AS FALAS DA PÓLIS: A Igualdade Racial no Pará: Confiram a entrevista concedida ao blog, via bate papo do Facebook, pelo professor universitário e afro-religioso Arthur Leandro, que neste...
Diógenes Brandão - E falando do Pará, quais as políticas para comunidades de terreiros existentes no Estado do Pará?
Arthur Leandro - No governo Jatene? Nada! Pra quem não se lembra, a campanha do primeiro governo do Jatene em 2002 protagonizou uma das maiores intolerâncias religiosas no estado do Pará.
Diógenes Brandão - Como foi isso?
Arthur Leandro - O caso foi o seguinte: a gestão municipal era petista, com Edmilson Rodrigues, e o vereador Ildo Terra (PT) havia procurado lideranças de Terreiros para conversas que pudessem instrumentar o seu mandato para a proposição de políticas públicas para povos de terreiros.
Uma das coisas que eu falei ao Ildo Terra foi que em 1994 o Mansu Nangetu precisava fazer um ritual fúnebre no cemitério, e a prática até então era a de subornar os vigilantes noturnos e fazer esses rituais na madrugada.
Disse que eu convenci os sacerdotes do Mansu que a constituição nos dava liberdade de culto e que não precisávamos mais desses artifícios para realizar os nossos rituais, e então fomos ao cemitério municipal de Santa Isabel às 14h.
O cemitério não estava preparado para nos receber, e em principio o porteiro não nos permitiu a entrada, criando uma situação constrangedora que se resolveu depois de muito stress.
Dessas conversas com a base do governo municipal se traçou diversas ações que promoviam a cidadania da população de terreiros, inclusive um ato administrativo que orientava os funcionários dos cemitérios municipais para o tratamento digno a praticantes de quaisquer religiões e que evitava constrangimentos como o que tínhamos passado.
Um dos resultados dessas conversas foi a Festa das Raças, que aconteceu no final de agosto de 2002 dentro do Palácio Antônio Lemos, e que celebrava a conquista de políticas públicas e cidadania e a visibilidade social que a prefeitura finalmente promovia para povos de terreiros. Essa celebração foi filmada pelo gabinete do então vereador evangélico e fundamentalista Paulo Queiroz (PSDB), e essas imagens foram utilizadas em duas edições grosseiras que misturavam as imagens da festa com imagens de suposto despachos dentro de túmulos e que usavam linguagem jornalística para caluniar o prefeito e as comunidades de terreiros com a seguinte manchete “Prefeito abre cemitérios para macumbeiros violarem túmulos”.
Como a sessão aconteceu no mesmo dia dos rituais de Pangu Nvumbi, e as sessões normalmente acontecem no salão de rituais publicos do Mansu, e neste dia o salão estava ocupado com a cerimonia, esta sessão foi programada para acontecer ao ar livre - solução que também não foi possivel por causa da chuva, e para que não fosse prejudicada a espectativa do público que esperava pelo filme, então foi negociada a exibição numa TV de 50 polegadas num epsaço menor.
A sessão aconteceu antes do Pango Nvumbi - o ritual do morto-, cerimônia que celebra os antepassados na tradição Bantu, e a maioria dos presentes eram sacerdotes que esperavam a cerimônia começår.
Houve uma troca inesperada, na realidade uma pequena confuão inverteu a
ordem dos filmes programados para a celebração da Consciência Negra, e
esta sessão infantil foi acidentalmente antecipada e virou a sessão de abertura
da semana, e mesmo que a maioria tenha se divertido com as aventuras de "O Saci" e com a animação"Macaco feio, macaco bonito", uma parte da comunidade ficou impaciente pois esperava alguma temática que tivesse relação com a cerimônia para a qual estavam se preparando.
Para a SECULT: Defender e valorizar o patrimônio cultural material e imaterial;
Incentivar a publicação de literatura com a temática afro-amazônica e fomentar publicações de temáticas afro-religiosas;
Incentivar a produção de literatura, em especial a infanto-juvenil, com a temática afro-amazônica.
Criar Edital específico para a publicação de literatura afro-religiosa amazônica;
Criar programa de capacitação de escritores para as Casas de Cultos de Comunidades Tradicionais de Terreiros
Criar programa de incentivo a leitura em Casas de Cultos de Comunidades Tradicionais de Terreiros.
Realizar o levantamento das manifestações culturais afro-brasileiras e afro-religiosas existentes no Estado do Pará
Catalogar as manifestações da cultura e religiosidade de origem e influência africana no Estado do Pará;
Publicar os resultados da pesquisa em livro(s) e em publicações eletrônicas, inclusive na internet.
Criar programa de capacitação de gravação de
produções musicais das Comunidades Tradicionais de Terreiros, incentivar
e instalar estúdios experimentais de gravação de áudio em terreiros.
Construção, instalação e funcionamento de Centros
de referência das culturas afro-amazônicas em todas as micro-regiões do
Estado do Pará.
Criar instituições culturais com a temática
afro-amazônica para abrigar e difundir o conhecimento tradicional e a
produção cultural afro-amazônica;
Difundir a cultura afro-amazônica através do
incentivo á publicação de livros, Cds, DVDs e outras mídias e da
distribuição do material produzido. E da criação de veículo de difusão
de informação e da produção cultural das comunidades Tradicionais de
Terreiros.
Para a SEDUC: Realizar capacitação
continuada de professores das escolas públicas próximas de Casas de
Culto de Comunidades Tradicionais de Terreiros considerando as práticas
religiosas e culturais do entorno de cada escola
Criar programa que promova a aproximação do corpo
docente, discente e técnico das escolas localizadas na vizinhança dos
terreiros e as que atendem os filhos das populações de Comunidades
Tradicionais de Terreiros com as práticas afro-religiosas existentes no
seu entorno.
Contribuir com a implantação da Lei 10.639 e
Capacitar professores das escolas próximas a Comunidades Tradicionais de
Terreiros para a valoração positiva da história e da cultura
afro-amazônica e afro-brasileira.
Criar o "Prêmio Amazônia Negra de educação" Para
premiar iniciativas e experiências inovadoras de professores da rede
estadual de ensino que valorizem positivamente a história e a cultura
afro-amazônica e em especial a cultura religiosa existente no Estado do
Pará.
