sábado, 26 de novembro de 2011

AS FALAS DA PÓLIS: A Igualdade Racial no Pará

AS FALAS DA PÓLIS: A Igualdade Racial no Pará: Confiram a entrevista concedida ao blog, via bate papo do Facebook, pelo professor universitário e afro-religioso Arthur Leandro, que neste...

Diógenes Brandão - E falando do Pará, quais as políticas para comunidades de terreiros existentes no Estado do Pará?

Arthur Leandro - No governo Jatene? Nada! Pra quem não se lembra, a campanha do primeiro governo do Jatene em 2002 protagonizou uma das maiores intolerâncias religiosas no estado do Pará.

Diógenes Brandão - Como foi isso?

Arthur Leandro - O caso foi o seguinte: a gestão municipal era petista, com Edmilson Rodrigues, e o vereador Ildo Terra (PT) havia procurado lideranças de Terreiros para conversas que pudessem instrumentar o seu mandato para a proposição de políticas públicas para povos de terreiros.

Uma das coisas que eu falei ao Ildo Terra foi que em 1994 o Mansu Nangetu precisava fazer um ritual fúnebre no cemitério, e a prática até então era a de subornar os vigilantes noturnos e fazer esses rituais na madrugada.

Disse que eu convenci os sacerdotes do Mansu que a constituição nos dava liberdade de culto e que não precisávamos mais desses artifícios para realizar os nossos rituais, e então fomos ao cemitério municipal de Santa Isabel às 14h.

O cemitério não estava preparado para nos receber, e em principio o porteiro não nos permitiu a entrada, criando uma situação constrangedora que se resolveu depois de muito stress.

Dessas conversas com a base do governo municipal se traçou diversas ações que promoviam a cidadania da população de terreiros, inclusive um ato administrativo que orientava os funcionários dos cemitérios municipais para o tratamento digno a praticantes de quaisquer religiões e que evitava constrangimentos como o que tínhamos passado.

Um dos resultados dessas conversas foi a Festa das Raças, que aconteceu no final de agosto de 2002 dentro do Palácio Antônio Lemos, e que celebrava a conquista de políticas públicas e cidadania e a visibilidade social que a prefeitura finalmente promovia para povos de terreiros. Essa celebração foi filmada pelo gabinete do então vereador evangélico e fundamentalista Paulo Queiroz (PSDB), e essas imagens foram utilizadas em duas edições grosseiras que misturavam as imagens da festa com imagens de suposto despachos dentro de túmulos e que usavam linguagem jornalística para caluniar o prefeito e as comunidades de terreiros com a seguinte manchete “Prefeito abre cemitérios para macumbeiros violarem túmulos”.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Sessão infantil abre semana da consciência negra.








Como a sessão aconteceu no mesmo dia dos rituais de Pangu Nvumbi, e as sessões normalmente acontecem no salão de rituais publicos do Mansu, e neste dia o salão estava ocupado com a cerimonia, esta sessão foi programada para acontecer ao ar livre - solução que também não foi possivel por causa da chuva, e para que não fosse prejudicada a espectativa do público que esperava pelo filme, então foi negociada a exibição numa TV de 50 polegadas num epsaço menor.
A sessão aconteceu antes do Pango Nvumbi - o ritual do morto-, cerimônia que celebra os antepassados na tradição Bantu, e a maioria dos presentes eram sacerdotes que esperavam a cerimônia começår.
Houve uma troca inesperada, na realidade uma pequena confuão inverteu a ordem dos filmes programados para a celebração da Consciência Negra, e esta sessão infantil foi acidentalmente antecipada e virou a sessão de abertura da semana, e mesmo que a maioria tenha se divertido com as aventuras de "O Saci" e com a animação"Macaco feio, macaco bonito", uma parte da comunidade ficou impaciente pois esperava alguma temática que tivesse relação com a cerimônia para a qual estavam se preparando.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Propostas para a área da Cultura elaboradas na Plenária Livre de Comunidades de Terreiros de Belém para a II CONEPPIR-PA.

Fonte: http://institutonangetu.blogspot.com/2009/05/mansu-nangetu-realiza-planaria-livre.html

Educação e cultura
Para a SECULT: Defender e valorizar o patrimônio cultural material e imaterial;

Incentivar a publicação de literatura com a temática afro-amazônica e fomentar publicações de temáticas afro-religiosas;

Incentivar a produção de literatura, em especial a infanto-juvenil, com a temática afro-amazônica.

Criar Edital específico para a publicação de literatura afro-religiosa amazônica;

Criar programa de capacitação de escritores para as Casas de Cultos de Comunidades Tradicionais de Terreiros

Criar programa de incentivo a leitura em Casas de Cultos de Comunidades Tradicionais de Terreiros.
Realizar o levantamento das manifestações culturais afro-brasileiras e afro-religiosas existentes no Estado do Pará

Catalogar as manifestações da cultura e religiosidade de origem e influência africana no Estado do Pará;

Publicar os resultados da pesquisa em livro(s) e em publicações eletrônicas, inclusive na internet.

Criar programa de capacitação de gravação de produções musicais das Comunidades Tradicionais de Terreiros, incentivar e instalar estúdios experimentais de gravação de áudio em terreiros.

Construção, instalação e funcionamento de Centros de referência das culturas afro-amazônicas em todas as micro-regiões do Estado do Pará.

Criar instituições culturais com a temática afro-amazônica para abrigar e difundir o conhecimento tradicional e a produção cultural afro-amazônica;

Difundir a cultura afro-amazônica através do incentivo á publicação de livros, Cds, DVDs e outras mídias e da distribuição do material produzido. E da criação de veículo de difusão de informação e da produção cultural das comunidades Tradicionais de Terreiros.

Para a SEDUC: Realizar capacitação continuada de professores das escolas públicas próximas de Casas de Culto de Comunidades Tradicionais de Terreiros considerando as práticas religiosas e culturais do entorno de cada escola

Criar programa que promova a aproximação do corpo docente, discente e técnico das escolas localizadas na vizinhança dos terreiros e as que atendem os filhos das populações de Comunidades Tradicionais de Terreiros com as práticas afro-religiosas existentes no seu entorno.

Contribuir com a implantação da Lei 10.639 e Capacitar professores das escolas próximas a Comunidades Tradicionais de Terreiros para a valoração positiva da história e da cultura afro-amazônica e afro-brasileira.

