Nacional de Cultura, o Redesenho do Programa Cultura Viva e a renovação do Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC) neste ano. “Precisamos trabalhar as metas do PNC  que tenha interface com as comunidades tradicionais, além de buscar parcerias internamente, no âmbito do próprio MinC, e externamente como o Ministério da Educação, a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República, e os Ministérios do Desenvolvimento Social e do Meio Ambiente”, defendeu a secretária.
Além dos integrantes da Comissão, também estiveram presentes no encontro de ontem e hoje (29 e 30) a coordenadora-geral do Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC), Maria Helena Signorelli, que falou sobre o processo eleitoral dos Colegiados do CNPC; Tiago Almeida, assessor da Secretaria-Geral da Presidência da República, que falou sobre o processo de regulamentação da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e Silvany Euclênio, secretária de Comunidades Tradicionais da SEPIIR, que apresentou o resultado do Seminário: Povos Tradicionais de Terreiros – Território das Matrizes Africanas no Brasil, realizado em 14 e 15 de dezembro de 2011 em Brasilia.
Rede de Comunicação
O Ashogun Aderbal do Rio de Janeiro e integrante das Comissões Nacional de Pontos de Cultura e dos Povos de Terreiros, acredita que uma das primeiras ações a serem adotadas pelo segmento e pelos integrantes da comissão é a de criar uma rede virtual de comunicação para facilitar a articulação entre as comunidades e os parceiros.
Já Pai Lula, de Itabuna(BA) agradeceu pela aproximação do segmento com o Governo. “Hoje me sinto auscultado. Agora   temos esse instrumento de discussão e precisamos trabalhar na divulgação da nossa cultura que é a base de nossa ancestralidade”, observou.
Para Jô Brandão, coordenadora de Povos e Comunidades Tradicionais da SCC/MinC, o importante agora é trabalhar para que se concretize as metas aprovadas na I Oficina. “Temos que levar aos estados e municípios essa discussão para crescermos em parceria e na efetivação das metas”. Para Jô Brandão uma outra ação importante é a criação de um Grupo de Trabalho interministerial para discutir ações conjuntas voltadas aos povos de terreiros.
(Redação: Heli Espíndola, Comunicação/SCC)

sexta-feira, 1 de junho de 2012

O tabaco e a cultura popular.


Um problema com o DVD com o filme da programação pensada para o dia 1 de junho fez com que a comissão editorial do cineclube tivesse que fazer uma mudança de última hora, e depois de consultar os presentes sobre as possibilidades de substituição, foi exibido o “Erva bruxa”.
Erva bruxa (Paulo Gil Soares, 1970, 21min)
Erva bruxa é o nome popular pelo qual o tabaco também é conhecido. A plantação e processamento do fumo por pequenos agricultores em regime familiar na região do recôncavo baiano.













As conversas aconteceram naturalmente durante a exibição do filme, foram interjeições de espanto quando apareceu a flor da planta do tabaco, e reflexões sobre a exploração da mão de obra de comunidades negras que trabalham no plantio e nas industrias da tabacaria em condições precárias.
Conhecer o uso do tabaco na prevenção de cáries e no branqueamento dos dentes, assim como a informação de suas propriedades bactericidas despertou o interesse dos membros do terreiro em pesquisar mais sobre a cultura do tabaco e seu uso medicinal.

Cinema e Direitos Humanos em debate!


O Cineclube Nangetu em articulação com a rede de cineclubes em terreiros da zona metropolitana de Belém e com o Conselho Nacional de Cineclubes, fez parceria com o Cineclube Café com Direitos Humanos para a realização de duas sessões cineclubistas em comemoração aos 35 anos de fundação da Sociedade Paraense de Defesa de Direitos Humanos - SDDH.
A programação contou com a presença do cineasta Luís Carlos Alencar, que veio a Belém para participar da exibição de estréia de seus filmes e dos debates sobre eles.
Fragmentos de Mindelo, no auditório da SDDH.