Estimular professores da rede estadual de ensino a
valorizar a história, a cultura e a participação das populações negras
para a construção do Estado do Pará.
Criar um setor específico para a temática
afro-amazônica nas bibliotecas escolares; distribuir a produção
literária afro-amazônica para as bibliotecas das escolas da rede
estadual de ensino básico
Para a UEPA: Criar banco de dados de professores com
produção científica compatível com as necessidades da ação; Estabelecer
parcerias com outras instituições de ensino e com demais profissionais
cuja produção científica seja de interesse da ação;
Criar e implantar programa de extensão de capacitação de
professores de escolas de Casas de Cultos de Comunidades Tradicionais de
Terreiros. Buscar parceiras com outras instituições de ensino superior
e;
Criar programa de pós-graduação interdisciplinar que aprofunde o
conhecimento sobre a população de Comunidades Tradicionais de Terreiro
no Pará e na Amazônia.
Para a FAPESPA: Incentivo a pesquisa e produção cientifica com a temática afro-amazônica no Pará.
1.
Estimular a produção de conhecimento sobre a história e a cultura
afro-brasileira no Estado do Pará, em especial sobre as especificidades
das manifestações religiosas afro-amazônicas;
2. Fomentar pesquisas científicas com a temática afro-brasileira e afro-religiosa;
3. Contribuir com a valoração positiva da história e da cultura afro-amazônica;
4.
Criar, incentivar e disponibilizar para a SEDUC e secretarias
municipais de educação, um banco de dados da religiosidade
afro-amazônica existentes no Pará.
5. Incentivar a publicação e
o uso em escolas de material didático que valorize a participação da
população negra na construção da história e da cultura, inclusive a
cultura religiosa regional.
6. Criar programa de bolsas
específico para incentivar pesquisas em todos os níveis de ensino com a
temática afro-religiosa no Estado do Pará. (importante que esse programa
não se restrinja aos professores universitários. Que tenha a
possibilidade de financiar pesquisa de professores das redes municipais e
estadual de ensino básico; e de profissionais qualificados sem vínculos
com instituições de ensino) [para a SEDUC: Incentivar os professores da
rede estadual de ensino a participar como pesquisadores do programa de
pesquisa da FAPESPA; Produzir e distribuir material didático sobre a
história, a cultura e a participação social das populações negras na
construção do Estado do Pará e da Amazônia].
Comunicação Social.
Para a SEDECT: Instalação de Infocentros (projeto Navega Pará) em Casas de Cultos de Comunidades Tradicionais de Terreiros
Priorizar (ou outro verbo mais apropriado) a instalação de infocentros
em Casas de Cultos de Comunidades Tradicionais de Terreiros.
Prover gratuitamente acesso à Internet e a tecnologias digitais para a
população de Comunidades Tradicionais de Terreiros (ou a prioridade de
implantação do programa cidade digital nas proximidades de terreiros);
Capacitar a população Comunidades Tradicionais de Terreiros para o uso de tecnologias digitais;
Incentivar
a população de Comunidades Tradicionais de Terreiros para a produção de
sites, de blogs, de conteúdos em áudio, audiovisual e em outras
tecnologias digitais;
Para a SECOM:
Estimular a criação de, e a participação em, veículos de comunicação da
dita grande mídia; e a produção de textos e impressos, de programas de
rádio e de televisão, inclusive rádio-web e tv-web.
Criar programa de capacitação em comunicação popular para as populações
de Casas de Cultos de Comunidades Tradicionais de Terreiros;
Prover os equipamentos necessários para a instalação de rádios comunitárias em terreiros..
Incentivar a produção e difusão musical nas comunidades Tradicionais de
Terreiros através da criação de implantação de rádios comunitárias em
Casas de Cultos de Comunidades Tradicionais de Terreiros.
Criar
mecanismos de combate ao racismo e à intolerância às práticas
afro-religiosas em veículos de comunicação comerciais no Estado do Pará.
Para a SECULT: Criar programa de capacitação em artes digitais, específico para as populações de Comunidades Tradicionais de Terreiros,
Para a FUNTELPA: Combate ao racismo e a intolerância religiosa através de Campanha publicitária televisiva
Criar e manter em sua programação programas televisivos e radiofônicos
produzidos e apresentados por membros de Comunidades Tradicionais de
Terreiros.
Valorizar positivamente a imagem das populações das Comunidades
Tradicionais de Terreiros incluindo essa temática nas pautas dos
programas da TV e das emissoras de rádio da FUNTELPA.
Para a SEJUDH: Criar campanha publicitária educativa de combate
ao preconceito racial e à intolerância religiosa; de valorização
positiva da imagem do negro no Estado do Pará; de valorização da cultura
e da religiosidade afro-amazônica no Pará;.
Para todas as secretarias de governo: Distribuir o material
produzido para veiculação em escolas e demais instituições públicas
estaduais (cartazes em quadros de aviso, áudios nas rádios públicas e/ou
em emissoras educativas, vídeos na rede da TV Cultura e em eventos da
escola e/ou cerimônias públicas de instituições estaduais).
Propostas sistematizadas por Táta Kinamboji/ Mansu Nangetu.
Plenária Livre Afro-reliosa para a Igualdade Racial.
O Instituto Nangetu de Tradição Afro-religiosa, em parceria com o
INTECAB-PA, ACAOÃ e Rundembo de Bamburucema, vem por esta convidá-lo a
participar da Plenária Livre Afro-religiosa da Zona Metropolitana de
Belém.
Local: Mansu Nangetu - Tv. Pirajá, 1194 - Marco da Légua/ Belém do Pará. Tel: 32267599
horário: das 13 as 19hh
A Plenária afro-religiosa tem por objetivos discutir políticas públicas e apresentar propostas para:
1. a sobrevivência das práticas Afro-religiosas, e
2. para o combate à intolerância religiosa e ao preconceito e
discriminação contra as religiões afro-amazônidas e afro-brasileiras.