Criar o "Prêmio Amazônia Negra de educação" Para premiar iniciativas e experiências inovadoras de professores da rede estadual de ensino que valorizem positivamente a história e a cultura afro-amazônica e em especial a cultura religiosa existente no Estado do Pará.

Estimular professores da rede estadual de ensino a valorizar a história, a cultura e a participação das populações negras para a construção do Estado do Pará.

Criar um setor específico para a temática afro-amazônica nas bibliotecas escolares; distribuir a produção literária afro-amazônica para as bibliotecas das escolas da rede estadual de ensino básico

Para a UEPA: Criar banco de dados de professores com produção científica compatível com as necessidades da ação; Estabelecer parcerias com outras instituições de ensino e com demais profissionais cuja produção científica seja de interesse da ação;

Criar e implantar programa de extensão de capacitação de professores de escolas de Casas de Cultos de Comunidades Tradicionais de Terreiros. Buscar parceiras com outras instituições de ensino superior e;

Criar programa de pós-graduação interdisciplinar que aprofunde o conhecimento sobre a população de Comunidades Tradicionais de Terreiro no Pará e na Amazônia.

Para a FAPESPA: Incentivo a pesquisa e produção cientifica com a temática afro-amazônica no Pará.
1. Estimular a produção de conhecimento sobre a história e a cultura afro-brasileira no Estado do Pará, em especial sobre as especificidades das manifestações religiosas afro-amazônicas;
2. Fomentar pesquisas científicas com a temática afro-brasileira e afro-religiosa;
3. Contribuir com a valoração positiva da história e da cultura afro-amazônica;
4. Criar, incentivar e disponibilizar para a SEDUC e secretarias municipais de educação, um banco de dados da religiosidade afro-amazônica existentes no Pará.
5. Incentivar a publicação e o uso em escolas de material didático que valorize a participação da população negra na construção da história e da cultura, inclusive a cultura religiosa regional.
6. Criar programa de bolsas específico para incentivar pesquisas em todos os níveis de ensino com a temática afro-religiosa no Estado do Pará. (importante que esse programa não se restrinja aos professores universitários. Que tenha a possibilidade de financiar pesquisa de professores das redes municipais e estadual de ensino básico; e de profissionais qualificados sem vínculos com instituições de ensino) [para a SEDUC: Incentivar os professores da rede estadual de ensino a participar como pesquisadores do programa de pesquisa da FAPESPA; Produzir e distribuir material didático sobre a história, a cultura e a participação social das populações negras na construção do Estado do Pará e da Amazônia].

Comunicação Social.
Para a SEDECT: Instalação de Infocentros (projeto Navega Pará) em Casas de Cultos de Comunidades Tradicionais de Terreiros

Priorizar (ou outro verbo mais apropriado) a instalação de infocentros em Casas de Cultos de Comunidades Tradicionais de Terreiros.

Prover gratuitamente acesso à Internet e a tecnologias digitais para a população de Comunidades Tradicionais de Terreiros (ou a prioridade de implantação do programa cidade digital nas proximidades de terreiros);
Capacitar a população Comunidades Tradicionais de Terreiros para o uso de tecnologias digitais;
Incentivar a população de Comunidades Tradicionais de Terreiros para a produção de sites, de blogs, de conteúdos em áudio, audiovisual e em outras tecnologias digitais;
Para a SECOM: Estimular a criação de, e a participação em, veículos de comunicação da dita grande mídia; e a produção de textos e impressos, de programas de rádio e de televisão, inclusive rádio-web e tv-web.

Criar programa de capacitação em comunicação popular para as populações de Casas de Cultos de Comunidades Tradicionais de Terreiros;
Prover os equipamentos necessários para a instalação de rádios comunitárias em terreiros..

Incentivar a produção e difusão musical nas comunidades Tradicionais de Terreiros através da criação de implantação de rádios comunitárias em Casas de Cultos de Comunidades Tradicionais de Terreiros.
Criar mecanismos de combate ao racismo e à intolerância às práticas afro-religiosas em veículos de comunicação comerciais no Estado do Pará.

Para a SECULT: Criar programa de capacitação em artes digitais, específico para as populações de Comunidades Tradicionais de Terreiros,

Para a FUNTELPA: Combate ao racismo e a intolerância religiosa através de Campanha publicitária televisiva

Criar e manter em sua programação programas televisivos e radiofônicos produzidos e apresentados por membros de Comunidades Tradicionais de Terreiros.

Valorizar positivamente a imagem das populações das Comunidades Tradicionais de Terreiros incluindo essa temática nas pautas dos programas da TV e das emissoras de rádio da FUNTELPA.

Para a SEJUDH: Criar campanha publicitária educativa de combate ao preconceito racial e à intolerância religiosa; de valorização positiva da imagem do negro no Estado do Pará; de valorização da cultura e da religiosidade afro-amazônica no Pará;.

Para todas as secretarias de governo: Distribuir o material produzido para veiculação em escolas e demais instituições públicas estaduais (cartazes em quadros de aviso, áudios nas rádios públicas e/ou em emissoras educativas, vídeos na rede da TV Cultura e em eventos da escola e/ou cerimônias públicas de instituições estaduais).

Propostas sistematizadas por Táta Kinamboji/ Mansu Nangetu. 

fonte: http://institutonangetu.blogspot.com/2009/05/plenaria-livre-afro-reliosa-para.html

Plenária Livre Afro-reliosa para a Igualdade Racial.


O Instituto Nangetu de Tradição Afro-religiosa, em parceria com o INTECAB-PA, ACAOÃ e Rundembo de Bamburucema, vem por esta convidá-lo a participar da Plenária Livre Afro-religiosa da Zona Metropolitana de Belém.

Local: Mansu Nangetu - Tv. Pirajá, 1194 - Marco da Légua/ Belém do Pará. Tel: 32267599
horário: das 13 as 19hh

A Plenária afro-religiosa tem por objetivos discutir políticas públicas e apresentar propostas para:

1. a sobrevivência das práticas Afro-religiosas, e
2. para o combate à intolerância religiosa e ao preconceito e discriminação contra as religiões afro-amazônidas e afro-brasileiras.