Na sexta-feira 25 de maio teve a exibição no auditório da SDDH, em Nazaré, com a estréia em Belém do filme que Luís Carlos fez com outros cinco realizadores: “Fragmentos de Mindelo” (Cabo Verde, 2011), e esta programação também fez alusão ao Dia Internacional da África com o filme que aborda a vida social e cultural em Mindelo, no Cabo Verde (África), um dos países mais pobres do mundo.
Foi Francisco Weyl, coordenador da PARACINE, quem tomou a palavra ao fim da exibição do “Fragmentos de Mindelo”, ele contextualizou as ilhas vulcânica que formam o arquipélago de Cabo Verde, e fess esse painel à partir de relatos de sua vivência naquele país, seguido pelos relatos da percepção do diretor do filme quando de sua estadia pelas cidades do país. 
A sensação de todos os demais presentes foi a de estar fazendo uma constatação, a constatação de que nós desconhecemos completamente os países africanos, e quando algum desses outros se manifestava havia duas direções possíveis para os discursos – ou indagavam curiosos por tentar compreender as situações retratadas no filme, ou relatavam similaridades do que viram com a cultura brasileira.
Desde o comportamento de Da. Valentina à mesa, até os problemas de moradia da população de baixa renda, tudo de certa forma se parecia com a gente daqui, e ao fim o que se pode dizer é que todos ali receberam uma 'aula' sobre as africanidades em Cabo Verde, aula com gostinho de quero mais.

No sábado 26 de maio foi a vez do Cineclube ARCAXA, que funciona no salão de rituais do Terreiro Nagô de Leko Xapanã de Pai Orlando Bassu, no bairro do Guamá, receber o filme “Bombadeira” - um filme que retrata o universo das transexuais que transformam o corpo com aplicações clandestinas de silicone em outras travestis para feminizar o corpo. O filme traz o debate sobre a questão da identidade de gênero, e esta sessão teve a intenção de colocar em questão para as comunidades de terreiros os diretos da escolha do gênero.
Bombadeira, no cineclube da ARCAXA.

Ainda com uma expressão de espanto, Mametu Nangetu disse que não sabia como eram feitas as aplicações de silicone, e que depois de ver todo o processo percebeu que tem que ter muita convicção do que a pessoa quer para enfrentar tamanha dor em condições tão precárias, e que passou a respeitar mais ainda as travestis e as transexuais.
Assim que encerrou a projeção do filme, Pai Bassu agradeceu a todas as organizações envolvidas na programação e disse que se sentia honrado de poder acolher em sua casa a sessão da rede de cineclubes nos terreiros e a todos os que atenderam ao convite e compareceram ao evento.
A roda de conversa aconteceu na cozinha ao redor da mesa com pratos de camusquim e vatapá especialmente preparados para receber os convidados, e nesse momento Táta Kinamboji (Arthur Leandro), diretor do Conselho Nacional de Cineclubes – CNC, e agitador do GT de Comunidades de Terreiros da PARACINE, provocou as manifestações sobre as identidades de gênero nos terreiros afro-amazônicos. Arthur apresentou o diretor do filme e disse que fez questão de realizar a sessão no cineclube da ARCAXA por ser um dos primeiros terreiros a aceitar a presença de travestis e transexuais em sua comunidade.
Pai Orlando Bassu passou, então a relatar as reações que teve de enfrentar quando acolheu em sua casa a Jalusa Grimaldi para realizar os rituais de iniciação, falou que algumas lideranças de terreiros se referiam à Jalusa como “homem de saia”, e que tentaram até interditar o seu templo religioso. Outros casos que geraram conflitos vieram à pauta do debate, revelando que apesar dos terreiros não discriminarem a diversidade sexual, a questão de gênero ainda parece ser pouco compreendida pelos membros das comunidades.
Para as lideranças de terreiros esse debate está apenas começando, e foi consenso reconhecer a importância de ter conhecido as histórias de transexuais e travestis documentadas no filme do Luís Carlos Alencar, principalmente porque algumas delas são de terreiros e quando relatam as suas escolhas, convicções e as situações que vivenciam, os seus discursos refletem a essência das mitologias e o respeito às religiões afro-brasileiras.
Mametu Nangetu mobilizou a comunidade do seu terreiro e esteve presente com seus filhos nas duas sessões realizadas em espaços de organizações parceiras.

A programação é realizada pela SDDH, em parceria com o Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros (CNC), com a Federação Paraense de Cineclubes (PARACINE) e com a Rede de Cineclubes em Terreiros da Zona Metropolitana de Belém.