Metodologia:
Toda a plenária se organiza em rodas de conversas onde a participação de
todos se faz importante para a contextualização das práticas
afro-religiosas no universo dos participantes da plenária; ou seja:
partindo de exemplos de fatos vividos pelos participantes que se r
elacionam com os eixos temáticas: a) Eduacação e Cultura; b) Saúde; c)
Terra, moradia e direito a construir locais de culto; d)
Sustentabilidade, emprego e geração de renda; e) Segurança Pública com
garantia de respeito à cidadania e aos direitos humanos; e f) Insersão
respeitosa de temas e eventos afro-religiosos nos grandes meios de
Comunicação e o direito ao exercício da Comunicação Social e
Comunitária; elabora-se propostas de políticas para serem adotadas pelo
Estado do Pará e pelo Brasil, visando a melhoria das condições de vida e
a valorização positiva dos praticantes da diversidade religiosa
afro-amazônica. Cada tema tem um responsável por sistematizar as
discussões e propostas apresentadas. O conjunto das propostas será
encaminhado para a CEPPIR como propostas de comunidades tradicionais de
terreiros para a CONEPPIR.
Programação.
13h - acolhimento e recepção dos convidados;
14h - ato religioso e apresentação dos objetivos e metodologias da plenária.
14:30 - formação das rodas de conversas por eixos temáticos;
18h - leitura, discussão e aprovação das propostas sistematizadas;
19h - encerramento com ato religioso e programação cultural
Contamos com sua presença e participação, pois é assim que vamos fazer os governantes nos ouvirem.
Belém, 5 de maio de 2009.
Mam'etu Nangetu Uá Nzambi.
Presidente do Instituto Nangetu
(Descrever
de forma sucinta como foi a preparação e realização da
conferência livre, qualificando e quantificando o público
participante)
A ConferenciaLivre de Cultura do segmento afro-religioso foi
convocada por 3 entidades representativas de Comunidades
Tradicionais de Terreiros e do Movimento Negro: Instituto Nangetu
de Tradição Afro-religiosa e Desenvolvimento Social, Associação
Cultural Afro-brasileira de Oxaguiã – ACAOÃ e Congresso
Nacional Afro-Brasileiro – CNAB/PA. Toda a divulgação
aconteceu em redes e plataformas de internet, através do projeto
AZUELAR, do Instituto Nangetu, principalmente através da
Comunidade Afro-religiosa na plataforma
ning:http://afropara.ning.com/events/conferencia-livre-de-cultura e
da circulação na plataforma do orkut do fly virtual criado por
Alex Leovan. Compareceram 19 interessados em discutir os temas
propostos. A Conferência foi aberta com uma saudação
religiosa seguida do pronunciamento das entidades e autoridades
presentes: representante da ACAOA, do Instituto Nangetu, da
Konsenzala de Kafunge, do Conselho Municipal de Negras e de Negros
de Belém, da Fundação Curro Velho representando a SECULT, da
CEPPIR representando a SEJUDH, e da Regional Norte do MinC.
IV
– DESENVOLVIMENTO:
(Descrever
o processo de organização e realização da conferência livre
destacando os aspectos positivos e dificuldades enfrentados neste
processo- até 2 laudas)
Antônio Amaral, o Babá Kitalamy, iniciou a programação
explicando o que são e para o que servem as conferências,
passando em seguida ao representante da Regional Norte do MinC,
Sr. Alberdan Batista, que apresentou o histórico de Conferências
anteriores e fez uma análise dos avanços alcançados. Avaliou-se
também a atuação do Fórumj Permanente das Culturas Paraenses -
FPCP, e concordou-se que quando das reuniões presenciais a
discussão permanecia madura e as culturas permaneciam
fortalecidas. Chegou-se à conclusão de que é necessário cobrar
do Município de Belém e do estado do Pará a sistematização
das propostas da primeira conferência, e a conclusão dos planos
municipal e estadual de cultura, documento necessário para o
acompanhamento e para a verificação da execução da política
cultural. Em seguida iniciou-se a discussão das propostas,
tomando como base as diretrizes elaboradas em plenária
afro-religiosa preparatória para a II Conferência Estadual de
Políticas de Promoção da Igualdade Racial, sendo aprovado o
conjunto de propostas e escolhido uma comissão de sistematização
e encaminhamentos, com a função de selecionar apenas as
propostas de interesse da Conferência de Cultura, adequar ao
modelo de relatório das Conferências Livres de Cultura e
encaminhar aos órgãos e autoridades competentes. A Comissão é
composta por: Luís Cunha - Babá Tayando, Arthur Leandro - Táta
Kinamboji, Gianno Quintas - Táta Kassuleká, Mametu Kátia Hadad,
Daniela Cordovil e Welington Carvalho.
V-
QUADRO SÍNTESE DAS PROPOSIÇÕES:
Nº
Estratégias
Eixo
Relacionado
1
Implantar Grupo de Trabalho de levantamento e
certificação das Casas de Culto de religiões Afro-amazônicas;
e intervir para o reconhecimento das Casas de Culto de religiões
Afro-amazônicas como entidades de utilidade pública; assim como
dinamizar o reconhecimento das Casas de Culto de religiões
Afro-amazônicas como locais de culto religioso pelas
prefeituras municipais, e de seus cultos como Patrimônio
Imaterial.
Cultura, cidade e
cidadania
2
Incentivar o comércio e as atividades
agro-pastoris importantes para a manutenção dos rituais
religiosos afro-amazônicos: a pecuária tradicional, a criação
de animais de pequeno porte, como caprinos, ovinos, suínos e de
aves sagradas, utilizados nas liturgias afro-brasileiras, como
alternativa de emprego e renda para os afro-religiosos e a
comunidade do seu entorno.
Cultura e economia
criativa
3
Criar, e também incentivar as prefeituras municipais a criar,
parques ambientais que preservem os igarapés e as matas urbanas
utilizadas tradicionalmente como local de culto afro-religioso,
onde seja garantido o livre acesso dos membros de comunidades
tradicionais de terreiros, quando em atividade litúrgicas.
Utilizar árvores sagradas na arborização de vias e em bosques
de praças públicas.
Cultura, cidade e
cidadania
4
Criar programa específico para a população de
comunidades tradicionais de terreiros para: capacitação de
pessoal e formação de cooperativas para fomento à produção e
comercialização de cosméticos, perfumaria e velas produzidos
com plantas medicinais e/ou de valor litúrgico; manufatura
têxtil; estamparia e moda; bijuterias e acessórios; estatuária;
artesania afro-religiosa e outras atividades de interesse.