Metodologia:
Toda a plenária se organiza em rodas de conversas onde a participação de todos se faz importante para a contextualização das práticas afro-religiosas no universo dos participantes da plenária; ou seja: partindo de exemplos de fatos vividos pelos participantes que se r elacionam com os eixos temáticas: a) Eduacação e Cultura; b) Saúde; c) Terra, moradia e direito a construir locais de culto; d) Sustentabilidade, emprego e geração de renda; e) Segurança Pública com garantia de respeito à cidadania e aos direitos humanos; e f) Insersão respeitosa de temas e eventos afro-religiosos nos grandes meios de Comunicação e o direito ao exercício da Comunicação Social e Comunitária; elabora-se propostas de políticas para serem adotadas pelo Estado do Pará e pelo Brasil, visando a melhoria das condições de vida e a valorização positiva dos praticantes da diversidade religiosa afro-amazônica. Cada tema tem um responsável por sistematizar as discussões e propostas apresentadas. O conjunto das propostas será encaminhado para a CEPPIR como propostas de comunidades tradicionais de terreiros para a CONEPPIR.

Programação.
13h - acolhimento e recepção dos convidados;
14h - ato religioso e apresentação dos objetivos e metodologias da plenária.
14:30 - formação das rodas de conversas por eixos temáticos;
18h - leitura, discussão e aprovação das propostas sistematizadas;
19h - encerramento com ato religioso e programação cultural

Contamos com sua presença e participação, pois é assim que vamos fazer os governantes nos ouvirem.


Belém, 5 de maio de 2009.

Mam'etu Nangetu Uá Nzambi.
Presidente do Instituto Nangetu

Documentos da Conferência Livre de Cultura realizada em Belém.

Sistematização da Conferência Livre de Cultura realizada em Belém/ 2009.


I - FICHA DE QUALIFICAÇÃO DO EVENTO:
1. DATA 13 DE OUTUBRO DE 2009
2. UF: PA
3. MUNICÍPIO: BELÉM
4. LOCAL DE REALIZAÇÃO (com endereço completo):
CASA DA LINGUAGEM, AV. NAZARÉ Nº 31 – Nazaré, Belém do Pará
5. INFORMAR AS ORGANIZAÇÕES PARTICIPANTES:
ACAOA, INSTITUTO NANGETU, CNAB, KONSENZALA DE KAFUNGE
6. INFORMAR O NÚMERO DE PESSOAS PARTICIPANTES: 19

II - FICHA DE QUALIFICAÇÃO DO RESPONSÁVEL PELO EVENTO:
1. NOME COMPLETO: Arthur Leandro
2. ORGANIZAÇÃO/ÓRGÃO: Instituto Nangetu
3. E-MAIL: etetuba@gmail.com
4. TELEFONE (COM DDD): 091- 30872755 ou 92080679



III – INTRODUÇÃO:
(Descrever de forma sucinta como foi a preparação e realização da conferência livre, qualificando e quantificando o público participante)
A Conferencia Livre de Cultura do segmento afro-religioso foi convocada por 3 entidades representativas de Comunidades Tradicionais de Terreiros e do Movimento Negro: Instituto Nangetu de Tradição Afro-religiosa e Desenvolvimento Social, Associação Cultural Afro-brasileira de Oxaguiã – ACAOÃ e Congresso Nacional Afro-Brasileiro – CNAB/PA. Toda a divulgação aconteceu em redes e plataformas de internet, através do projeto AZUELAR, do Instituto Nangetu, principalmente através da Comunidade Afro-religiosa na plataforma ning:http://afropara.ning.com/events/conferencia-livre-de-cultura e da circulação na plataforma do orkut do fly virtual criado por Alex Leovan. Compareceram 19 interessados em discutir os temas propostos. A Conferência  foi aberta com uma saudação religiosa seguida do pronunciamento das entidades e autoridades presentes: representante da ACAOA, do Instituto Nangetu, da Konsenzala de Kafunge, do Conselho Municipal de Negras e de Negros de Belém, da Fundação Curro Velho representando a SECULT, da CEPPIR representando a SEJUDH, e da Regional Norte do MinC.

IV – DESENVOLVIMENTO:
(Descrever o processo de organização e realização da conferência livre destacando os aspectos positivos e dificuldades enfrentados neste processo- até 2 laudas)
Antônio Amaral, o Babá Kitalamy, iniciou a programação explicando o que são e para o que servem as conferências, passando em seguida ao representante da Regional Norte do MinC, Sr. Alberdan Batista, que apresentou o histórico de Conferências anteriores e fez uma análise dos avanços alcançados. Avaliou-se também a atuação do Fórumj Permanente das Culturas Paraenses - FPCP, e concordou-se que quando das reuniões presenciais a discussão permanecia madura e as culturas permaneciam fortalecidas. Chegou-se à conclusão de que é necessário cobrar do Município de Belém e do estado do Pará a sistematização das propostas da primeira conferência, e a conclusão dos planos municipal e estadual de cultura, documento necessário para o acompanhamento e para a verificação da execução da política cultural. Em seguida iniciou-se a discussão das propostas, tomando como base as diretrizes elaboradas em plenária afro-religiosa preparatória para a II Conferência Estadual de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, sendo aprovado o conjunto de propostas e escolhido uma comissão de sistematização e encaminhamentos, com a função de selecionar apenas as propostas de interesse da Conferência de Cultura, adequar ao modelo de relatório das Conferências Livres de Cultura e encaminhar aos órgãos e autoridades competentes. A Comissão é composta por: Luís Cunha - Babá Tayando, Arthur Leandro - Táta Kinamboji, Gianno Quintas - Táta Kassuleká, Mametu Kátia Hadad, Daniela Cordovil e Welington Carvalho.
             
V- QUADRO SÍNTESE DAS PROPOSIÇÕES:
Estratégias
Eixo Relacionado
1
Implantar Grupo de Trabalho de levantamento e certificação das Casas de Culto de religiões Afro-amazônicas; e intervir para o reconhecimento das Casas de Culto de religiões Afro-amazônicas como entidades de utilidade pública; assim como dinamizar o reconhecimento das Casas de Culto de religiões Afro-amazônicas como locais de culto religioso pelas  prefeituras municipais, e de seus cultos como Patrimônio Imaterial.
Cultura, cidade e cidadania
2
Incentivar o comércio e as atividades agro-pastoris importantes para a manutenção dos rituais religiosos afro-amazônicos: a pecuária tradicional, a criação de animais de pequeno porte, como caprinos, ovinos, suínos e de aves sagradas, utilizados nas liturgias afro-brasileiras, como alternativa de emprego e renda para os afro-religiosos e a comunidade do seu entorno.
Cultura e economia criativa
3
Criar, e também incentivar as prefeituras municipais a criar, parques ambientais que preservem os igarapés e as matas urbanas utilizadas tradicionalmente como local de culto afro-religioso, onde seja garantido o livre acesso dos membros de comunidades tradicionais de terreiros, quando em atividade litúrgicas. Utilizar árvores sagradas na arborização de vias e em bosques de praças públicas.
Cultura, cidade e cidadania
4
Criar programa específico para a população de comunidades tradicionais de terreiros para: capacitação de pessoal e formação de cooperativas para fomento à produção e comercialização de cosméticos, perfumaria e velas produzidos com plantas medicinais e/ou de valor litúrgico; manufatura têxtil; estamparia e moda; bijuterias e acessórios; estatuária; artesania afro-religiosa e outras atividades de interesse.
Cultura e economia criativa.
5
Defender e valorizar o patrimônio cultural material e imaterial através do incentivo a publicação de literatura com a temática afro-amazônica, em especial a infanto-juvenil, por meio de editais específicos de incentivo. Criar programa de formação de escritores e de incentivo a leitura para as Casas de Cultos de Comunidades Tradicionais de Terreiros.
Produção simbólica e diversidade cultural
6
Criar programa de capacitação para a gravação de produções musicais das Comunidades Tradicionais de Terreiros, incentivar e instalar estúdios experimentais de gravação de áudio em terreiros.
Produção simbólica e diversidade cultural
7
Construção, instalação e funcionamento de Centros de referência das culturas afro-amazônicas nos distritos administrativos de Belém e nas microrregiões do estado do Pará, com departamentos específicos para a temática da religiosidade afro-amazônica, para abrigar e difundir o conhecimento tradicional e a produção cultural das comunidades tradicionais de terreiros;
Produção simbólica e diversidade cultural
8
Instalar infocentros em Casas de Cultos de Comunidades Tradicionais de Terreiros para prover gratuitamente acesso à Internet e a tecnologias digitais para a população de Comunidades Tradicionais de Terreiros (ou a prioridade de implantação do programa cidade digital nas proximidades de terreiros); Capacitar a população Comunidades Tradicionais de Terreiros para o uso de tecnologias digitais; Incentivar a população de Comunidades Tradicionais de Terreiros para a produção de sites, de blogs, de conteúdos em áudio, audiovisual e em outras tecnologias digitais; 
Produção simbólica e diversidade cultural
9
Estimular a criação de, e a participação em, veículos de comunicação da dita grande mídia; e a produção de textos e impressos, de programas de rádio e de televisão, inclusive rádio-web e tv-web. Criar programa de capacitação em comunicação popular para as populações de Casas de Cultos de Comunidades Tradicionais de Terreiros; Incentivar a produção e difusão musical nas comunidades Tradicionais de Terreiros através da criação de implantação de rádios comunitárias em Casas de Cultos de Comunidades Tradicionais de Terreiros. Criar e manter em sua programação programas televisivos e radiofônicos produzidos e apresentados por membros de Comunidades Tradicionais de Terreiros.  
Produção simbólica e diversidade cultural
10
Realizar capacitação continuada de professores das escolas públicas próximas de Casas de Culto de Comunidades Tradicionais de Terreiros considerando as práticas religiosas e culturais do entorno de cada escola. E criar programa que promova a aproximação do corpo docente, discente e técnico das escolas localizadas na vizinhança dos terreiros e as que atendem os filhos das populações de Comunidades Tradicionais de Terreiros com as práticas afro-religiosas existentes no seu entorno








Conferência Livre de Cultura - Afro-religiosos





















Conferência Livre de Cultura - Afro-religiosos
13 outubro 2009 das 15:00 as 19:00 – na Casa da Linguagem
O CNAB, ACAOÃ E O INSTITUO NANGETU, Tem a honra de convidar tod@s @s Afros Religiosos, para participarem da Data: 13 de Outubro de 2009... Organizado por Instituto Nangetu + ACAOÃ + CNAB
Eixos de discussão
1- produção simbólica e diversidade cultural;
2- Cultura, cidade e cidadania;
3- Cultura e desenvolvimento sustentável;
4- Cultura e economia criativa; e
5- Gestão e institucionalidade da cultura.

SUA PARTICIPAÇÃO É FUNDAMENTAL

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Lideranças de Terreiros se reunem em São Luís/MA para debater e propor políticas públicas para a Cultura.

A primeira Oficina Nacional de Elaboração de Políticas de Cultura para Povos Tradicionais de Terreiro acontece entre os dias 27 e 30 de novembro de 2011 em São Luís do Maranhão. O evento é fruto da articulação dos delegados de Comunidades de Terreiros presentes na II Conferência Nacional de Cultura.   

   

O formato em que vai ocorrer é idealizado pelo Ministério da Cultura e tem o objetivo de subsidiar a construção de políticas culturais específicas para o segmento, com vistas à proteção, promoção e consolidação de suas tradições, o reconhecimento dos seus ritos, mitologias, simbologias e expressões artístico-culturais. 

Vejam as fotos dos delegados prsesentes na II CNC, Brasília, março de 2010.




Mametu Nangetu participa da Comissão de Lideranças de Terreiros que colabora com a construção desta oficina, e ela parabeniza toda a equipe do MinC e da SEPPIR que trabalha para a realização da oficina, e avalia que mesmo com todos os problemas enfrentados para a realização do evento o resultado da seleção dos participantes atendeu a perspectiva de participação de lideranças de todas as regiões brasilerias. 
A qualificação da representação das comunidades de terreiros afro-amazônicos é outro ponto que Mametu considera positivo, para ela "os estados da Amazônia brasileria serão representados por lideranças que demontraram consistência no desenvolvimento das culturas de terreiros, e que promovem participam ativamente dos fóruns, seminários e conferências que discutem políticas públicas para o nosso povo".
. Por esse motivo ela se delclara com esperanças de que esta oficina também considere o "Custo Amazônico".



O Mansu Nangetu será representado nesse evento por Táta Kinamboji, artista e ativista cultural que dispensa apresentações aos paraenses, e que tem intensa atividade de defesa de políticas de promoção da igualdade racial e atuação no Conselho Municipal de Negras e Negros (Belém), no Conselho Estadual de Cultura, e participa da organização do Fórum Permanentes das Culturas do Pará, do Fórum Paraense de Umbandistas e Afro-religiosos, e faz parte das delegações paraenses de Igualdade Racial e de Cultura quando das conferências nacionais. Kinamboji também se destaca pela mídia cultural em favor do Movimento Negro e das Comunidades de Terreiros, apoiando através do Projeto Azuelar as mais diversas atividades das organizações sociais que trabalham com o recorte racial.