Cultura e economia
criativa.
5
Defender e valorizar o patrimônio cultural material e
imaterial através do incentivo a publicação de literatura com a
temática afro-amazônica, em especial a infanto-juvenil, por meio
de editais específicos de incentivo. Criar programa de formação
de escritores e de incentivo a leitura para as Casas de Cultos de
Comunidades Tradicionais de Terreiros.
Produção simbólica
e diversidade cultural
6
Criar programa de capacitação para a gravação
de produções musicais das Comunidades Tradicionais de Terreiros,
incentivar e instalar estúdios experimentais de gravação de
áudio em terreiros.
Produção simbólica
e diversidade cultural
7
Construção, instalação e funcionamento de Centros de
referência das culturas afro-amazônicas nos distritos
administrativos de Belém e nas microrregiões do estado do Pará,
com departamentos específicos para a temática da religiosidade
afro-amazônica, para abrigar e difundir o conhecimento
tradicional e a produção cultural das comunidades tradicionais
de terreiros;
Produção simbólica
e diversidade cultural
8
Instalar infocentros em Casas de Cultos de
Comunidades Tradicionais de Terreiros para prover gratuitamente
acesso à Internet e a tecnologias digitais para a população de
Comunidades Tradicionais de Terreiros (ou a prioridade de
implantação do programa cidade digital nas proximidades de
terreiros); Capacitar a população Comunidades Tradicionais de
Terreiros para o uso de tecnologias digitais; Incentivar a
população de Comunidades Tradicionais de Terreiros para a
produção de sites, de blogs, de conteúdos em áudio,
audiovisual e em outras tecnologias digitais;
Produção simbólica
e diversidade cultural
9
Estimular a criação de, e a participação em,
veículos de comunicação da dita grande mídia; e a produção
de textos e impressos, de programas de rádio e de televisão,
inclusive rádio-web e tv-web. Criar programa de capacitação em
comunicação popular para as populações de Casas de Cultos de
Comunidades Tradicionais de Terreiros; Incentivar a produção e
difusão musical nas comunidades Tradicionais de Terreiros através
da criação de implantação de rádios comunitárias em Casas de
Cultos de Comunidades Tradicionais de Terreiros. Criar e manter em
sua programação programas televisivos e radiofônicos produzidos
e apresentados por membros de Comunidades Tradicionais de
Terreiros.
Produção simbólica
e diversidade cultural
10
Realizar capacitação continuada de professores
das escolas públicas próximas de Casas de Culto de Comunidades
Tradicionais de Terreiros considerando as práticas religiosas e
culturais do entorno de cada escola. E criar programa que promova
a aproximação do corpo docente, discente e técnico das escolas
localizadas na vizinhança dos terreiros e as que atendem os
filhos das populações de Comunidades Tradicionais de Terreiros
com as práticas afro-religiosas existentes no seu entorno
Conferência
Livre de Cultura - Afro-religiosos 13 outubro 2009 das 15:00 as
19:00 – na Casa da Linguagem O CNAB, ACAOÃ E O INSTITUO
NANGETU, Tem a honra de convidar tod@s @s
Afros Religiosos, para participarem da Data: 13 de Outubro de
2009... Organizado por Instituto Nangetu + ACAOÃ + CNAB Eixos de
discussão 1- produção simbólica e diversidade cultural; 2-
Cultura, cidade e cidadania; 3- Cultura e desenvolvimento
sustentável; 4- Cultura e economia criativa; e 5- Gestão e
institucionalidade da cultura.
A primeira Oficina Nacional de Elaboração de Políticas de Cultura para Povos Tradicionais de Terreiro acontece entre os dias 27 e 30 de novembro de 2011 em São Luís do Maranhão.
O evento é fruto da articulação dos delegados de Comunidades de Terreiros presentes na II Conferência Nacional de Cultura.
O formato em que vai ocorrer é idealizado pelo Ministério da Cultura e tem o objetivo de subsidiar a construção de políticas culturais específicas para o segmento, com vistas à proteção, promoção e consolidação de suas tradições, o reconhecimento dos seus ritos, mitologias, simbologias e expressões artístico-culturais.
Vejam as fotos dos delegados prsesentes na II CNC, Brasília, março de 2010.
Mametu Nangetu participa da Comissão de Lideranças de Terreiros que colabora com a construção desta oficina, e ela parabeniza toda a equipe do MinC e da SEPPIR que trabalha para a realização da oficina, e avalia que mesmo com todos os problemas enfrentados para a realização do evento o resultado da seleção dos participantes atendeu a perspectiva de participação de lideranças de todas as regiões brasilerias.
A qualificação da representação das comunidades de terreiros afro-amazônicos é outro ponto que Mametu considera positivo, para ela "os estados da Amazônia brasileria serão representados por lideranças que demontraram consistência no desenvolvimento das culturas de terreiros, e que promovem participam ativamente dos fóruns, seminários e conferências que discutem políticas públicas para o nosso povo".
. Por esse motivo ela se delclara com esperanças de que esta oficina também considere o "Custo Amazônico".
O Mansu Nangetu será representado nesse evento por Táta Kinamboji, artista e ativista cultural que dispensa apresentações aos paraenses, e que tem intensa atividade de defesa de políticas de promoção da igualdade racial e atuação no Conselho Municipal de Negras e Negros (Belém), no Conselho Estadual de Cultura, e participa da organização do Fórum Permanentes das Culturas do Pará, do Fórum Paraense de Umbandistas e Afro-religiosos, e faz parte das delegações paraenses de Igualdade Racial e de Cultura quando das conferências nacionais. Kinamboji também se destaca pela mídia cultural em favor do Movimento Negro e das Comunidades de Terreiros, apoiando através do Projeto Azuelar as mais diversas atividades das organizações sociais que trabalham com o recorte racial.
Táta Kinamboji com Iyá Aduni Benton na II CNC.