Táta Kinamboji com Iyá Aduni Benton na II CNC.

Confira a programação do evento:


    PROGRAMAÇÃO


27/11

08h00 Manhã - Chegada dos participantes
Recepção no aeroporto
Credenciamento

12h00 Almoço
Local: Oficina Escola da FUNC –Av. beira Mar (em frente ao terminal da integração de ônibus).

14h30 Conferencia Livre da Juventude de Terreiros –
  • Ângela Guimarães – Secretaria Adjunta da Secretaria Nacional da Juventude e Coordenadora da Conferência Nacional da Juventude
  • Claudett Ribeiro – Secretaria de iguaIdade Racial do Maranhão
  • Márcia Rollemberg – Secretaria de Cidadania Cultural/MINC
  • Representante da Juventude de Terreiros
Local: Centro de Criatividade Odilo Costa Filho
Rampa do Comércio, 200- Praia Grande | São Luis, Maranhão

19h00 Jantar
Local: Oficina Escola da FUNC –Av. Beira Mar (em frente ao terminal da integração de ônibus).

20h00 Abertura da mostra de cinema nigeriano
  • Exibição do filme: EFUNSETA ANIWURA-(Nigéria/Benin, 1981, DVCAM, cor, 72’, legendas em português).
  • Debate com o diretor Tunde Kelani (Nigéria) e João Velho - Cineasta (Brasil – RJ)
Coordenação: Alexandro Reis- Fundação Cultural Palmares
Local: Centro de Criatividade Odilo Costa Filho
Rampa do Comércio, 200- Praia Grande - São Luis, Maranhão

22h00 Tambor de Crioula – Praça Nauro Machado



28/11

08h00 Cortejo Cultural do Povo de Terreiro
Local: Saída da Casa das Minas - Rua de São Pantaleão via Casa de Nagô, sentido Rua Grande desce no Beco da Pacotilha – Centro Histórico

12h30 Almoço
Local: Oficina Escola da FUNC –Av. Beira Mar (em frente ao terminal da integração de ônibus).
16h00 Plenária: Apresentação dos objetivos e metodologia da oficina: Márcia Rollemberg (Secretária de Cidadania Cultural); Vanda Machado e André Santana (Consultores)
Dinâmica de apresentação dos participantes
Local: Teatro João do Vale

18h00 Jantar
Local: Oficina Escola da FUNC –Av. Beira Mar (em frente ao terminal da integração de ônibus

20h00 Solenidade de abertura
Local: Teatro João do Vale - Endereço: Rua da Estrela, Largo do Comércio

22h00 Show: Bata Lebee-Nigéria e Artistas Maranhenses
Local: Praça Nauro Machado




29/11

08h00 Abertura

09h00 Diálogos e Reflexões para a elaboração de políticas públicas de cultura para povos tradicionais de terreiros
- Vanda Machado - BA
- Jô Brandão – coordenadora - Secretaria de Cidadania Cultural/Minc
Local: Teatro João do Vale - Endereço: Rua da Estrela, Largo do Comércio

10h00 Lanche
10h30 Formação dos GTs

GT- 1 – Eixo temático - Patrimônio cultural e direitos
Coordenadora: Desireé Tozi – DF
Relator: Selmo Norte-DF
Fala inspiradora: Pai Euclides Talabyan Menezes (Casa Fanti Ashanty – MA); Tata Anselmo - onzó nguzo za nkisi Dandalunda ye tempo (Terreiro Mocambo – BA)
Local: Auditório do IPHAN
Endereço: Rua do Giz, 235 – Centro São Luís-MA

GT-2 Eixo Temático – Fomento e Sustentabilidade
Coordenadora: Ione Nascimento - DF
Relatora: Alessandra Lima -DF
Fala inspiradora: Maria Neide Oyá D”Oxum – AL; Maria Lucia Santana Neves -Terreiro Filhos da Goméia-Bankoma-BA
Local: Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho
Endereço: Rua do Giz, 205 – Praia Grande – São Luis

GT-3 - Eixo temático– Direitos Civis e Culturais
Coordenador: José Marmo da Silva - RJ
Relator: Danilo Serejo - GO
Fala inspiradora: Tata Raimundo Konmannagy – BA; Maristela dos Santos –AL
Local:Escola de Musica Lilah Lisboa - Rua da Estrela, nº 363 - Praia Grande

GT- 4 Eixo temático – Cultura e Comunicação
Coordenador: André Santana-BA
Relatora: Morena Salama -DF
Fala inspiradora: Joel Zito Araújo – RJ; Beth D”Oxum – PE
Local: Superintendência do Patrimônio Cultural
Rua da Estrela - Centro Histórico


GT-5 Eixo – Cultura, Patrimônio Natural e Meio Ambiente
Coordenador: Sandro José da Silva -RJ
Relatora: Isaurina Santos -MA
Fala inspiradora: Pai Mariano Frazão – MA; Mãe Beata de Yemanjá – RJ
Local: Centro de Criatividade Odilo Costa Filho
Rampa do Comércio, 200- Praia Grande


12h30 Almoço
Local: Oficina Escola da FUNC
Av. Beira Mar (em frente ao terminal da integração de ônibus)


14h30 Continuação dos GTs

16h00 Lanche nos grupos

18h00 Encontros e convivências
Espaço Cantigas e Batuques – Coordenação: Aderbal Ashogun - RJ
Participação - Kazadi wa Mukuna -Kent/USA/
Djalma Corrêa – RJ
Bata Lebee/Nigeria
- Aprendizado sobre a confecção de instrumentos
- Oficina de música africana, oralidade e percussão
Local: Praça Valdelino Cécio - Esquina da Rua do Giz com o Beco da Pacotilha Centro Histórico

Espaço Encontro de Saberes - Coordenação: Mãe Venina - MA; Mameto Nangetu - PA e Mãe Márcia D”Oxum - RJ
Participação: Babatunde Lawal - USA; Mãe Beata de Yemanjá - RJ; Olayanju Ayowumi Ayanwale - Casa da Nigéria – BA; Silvany Euclênio - SEPPIR
- Conhecimentos tradicionais e uso das ervas
- Troca de experiências e saberes com as lideranças dos terreiros, mestres e mestras
- Registros de histórias de vida
- Lançamento do livro: contos e crônicas do Mestre Tolomy Àfrica Viva no Brasil autor: Pai Paulo -SP
Local: Praça da Criança - Praça da Criança Esquina da Rua de Nazaré com a Rua da Estrela – Centro Histórico

Espaço Mercado - Coordenação: Mãe Maria Lúcia - BA; Pai Alexandre Silveira - DF e Makota Kzamdembo - MG
- Stands de vendas dos produtos e artesanatos dos terreiros
Local: Rua do Mercado da Praia Grande

Espaço Aromas, Sabores e Magia - Coordenação: Iyá Mukumbi - RS; Ekedi Nilce Maíra - RJ e Yayá do Acarajé - DF
- Culinária dos terreiros
- Degustação de comidas
- Troca de experiências
Local: Espaço Catarina Mina – Rua Portugal

Espaço brinquedos e brincadeiras – Coordenação: Alessandra Gama e Eliana Santos
- Espaço de brincadeiras das crianças
Local: Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho - Rua do Giz, 205 – Praia Grande – São Luis

18h00 Exibição do Filme: MAAMI (Nigéria, 2011, DVCAM, cor, 92’, legendas em português) Diretor Tunde Kelani-Nigéria
Local: Centro de Criatividade Odilo Costa Filho
Rampa do Comércio, 200- Praia Grande


19h00 Jantar
Local: Oficina Escola da FUNC –Av. Beira Mar (em frente ao terminal da integração de ônibus

20h00 Apresentações artísticas
Local: Praça Nauro Machado





30/11

08h30 Ancestralidade africana: diálogos, memórias e revivências.
Awouanvoegdé Lucie (República do Benin),
Babalawo Kolapo Fatoogun (Nigéria)
Gbemisola Akinruli Comfort ( Nigéria)
Kazadi Wa Mukuna-Kent (USA)
Babatunde Lawal (USA)
Olayanju Ayowumi Ayanwale (Nigéria )

12h00 Almoço
Local: Oficina Escola da FUNC –Av. Beira Mar (em frente ao terminal da integração de ônibus

14h00 Plenária Final – apresentação dos GTs

17h00 Mesa de encerramento
Marcia Rollemberg – Secretaria de Cidadania Cultural
Alexandro Reis- Fundação Cultural Palmares
Desireé Tozi- IPHAN
Silvany Euclênio - SEPPIR
Local: Teatro João do Vale - Rua da Estrela, Largo do Comércio – Praia Grande

18h00 Encontros e convivências
Exibição do filme: ARUGBA (Nigéria/Benin, 2008, DVCAM, cor, 95’, legendas em português)
Direção: Tunde Kelani
Local: Centro de Criatividade Odilo Costa Filho- Rampa do Comércio, 200- Praia Grande | São Luis, Maranhão

20h00 Apresentações artísticas
Local: Praça Nauro Machado

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Semana da Consciência Negra reprisa "Carolina" e "A negação do Brasil" no Cineclube Nangetu.

Semana da Consciência Negra

  25 de novembro (sexta-feira) 19h.


* Carolina, de Jeferson De , SP, 2003. 15 min.

* A Negação do Brasil, de Joel Zito Araújo , SP, 2000. 91 min.

Carolina
Sinopse: Brasil. Final dos anos 50. Carolina de Jesus escreve seu diário. Dentro de seu barraco ela denuncia a fome, o preconceito e a miséria. Publicada, torna-se um sucesso editorial, sendo editada em 13 línguas. Apesar do reconhecimento imediato e explosivo, a “exótica” mulher negra e ex-favelada falece pobre. Passadas algumas décadas, as palavras de Carolina continuam a ser uma denúncia contra a miséria em que se encontram milhões de pessoas.
Isaura Bruno em "O direito de nascer"














A Negação do Brasil
Tabus, preconceitos e estereótipos raciais são discutidos a partir da história das lutas dos atores negros pelo reconhecimento de sua importância na história da telenovela ? o produto de maior audiência no horário nobre da TV brasileira. O diretor, baseado em suas memórias e em pesquisas, analisa as influências das telenovelas nos processos de identidade étnica dos afro-brasileiros.


Cineclube Nangetu
Tv. Pirajá, 1194 – Marco da légua, Belém/PA. 91- 32267599.
Início de cada sessão- 19h. 
Ao final haverá roda de conversa com a comunidade do Mansu Nangetu.
O Cineclube Nangetu é premiado no Edital Cine Pará Mais Cultura, e conta com a parceria do Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Pará, Secretaria de Estado da Cultura, rede [aparelho]-: e Idade Mídia.
O Instituto Nangetu é Ponto de Mídia Livre/ 2009.

Todo dia é dia de combater a dengue!

Reproduzido da Rede Afrobrasileira Sociocultural.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Semana da Consciência Negra, Cineclube Nangetu apresenta o curta Macaco feio... macaco bonito... (1929), de Luiz Seel, uma das primeiras animações feitas no Brasil, em programa duplo com O Saci (1953), de Rodolfo Nanni, adaptação da obra de Monteiro Lobato para as telas.

Semana da Consciência Negra - discutindo o racismo pelo viés da literatura e do cinema.

  18 de novembro (sexta-feira) 19h.

Filmes: 1. O Saci, e 2. Macaco feio...macaco bonito...

Este programa traz algumas preciosidades da história do cinema brasileiro. São filmes pioneiros e modelos de excelência da produção audiovisual destinada ao público infantil. Macaco feio... macaco bonito... é um raro exemplar do cinema de animação feito no Brasil nos anos 1920, que conseguiu sobreviver até os nossos dias.





O Saci, adaptação da obra de Monteiro Lobato, conjuga de forma brilhante as peripécias do gênero de aventuras com as preocupações didáticas e culturais de uma geração que, já na década de 1950, sentia a necessidade de produzir um cinema humanista que falasse a nossa língua e que mostrasse na tela os hábitos e costumes brasileiros.