Confira a programação do evento:
PROGRAMAÇÃO
27/11
08h00 Manhã
- Chegada dos participantes
Recepção no aeroporto
Credenciamento
12h00
Almoço
Local: Oficina Escola da FUNC –Av.
beira Mar (em frente ao terminal da integração de ônibus).
14h30 Conferencia
Livre da Juventude de Terreiros –
Ângela
Guimarães – Secretaria Adjunta da Secretaria Nacional da
Juventude e Coordenadora da Conferência Nacional da Juventude
Claudett
Ribeiro – Secretaria de iguaIdade Racial do Maranhão
Márcia
Rollemberg – Secretaria de Cidadania Cultural/MINC
Representante
da Juventude de Terreiros
Local: Centro de Criatividade Odilo Costa
Filho
Rampa do Comércio, 200- Praia Grande |
São Luis, Maranhão
19h00 Jantar
Local: Oficina Escola da FUNC –Av.
Beira Mar (em frente ao terminal da integração de ônibus).
20h00 Abertura
da mostra de cinema nigeriano
Exibição
do filme: EFUNSETA ANIWURA-(Nigéria/Benin, 1981, DVCAM, cor, 72’,
legendas em português).
Debate
com o diretor Tunde Kelani (Nigéria) e João Velho - Cineasta
(Brasil – RJ)
Coordenação: Alexandro Reis- Fundação
Cultural Palmares
Local: Centro de Criatividade Odilo Costa
Filho
Rampa do Comércio, 200- Praia Grande -
São Luis, Maranhão
22h00 Tambor
de Crioula – Praça Nauro Machado
28/11
08h00
Cortejo Cultural do Povo de
Terreiro
Local: Saída da Casa das Minas - Rua de
São Pantaleão via Casa de Nagô, sentido Rua Grande desce no Beco
da Pacotilha – Centro Histórico
12h30 Almoço
Local: Oficina Escola da FUNC –Av.
Beira Mar (em frente ao terminal da integração de ônibus).
16h00 Plenária:
Apresentação dos objetivos e metodologia da oficina: Márcia
Rollemberg (Secretária de Cidadania Cultural); Vanda Machado e André
Santana (Consultores)
Dinâmica de apresentação dos
participantes
Local: Teatro João do Vale
18h00 Jantar
Local:
Oficina Escola da FUNC –Av. Beira Mar (em frente ao terminal da
integração de ônibus
20h00 Solenidade
de abertura
Local: Teatro João do Vale - Endereço:
Rua da Estrela, Largo do Comércio
22h00 Show:
Bata Lebee-Nigéria e Artistas Maranhenses
Local: Praça Nauro Machado
29/11
08h00 Abertura
09h00 Diálogos
e Reflexões para a elaboração de políticas públicas de cultura
para povos tradicionais de terreiros
- Vanda
Machado - BA
- Jô
Brandão – coordenadora - Secretaria de Cidadania Cultural/Minc
Local: Teatro João do Vale - Endereço:
Rua da Estrela, Largo do Comércio
10h00 Lanche
10h30 Formação
dos GTs
GT- 1 – Eixo temático - Patrimônio
cultural e direitos
Coordenadora: Desireé Tozi – DF
Relator: Selmo Norte-DF
Fala inspiradora: Pai Euclides Talabyan
Menezes (Casa Fanti Ashanty – MA); Tata Anselmo - onzó nguzo za
nkisi Dandalunda ye tempo (Terreiro Mocambo – BA)
Local:
Auditório do IPHAN
Endereço: Rua do Giz, 235 – Centro São
Luís-MA
GT-2
Eixo Temático – Fomento e Sustentabilidade
Coordenadora: Ione Nascimento - DF
Relatora: Alessandra Lima -DF
Fala inspiradora: Maria Neide Oyá D”Oxum
– AL; Maria Lucia Santana Neves -Terreiro Filhos da
Goméia-Bankoma-BA
Local:
Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho
Endereço:
Rua do Giz, 205 – Praia Grande – São Luis
GT-3 - Eixo temático– Direitos
Civis e Culturais
Coordenador:
José Marmo da Silva - RJ
Relator:
Danilo Serejo - GO
Fala
inspiradora: Tata Raimundo Konmannagy – BA; Maristela dos Santos
–AL
Local:Escola de Musica Lilah Lisboa - Rua
da Estrela, nº 363 - Praia Grande
GT-
4 Eixo temático – Cultura e Comunicação
Coordenador:
André Santana-BA
Relatora:
Morena Salama -DF
Fala
inspiradora: Joel Zito Araújo – RJ; Beth D”Oxum – PE
Local: Superintendência do Patrimônio
Cultural
Rua da Estrela - Centro Histórico
GT-5
Eixo – Cultura, Patrimônio Natural e Meio Ambiente
Coordenador:
Sandro José da Silva -RJ
Relatora:
Isaurina Santos -MA
Fala
inspiradora: Pai Mariano Frazão – MA; Mãe Beata de Yemanjá –
RJ
Local:
Centro de Criatividade Odilo Costa Filho
Rampa do
Comércio, 200- Praia Grande
12h30 Almoço
Local: Oficina Escola da FUNC
Av. Beira Mar (em frente ao terminal da
integração de ônibus)
14h30Continuação
dos GTs
16h00 Lanche
nos grupos
18h00 Encontros
e convivências
Espaço Cantigas e Batuques –
Coordenação: Aderbal Ashogun - RJ
Participação - Kazadi wa Mukuna
-Kent/USA/
Djalma Corrêa – RJ
Bata Lebee/Nigeria
- Aprendizado sobre a confecção de
instrumentos
- Oficina de música africana,
oralidade e percussão
Local:
Praça Valdelino Cécio - Esquina da Rua do Giz com o Beco da
Pacotilha Centro Histórico
Espaço
Encontro de Saberes - Coordenação: Mãe Venina - MA; Mameto Nangetu
- PA e Mãe Márcia D”Oxum - RJ
Participação: Babatunde Lawal - USA;
Mãe Beata de Yemanjá - RJ; Olayanju Ayowumi Ayanwale - Casa da
Nigéria – BA; Silvany Euclênio - SEPPIR
- Conhecimentos tradicionais e uso das
ervas
- Troca de experiências e saberes com
as lideranças dos terreiros, mestres e mestras
- Registros de histórias de vida
- Lançamento do livro: contos e
crônicas do Mestre Tolomy Àfrica Viva no Brasil autor: Pai Paulo
-SP
Local:
Praça da Criança - Praça da Criança Esquina da Rua de Nazaré com
a Rua da Estrela – Centro Histórico
Espaço
Mercado - Coordenação: Mãe Maria Lúcia - BA; Pai Alexandre
Silveira - DF e Makota Kzamdembo - MG
-
Stands de vendas dos produtos e artesanatos dos terreiros
Local:
Rua do Mercado da Praia Grande
Espaço
Aromas, Sabores e Magia - Coordenação: Iyá Mukumbi - RS; Ekedi
Nilce Maíra - RJ e Yayá do Acarajé - DF
- Culinária dos terreiros
- Degustação de comidas
- Troca de experiências
Local: Espaço Catarina Mina – Rua
Portugal
Espaço brinquedos e brincadeiras –
Coordenação: Alessandra Gama e Eliana Santos
- Espaço de brincadeiras das crianças
Local: Centro de Cultura Popular Domingos
Vieira Filho - Rua do Giz, 205 – Praia Grande – São Luis
18h00 Exibição
do Filme: MAAMI (Nigéria, 2011, DVCAM, cor, 92’, legendas em
português) Diretor Tunde Kelani-Nigéria
Local: Centro de Criatividade Odilo Costa
Filho
Rampa do Comércio, 200- Praia Grande
19h00
Jantar
Local:
Oficina Escola da FUNC –Av. Beira Mar (em frente ao terminal da
integração de ônibus
20h00 Apresentações
artísticas
Local:
Praça Nauro Machado
30/11
08h30 Ancestralidade
africana: diálogos, memórias e revivências.
Awouanvoegdé Lucie (República do
Benin),
Babalawo Kolapo Fatoogun (Nigéria)
Gbemisola Akinruli Comfort ( Nigéria)
Kazadi
Wa Mukuna-Kent (USA)
Babatunde Lawal
(USA)
Olayanju Ayowumi
Ayanwale (Nigéria )
12h00 Almoço
Local: Oficina Escola da FUNC –Av.
Beira Mar (em frente ao terminal da integração de ônibus
14h00 Plenária
Final – apresentação dos GTs
17h00 Mesa
de encerramento
Marcia Rollemberg – Secretaria de
Cidadania Cultural
Alexandro Reis- Fundação Cultural
Palmares
Desireé Tozi- IPHAN
Silvany Euclênio - SEPPIR
Local: Teatro João do Vale - Rua da
Estrela, Largo do Comércio – Praia Grande
18h00 Encontros
e convivências
Exibição do filme: ARUGBA
(Nigéria/Benin, 2008, DVCAM, cor, 95’, legendas em português)
Direção: Tunde Kelani
Local: Centro de Criatividade Odilo Costa
Filho- Rampa do Comércio, 200- Praia Grande | São Luis, Maranhão
* A Negação do Brasil, de Joel Zito Araújo , SP, 2000. 91 min.
Carolina
Sinopse:
Brasil. Final dos anos 50. Carolina de Jesus escreve seu diário. Dentro
de seu barraco ela denuncia a fome, o preconceito e a miséria.
Publicada, torna-se um sucesso editorial, sendo editada em 13 línguas.
Apesar do reconhecimento imediato e explosivo, a “exótica” mulher negra e
ex-favelada falece pobre. Passadas algumas décadas, as palavras de
Carolina continuam a ser uma denúncia contra a miséria em que se
encontram milhões de pessoas.
Isaura Bruno em "O direito de nascer"
A Negação do Brasil
Tabus,
preconceitos e estereótipos raciais são discutidos a partir da história
das lutas dos atores negros pelo reconhecimento de sua importância na
história da telenovela ? o produto de maior audiência no horário nobre
da TV brasileira. O diretor, baseado em suas memórias e em pesquisas,
analisa as influências das telenovelas nos processos de identidade
étnica dos afro-brasileiros.
Cineclube Nangetu
Tv. Pirajá, 1194 – Marco da légua, Belém/PA. 91- 32267599.
Início de cada sessão- 19h.
Ao final haverá roda de conversa com a comunidade do Mansu Nangetu.
O
Cineclube Nangetu é premiado no Edital Cine Pará Mais Cultura, e
conta com a parceria do Governo Federal, Ministério da Cultura,
Governo do Pará, Secretaria de Estado da Cultura, rede [aparelho]-: e
Idade Mídia.
O Instituto Nangetu é Ponto de Mídia Livre/ 2009.
Semana da Consciência Negra - discutindo o racismo pelo viés da literatura e do cinema.
18 de novembro (sexta-feira) 19h.
Filmes: 1. O Saci, e 2. Macaco feio...macaco bonito...
Este programa traz algumas preciosidades da história do cinema
brasileiro. São filmes pioneiros e modelos de excelência da produção
audiovisual destinada ao público infantil. Macaco feio... macaco
bonito... é um raro exemplar do cinema de animação feito no Brasil nos
anos 1920, que conseguiu sobreviver até os nossos dias.
O Saci,
adaptação da obra de Monteiro Lobato, conjuga de forma brilhante as
peripécias do gênero de aventuras com as preocupações didáticas e
culturais de uma geração que,
já na década de 1950, sentia a necessidade de produzir um cinema
humanista que falasse a nossa língua e que mostrasse na tela os hábitos e
costumes brasileiros.
Visto hoje, é difícil compreender o papel totalmente pioneiro de um filme
como O Saci. Com efeito, há muitos anos existe uma indústria forte de
entretenimento para crianças. Respeitando uma lógica de segmentação
de mercado e “descobrindo” a criança como ávido consumidor, a partir de
meados do século XX, vimos nascer um vasto aparato destinado a crianças,
com bonequinhos, jogos de tabuleiro, programas de televisão, filmes e,
posteriormente, videogames. Mas, toda vez que se discute a questão da
diversão feita para crianças, um tema é recorrente: o componente
educacional dentro do entretenimento. Ou seja, criar produtos que sejam
interessantes para as crianças, mas que também carreguem em si elementos
que possam servir à aprendizagem. Por vias transversas, a questão da
educação no cinema também foi um tópico muito importante para jovens
intelectuais de esquerda. Seguindo um ideário nascido com Lênin, que
tinha o cinema como a mais importante das artes, diversos círculos
comunistas viam nessa manifestação um veículo para despertar a
consciência dos espectadores e tratar temas como a opressão, a igualdade
(ou ausência dela) e a liberdade.