Crítica: DESCOBRINDO O BRASIL
Ruy Gardnier*

Visto hoje, é difícil compreender o papel totalmente pioneiro de um filme
como O Saci. Com efeito, há muitos anos existe uma indústria forte de
entretenimento para crianças. Respeitando uma lógica de segmentação
de mercado e “descobrindo” a criança como ávido consumidor, a partir de meados do século XX, vimos nascer um vasto aparato destinado a crianças, com bonequinhos, jogos de tabuleiro, programas de televisão, filmes e, posteriormente, videogames. Mas, toda vez que se discute a questão da diversão feita para crianças, um tema é recorrente: o componente educacional dentro do entretenimento. Ou seja, criar produtos que sejam interessantes para as crianças, mas que também carreguem em si elementos que possam servir à aprendizagem. Por vias transversas, a questão da educação no cinema também foi um tópico muito importante para jovens intelectuais de esquerda. Seguindo um ideário nascido com Lênin, que tinha o cinema como a mais importante das artes, diversos círculos comunistas viam nessa manifestação um veículo para despertar a consciência dos espectadores e tratar temas como a opressão, a igualdade (ou ausência dela) e a liberdade.
A facilidade que a arte cinematográfica tem de se comunicar com as massas seria a deixa para tratá-la também como instrumento de educação. No entanto, já àquela época, havia uma preocupação nos círculos intelectuais de esquerda que era prioritária em relação aos enredos de propaganda: o nacionalismo. Seguindo figuras influentes do período, como Jorge Amado, Graciliano Ramos ou José Lins do Rego, era necessário criar uma ficção que incorporasse os costumes e tradições próprios ao Brasil, opondo-se frontalmente à cópia de modelos europeus e construindo elementos para uma consciência da identidade nacional através de suas particularidades culturais. Essa preocupação iria aumentar e ganhar mais relevo nos anos seguintes, com Rio 40 graus (1955), de Nelson Pereira dos Santos, e com a eclosão do Cinema Novo nos anos 1960. O Saci é um pioneiro do cinema para crianças no Brasil e das preocupações do audiovisual educativo, mas, acima de tudo, da utilização dessa arte como meio de retratar a acionalidade na tela. O Saci é um filme agitado, cheio de peripécias típicas das narrativas de aventura para crianças, e com os personagens do Sítio do Picapau Amarelo, criados por Monteiro Lobato e imortalizados por diversas séries de televisão desde a década de 1950 até o começo do século XXI.
Mas, se quisermos fechar os olhos para todos esses elementos dramatúrgicos, o que veremos em O Saci são elementos do folclore
brasileiro em uma geografia brasileira (vegetação, riacho, arquitetura
da fazenda etc.) e uma enorme atenção dada aos costumes da vida no
campo, como a impressionante cena em que Tia Anastácia faz pipoca.
E o filme, fazendo jus a algumas de suas preocupações políticas, ainda
coloca na boca do Saci um libelo à liberdade: “Ninguém nasceu para ficar preso”. Visto sob esse aspecto, o filme é bem mais do que um simples
entretenimento infantil: é o surgimento de uma ideologia.
Macaco feio... macaco bonito... (1929), animação realizada por Luiz Seel no estilo dos irmãos Fleischer (responsáveis pelas animações de Betty Boop), já trabalha em chave irônica ao elemento estrangeiro, dedicando jaulas no zoológico aos personagens Mickey, Gato Félix e Popeye, e utilizando como protagonista um “legítimo” macaco brasileiro, que foge do zoológico e vai viver com novo dono, integrado, em uma cabana em meio a palmeiras.

* Jornalista, editor das revistas eletrônicas Contracampo e Camarilha dos Quatro, crítico de cinema do jornal O Globo e pesquisador de cinema para o Tempo Glauber.

 

 

Cineclube Nangetu

Tv. Pirajá, 1194 – Marco da légua, Belém/PA. 91- 32267599.
Início de cada sessão- 19h. 
Ao final haverá roda de conversa com a comunidade do Mansu Nangetu.
O Cineclube Nangetu é premiado no Edital Cine Pará Mais Cultura, e conta com a parceria do Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Pará, Secretaria de Estado da Cultura, rede [aparelho]-: e Idade Mídia.
O Instituto Nangetu é Ponto de Mídia Livre/ 2009.

 

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Mametu Nangetu participa da Inauguraçãoa da Sala 210/NAEA/UFPA - MAPEAMENTO SOCIAL COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO TERRITORIAL CONTRA O DESMATAMENTO E A DEVASTAÇÃO - PROCESSO DE CAPACITAÇÃO DE POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS

Inauguraçãoa da Sala 210/NAEA/UFPA - MAPEAMENTO SOCIAL COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO TERRITORIAL CONTRA O DESMATAMENTO E A DEVASTAÇÃO - PROCESSO DE CAPACITAÇÃO DE POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS


Fonte: Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia


























Inauguraçãoa da Sala 210 – NAEA/UFPA enquanto procedimento administrativo e de política científica do Projeto MAPEAMENTO SOCIAL COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO TERRITORIAL CONTRA O DESMATAMENTO E A DEVASTAÇÃO PROCESSO DE CAPACITAÇÃO DE POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS
Nesta breve notícia estão referidos dois acontecimentos que assinalam os procedimentos de institucionalização do Projeto MAPEAMENTO SOCIAL COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO TERRITORIAL CONTRA O DESMATAMENTO E A DEVASTAÇÃO - PROCESSO DE CAPACITAÇÃO DE POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS.
 O primeiro ocorrido no dia 29 de junho de 2011, quando estiveram reunidos os pesquisadores do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia, no auditório do NAEA/UFPA, em Belém-PA, com o Prof. Alfredo Wagner Berno de Almeida, para debater as etapas de execução do Projeto, seguida da assinatura do convênio com o BNDES, em  06 de maio de 2011; as atividades a serem iniciadas no mês de julho; sendo que, já neste período inicial, todos os núcleos de pesquisa deveriam definir onde seria cada sede física, quais as formas de comunicação que seriam usadas entre os pesquisadores e a Fundação MURAKI e outros pontos relevantes da organização do site do PNCSA.
No seguimento, o prof. Armin Mathis, coordenador do NAEA, compartilhou da reunião e parabenizou pela aprovação do Projeto MAPEAMENTO SOCIAL COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO TERRITORIAL CONTRA O DESMATAMENTO E A DEVASTAÇÃO - PROCESSO DE CAPACITAÇÃO DE POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS, e confirmou que o NAEA disponibilizaria uma sala especificamente para a realização do projeto, o que seria o mais ideal. Além disso, o coordenador do NAEA falou que o núcleo da UFPA possui um laboratório de georreferenciamento com equipamentos que poderão ser disponibilizados para a execução do projeto, porém o NAEA não tem mão-de-obra qualificada disponível e que será necessária uma apresentação oficial do Projeto à Universidade.
No intervalo de quatro meses os pesquisadores do Projeto mantiveram uma dinâmica de reuniões e encontros na Sede Institucional da Associação de Universidades Amazônicas, localizada na Trav. Três de Maio, 1573, como também na própria Sala 210. A agenda de reuniões incluía a organização administrativa, criação de uma Associação de Pesquisadores e debates sobre os planos de trabalho.
Este grupo destacou o dia 18 de novembro de 2011 para realizar a “inauguração da Sala 210”, com este ato significando uma identificação de um lócus de trabalho dentro da Universidade Federal do Pará. Para esse ato foram convidados os pesquisadores de movimentos sociais que constituem a rede do PNCSA,  discentes e administração do NAEA.
Mãe Nangetu, do movimento dos afrorreligiosos, proferiu palavras indicando a construção de relações de pesquisa desde 2004 e que se concretizaram nos fascículos e na pesquisa junto ao IPHAN. Os afrorreligosos têm, por esta via, uma interação com a Universidade Federal do Pará e, na medida em que suas vozes são ouvidas, é possível quebrar com preconceitos sobre esse mundo de religiosos de matriz africana.
Neste acontecimento, os presentes brindaram para festejar pelas possibilidades de construção de um trabalho que se estenderá durante três anos e que permitirá o desenvolvimento deste programa de pesquisa e formação de povos e comunidades tradicionais na Amazônia.