A facilidade que a arte cinematográfica tem de se comunicar com as
massas seria a deixa para tratá-la também como instrumento de educação.
No entanto, já àquela época, havia uma preocupação nos círculos
intelectuais de esquerda que era prioritária em relação aos enredos de
propaganda: o nacionalismo. Seguindo figuras influentes do período, como
Jorge Amado, Graciliano Ramos ou José Lins do Rego, era necessário
criar uma ficção que incorporasse os costumes e tradições próprios ao
Brasil, opondo-se frontalmente à cópia de modelos europeus e construindo
elementos para uma consciência da identidade nacional através de suas
particularidades culturais. Essa preocupação iria aumentar e ganhar mais
relevo nos anos seguintes, com Rio 40 graus (1955), de Nelson Pereira
dos Santos, e com a eclosão do Cinema Novo nos anos 1960. O Saci é um
pioneiro do cinema para crianças no Brasil e das preocupações do
audiovisual educativo, mas, acima de tudo, da utilização dessa arte como
meio de retratar a acionalidade na tela. O Saci é um filme agitado,
cheio de peripécias típicas das narrativas de aventura para crianças, e
com os personagens do Sítio do Picapau Amarelo, criados por Monteiro
Lobato e imortalizados por diversas séries de televisão desde a década
de 1950 até o começo do século XXI.
Mas, se quisermos fechar os olhos para todos esses elementos dramatúrgicos, o que veremos em O Saci são elementos do folclore
brasileiro em uma geografia brasileira (vegetação, riacho, arquitetura
da fazenda etc.) e uma enorme atenção dada aos costumes da vida no
campo, como a impressionante cena em que Tia Anastácia faz pipoca.
E o filme, fazendo jus a algumas de suas preocupações políticas, ainda
coloca na boca do Saci um libelo à liberdade: “Ninguém nasceu para ficar
preso”. Visto sob esse aspecto, o filme é bem mais do que um simples
entretenimento infantil: é o surgimento de uma ideologia.
Macaco feio... macaco bonito... (1929), animação realizada por Luiz Seel
no estilo dos irmãos Fleischer (responsáveis pelas animações de Betty
Boop), já trabalha em chave irônica ao elemento estrangeiro, dedicando
jaulas no zoológico aos personagens Mickey, Gato Félix e Popeye, e
utilizando como protagonista um “legítimo” macaco brasileiro, que foge
do zoológico e vai viver com novo dono, integrado, em uma cabana em meio
a palmeiras.
* Jornalista, editor das revistas eletrônicas Contracampo e Camarilha
dos Quatro, crítico de cinema do jornal O Globo e pesquisador de cinema
para o Tempo Glauber.
Cineclube Nangetu
Tv. Pirajá, 1194 – Marco da légua, Belém/PA. 91- 32267599.
Início de cada sessão- 19h.
Ao final haverá roda de conversa com a comunidade do Mansu Nangetu.
O
Cineclube Nangetu é premiado no Edital Cine Pará Mais Cultura, e
conta com a parceria do Governo Federal, Ministério da Cultura,
Governo do Pará, Secretaria de Estado da Cultura, rede [aparelho]-: e
Idade Mídia.
O Instituto Nangetu é Ponto de Mídia Livre/ 2009.
Inauguraçãoa da Sala 210/NAEA/UFPA - MAPEAMENTO SOCIAL COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO TERRITORIAL CONTRA O DESMATAMENTO E A DEVASTAÇÃO - PROCESSO DE CAPACITAÇÃO DE POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS
Inauguraçãoa da Sala 210 – NAEA/UFPA enquanto procedimento administrativo e de política científica do Projeto MAPEAMENTO SOCIAL COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO TERRITORIAL CONTRA O DESMATAMENTO E A DEVASTAÇÃO PROCESSO DE CAPACITAÇÃO DE POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS
Nesta breve notícia estão referidos dois acontecimentos que assinalam os procedimentos de institucionalização do Projeto MAPEAMENTO
SOCIAL COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO TERRITORIAL CONTRA O DESMATAMENTO E A
DEVASTAÇÃO - PROCESSO DE CAPACITAÇÃO DE POVOS E COMUNIDADES
TRADICIONAIS.
O primeiro ocorrido no dia 29 de junho
de 2011, quando estiveram reunidos os pesquisadores do Projeto Nova
Cartografia Social da Amazônia, no auditório do NAEA/UFPA, em Belém-PA,
com o Prof. Alfredo Wagner Berno de Almeida, para debater as etapas de
execução do Projeto, seguida da assinatura do convênio com o BNDES, em
06 de maio de 2011; as atividades a serem iniciadas no mês de julho;
sendo que, já neste período inicial, todos os núcleos de pesquisa
deveriam definir onde seria cada sede física, quais as formas de
comunicação que seriam usadas entre os pesquisadores e a Fundação MURAKI
e outros pontos relevantes da organização do site do PNCSA.
No seguimento, o prof. Armin Mathis, coordenador do NAEA, compartilhou da reunião e parabenizou pela aprovação do Projeto MAPEAMENTO
SOCIAL COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO TERRITORIAL CONTRA O DESMATAMENTO E A
DEVASTAÇÃO - PROCESSO DE CAPACITAÇÃO DE POVOS E COMUNIDADES
TRADICIONAIS, e
confirmou que o NAEA disponibilizaria uma sala especificamente para a
realização do projeto, o que seria o mais ideal. Além disso, o
coordenador do NAEA falou que o núcleo da UFPA possui um laboratório de
georreferenciamento com equipamentos que poderão ser disponibilizados
para a execução do projeto, porém o NAEA não tem mão-de-obra qualificada
disponível e que será necessária uma apresentação oficial do Projeto à
Universidade.
No intervalo de quatro meses os
pesquisadores do Projeto mantiveram uma dinâmica de reuniões e encontros
na Sede Institucional da Associação de Universidades Amazônicas,
localizada na Trav. Três de Maio, 1573, como também na própria Sala 210.
A agenda de reuniões incluía a organização administrativa, criação de
uma Associação de Pesquisadores e debates sobre os planos de trabalho.
Este grupo destacou o dia 18 de novembro
de 2011 para realizar a “inauguração da Sala 210”, com este ato
significando uma identificação de um lócus de trabalho dentro da
Universidade Federal do Pará. Para esse ato foram convidados os
pesquisadores de movimentos sociais que constituem a rede do PNCSA,
discentes e administração do NAEA.
Mãe Nangetu, do movimento dos
afrorreligiosos, proferiu palavras indicando a construção de relações de
pesquisa desde 2004 e que se concretizaram nos fascículos e na pesquisa
junto ao IPHAN. Os afrorreligosos têm, por esta via, uma interação com a
Universidade Federal do Pará e, na medida em que suas vozes são
ouvidas, é possível quebrar com preconceitos sobre esse mundo de
religiosos de matriz africana.
Neste acontecimento, os presentes
brindaram para festejar pelas possibilidades de construção de um
trabalho que se estenderá durante três anos e que permitirá o
desenvolvimento deste programa de pesquisa e formação de povos e
comunidades tradicionais na Amazônia.
Mam'etu Nangetu uá Nzambi convida você
para participar da Cerimônia Afro Religiosa denominada “Pangu
Nvumbi” ou “Mukondu” (Ritual do Morto), em homenagem aos
ancestrais e, em especial, ao Tat'etu Ndenge ria Mansu Nangetu
Olufangê uá Nzambi, a ser realizada nos dias 17, 18, 19 e 20 de
novembro de 2011, a partir das 20h, no Mansu Nangetu, sito à
Travessa Pirajá - 1194, Marco, Belém-Pará.
Quando os ancestrais são reverenciados
seus espíritos continuam habitando o mundo.
E como são reverenciados, estão felizes! A felicidade é o motivo
do ser humano vir ao mundo.
Em respeito à tradição, solicita-se
o comparecimento com roupas brancas.
Mametu Nangetu esteve em Salvador como delegada representante das Comunidades Tradicionais de Terreiros do Estado do Pará, lá foi criado o Fórum Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional dos Povos de Terreiros, documento que reproduzimos abaixo.
FORUM
NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DOS POVOS DE TERREIRO
Em
meio ao tumultuado cenário da luta contra a intolerância religiosa,
a luta por respeito e reconhecimento dos povos de terreiro como os
mantenedores da visão de mundo africano na diáspora forçada dos
africanos e de uma tradição comprometida com a luta contra a
discriminação e preconceitos e anti-racismo e principalmente com
uma prática de alimentação sagrada de troca e manutenção do meio
como preservação da vida faz surgir o Fórum
Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional dos Povos de Terreiro.
(FONSANPOTE)
Entendemos
o processo de construção de estratégias estadual e nacional para
adequar-se a política nacional de segurança alimentar como
primordial nas discussões quanto às reparações segunda as
definições oriundas da IIIª Conferência Internacional de Durban –
ONU, as nações organizadas da diáspora forçada. Este contingente
populacional tido como negros e seus descendentes, conquistam
cotidianamente políticas públicas e ações afirmativas ante
contextos adversos da sociedade, o que sem dúvida tem como empenho
efetivo do governo federal um marco político relevante nestas
conquistas.
Com
os avanços e retrocessos, lutas e conquistas dentro da Política
Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional detectados no processo
de construção da IV Conferência Nacional de Segurança Alimentar
no ano de 2011, mais precisamente em Salvador é que nasce este Fórum
que tem em seu cerne a defesa incondicional dos valores
civilizatórios africanos que constituem-se como Povo de Terreiro, e
a defesa das suas formas de resistência em solo brasileiro todas as
nações africanas e que mantiveram e mantém um povo na busca por
seus direitos e acima de tudo sua plena liberdade.
OS
PRÍNCÍPIOS NORTEADORES:
Sobrevivência
da tradição alimentar de matriz africana ;
Combate
a fome e o direito a alimentação
É
um espaço plural e suprapartidário o qual aglutina o povo de
terreiro
Busca
ampliar o conceito de segurança alimentar garantindo os valores
civilizatórios preservados pelos povo de terreiro;
Contrapor-se
a qualquer tipo de discriminação, intolerância e as formas de
sexismo e xenofobias e outras intolerâncias correlatas.
RESOLUÇÕES
TIRADAS NO DIA OITO DE NOVEMBRO 2011 EM SALVADOR – BA
Fórum
Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional dos Povos de Terreiro.
(FONSANPOTE) é constituídos por terreiros da tradição
ancestral de matriz africana e os mesmo matem sua autonomia dentro de
uma organização estadual definida no momento como núcleo
articulador do FONSANPOTE.
O
espaço deliberativo é constituído por assembléia nacional
representativa ordinária e ou extraordinária realizadas em locais
itinerantes, compreendendo estar em todas os estados em que o Fórum
tiver núcleo articulador.
O
FONSANPOTE deve ser regido por uma carta de
princípios (a ser constituída coletivamente entre os fundadores e
articuladores do mesmo).
Fica
definido que em seis meses a partir desta data o núcleo articulador
entendidos como os representantes de cada estado presente nesta
plenária constitua uma plenária estadual e apresente os terreiros
da tradição ancestral de matriz africana que aderem a referida
carta de princípios.
Fica
definido que a secretaria executiva temporária pelo período de um
ano, ficara constituída pelos estados de São Paulo, Bahia e Rio
Grande do Sul com a função de implementar este debate da carta de
princípios, a compilação das plenárias estaduais e o processo
de organização da assembléia nacional do FONSANPOTE
.
Anexo
a esta a lista de presença e a ata da plenária com a
responsabilização destes pela articulação estadual pelo
FONSANPOTE.
Estados
presentes que assinam esta carta:
Rio
Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito
Santo, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí, Goiás, Bahia, Ceará,
Alagoas, Distrito Federal, Paraíba, Amazonas, Tocantins, Amapá,
Sergipe, Paraná, Pará, Maranhão, Rondônia.