Mam'etu Nangetu uá Nzambi convida você para participar da Cerimônia Afro Religiosa denominada “Pangu Nvumbi” ou “Mukondu” (Ritual do Morto), em homenagem aos ancestrais.


Mam'etu Nangetu uá Nzambi convida você para participar da Cerimônia Afro Religiosa denominada “Pangu Nvumbi” ou “Mukondu” (Ritual do Morto), em homenagem aos ancestrais e, em especial, ao Tat'etu Ndenge ria Mansu Nangetu Olufangê uá Nzambi, a ser realizada nos dias 17, 18, 19 e 20 de novembro de 2011, a partir das 20h, no Mansu Nangetu, sito à Travessa Pirajá - 1194, Marco, Belém-Pará.

Quando os ancestrais são reverenciados seus espíritos continuam habitando o mundo. E como são reverenciados, estão felizes! A felicidade é o motivo do ser humano vir ao mundo.


Em respeito à tradição, solicita-se o comparecimento com roupas brancas.


Agradecemos sua presença.

sábado, 12 de novembro de 2011

Foi criado o FORUM NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DOS POVOS DE TERREIRO.

Mametu Nangetu esteve em Salvador como delegada representante das Comunidades Tradicionais de Terreiros do Estado do Pará, lá foi criado o Fórum Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional dos Povos de Terreiros, documento que reproduzimos abaixo.


FORUM NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DOS POVOS DE TERREIRO

Em meio ao tumultuado cenário da luta contra a intolerância religiosa, a luta por respeito e reconhecimento dos povos de terreiro como os mantenedores da visão de mundo africano na diáspora forçada dos africanos e de uma tradição comprometida com a luta contra a discriminação e preconceitos e anti-racismo e principalmente com uma prática de alimentação sagrada de troca e manutenção do meio como preservação da vida faz surgir o Fórum Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional dos Povos de Terreiro. (FONSANPOTE)

Entendemos o processo de construção de estratégias estadual e nacional para adequar-se a política nacional de segurança alimentar como primordial nas discussões quanto às reparações segunda as definições oriundas da IIIª Conferência Internacional de Durban – ONU, as nações organizadas da diáspora forçada. Este contingente populacional tido como negros e seus descendentes, conquistam cotidianamente políticas públicas e ações afirmativas ante contextos adversos da sociedade, o que sem dúvida tem como empenho efetivo do governo federal um marco político relevante nestas conquistas.

Com os avanços e retrocessos, lutas e conquistas dentro da Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional detectados no processo de construção da IV Conferência Nacional de Segurança Alimentar no ano de 2011, mais precisamente em Salvador é que nasce este Fórum que tem em seu cerne a defesa incondicional dos valores civilizatórios africanos que constituem-se como Povo de Terreiro, e a defesa das suas formas de resistência em solo brasileiro todas as nações africanas e que mantiveram e mantém um povo na busca por seus direitos e acima de tudo sua plena liberdade.

OS PRÍNCÍPIOS NORTEADORES:

  1. Sobrevivência da tradição alimentar de matriz africana ;
  2. Combate a fome e o direito a alimentação
  3. É um espaço plural e suprapartidário o qual aglutina o povo de terreiro
  4. Busca ampliar o conceito de segurança alimentar garantindo os valores civilizatórios preservados pelos povo de terreiro;
  5. Contrapor-se a qualquer tipo de discriminação, intolerância e as formas de sexismo e xenofobias e outras intolerâncias correlatas.


RESOLUÇÕES TIRADAS NO DIA OITO DE NOVEMBRO 2011 EM SALVADOR – BA

Fórum Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional dos Povos de Terreiro. (FONSANPOTE) é constituídos por terreiros da tradição ancestral de matriz africana e os mesmo matem sua autonomia dentro de uma organização estadual definida no momento como núcleo articulador do FONSANPOTE.
O espaço deliberativo é constituído por assembléia nacional representativa ordinária e ou extraordinária realizadas em locais itinerantes, compreendendo estar em todas os estados em que o Fórum tiver núcleo articulador.
O FONSANPOTE deve ser regido por uma carta de princípios (a ser constituída coletivamente entre os fundadores e articuladores do mesmo).
Fica definido que em seis meses a partir desta data o núcleo articulador entendidos como os representantes de cada estado presente nesta plenária constitua uma plenária estadual e apresente os terreiros da tradição ancestral de matriz africana que aderem a referida carta de princípios.
Fica definido que a secretaria executiva temporária pelo período de um ano, ficara constituída pelos estados de São Paulo, Bahia e Rio Grande do Sul com a função de implementar este debate da carta de princípios, a compilação das plenárias estaduais e o processo de organização da assembléia nacional do FONSANPOTE .
Anexo a esta a lista de presença e a ata da plenária com a responsabilização destes pela articulação estadual pelo FONSANPOTE.
Estados presentes que assinam esta carta:
Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí, Goiás, Bahia, Ceará, Alagoas, Distrito Federal, Paraíba, Amazonas, Tocantins, Amapá, Sergipe, Paraná, Pará, Maranhão, Rondônia.