domingo, 27 de março de 2016

Manifesto contra o racismo religioso.

Em 20 de março as autoridades de comunidades de terreiro foram às ruas de Belém pelo respeito ao sagrado de matriz africana, em ato organizado pelo INTECAB-PA e organizações parceiras.

Consideramos muito grave a violência que se acentua por ódio religioso contra as tradições de matriz africana no Brasil, seus lugares de culto, seus símbolos e suas autoridades. Destruição de imagens do sagrado das tradições de matriz africana, se somam aos ataques de depredação a templos religiosos (ou aos territórios de preservação de tradições de matriz africana) em toas as regiões brasileiras e se somam também os assassinatos de autoridades e lideranças de casas, terreiros e roças tradicionais de matriz africana, e esses casos são relegados a planos inferiores nas estatísticas dos órgãos de segurança pública nos 26 estados e no DF.
É notório que o racismo manifesto no etnocentrismo da sociedade brasileira incide contra práticas tradicionais afro-brasileiras, e estas enfrentam a mais absoluta indiferença social. O problema sofre de notória invisibilidade.
Podemos afirmar que persiste na sociedade brasileira a associação nefasta entre a mídia e as instituições de justiça e segurança pública a perpetuar o espectro racista de associação da herança africana com o contexto do mal, e a legitimar o desrespeito às leis e à constituição da República Federativa do Brasil e promover a violência contra a população negra e aos terreiros e suas lideranças.
O que os Terreiros vivem hoje é o medo constante de se tornarem vítimas da violência sem limites promovida por cultos de seitas cristãs que, ao invés de levarem mensagens de paz e conforto aos seus fiéis, promovem o ódio religioso cultivado em alicerces racistas por causa da origem negra africana de nossa religião.
Os ataques racistas se perpetuam principalmente por parte de adeptos de religiões pentecostais e neopentecostais (Igreja Universal do Reino e Deus, Igreja Internacional da Graça de Deus, Assembleia de Deus, entre outras. A repressão é percebida pelas lideranças dos povos tradicionais de matriz africana.
A luta pelo direito ao sagrado africano vem de muito tempo, o agravante atual é que esses grupos de seitas cristãs que atacam as tradições afro-brasileiras, possuem mandatos de cargos eletivos no executivo e legislativo e concessão pública de canais de comunicação televisiva e radiofônica, e que o ataque é massificado em redes de comunicação e em discursos nas casas legislativas. As causas do racismo em forma de intolerância religiosa estão intimamente ligadas ao aumento dos poderes midiáticos dos praticantes de cultos pentecostais e neopentecostais - poderes que constroem um império de comunicação utilizado para promover o poder político com caráter de fundamentalismo cristão.
E essa situação, somada à ambiguidade das políticas educacionais - cujo mesmo racismo institucional emperra a implantação de ações afirmativas como o disposto na Lei 10.639/03 -, são considerados os principais fatores da promoção da violência física, psicológica e social contra os povos tradicionais de matrizes africanas.
Mais uma vez, lançamos um alerta para a violência contra as tradições afro-brasileiras em nossos dias, principalmente como consequência do estereótipo do mal repassado em campanha midiática e política contra os povos tradicionais de matrizes africanas. Violência que incide sobre nossas casas, nossos símbolos e até mesmo sobre nossos corpos, e repudiamos essa violência ao mesmo tempo que exigimos que o Estado adote políticas de reparação. É preciso dar uma resposta urgente da gestão pública nas três esferas, e essa resposta só será sentida pelo nosso povo se for feita com ações e políticas públicas que tenham efeito imediato e possam reprimir os malfeitores que atacam nossas lideranças, nossos símbolos, nossos templos e nossa fé...
Belém, 21 de março de 2016 - Dia Internacional de Combate à Discriminação Racial.
Mametu Nangetu
Presidente do Instituto Nangetu de Tradição Afro-religiosa e Desenvolvimento social


Alguns casos de violência, e acreditamos que se as vitimas fossem templos ou sacerdotes da fé cristã o Estado já teria dado respostas:

18/03/08 O terreiro Oyá Onipó Neto, localizado há mais de 29 anos na Avenida Jorge Amado, em Salvador, foi parcialmente demolido em 27 de fevereiro, o que provocou polêmica e uma série de manifestações contra a intolerância religiosa. A responsável por autorizar a demolição, Kátia Carmelo, foi exonerada do cargo de chefia da Superintendência de Controle do Uso do Solo do Município (Sucom) e o prédio está sendo reconstruído.  http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL353993-5598,00-DEMOLICAO+DE+TERREIRO+PROVOCA+POLEMICA+EM+SALVADOR.html

06/10/2010 - A mãe de santo, a "Ialorixá" Maria Ferreira de Jesus, 66 anos, também conhecida como "Mãe Dinha", foi assassinada com vários tiros de pistola calibre 380, nesta terça-feira (5), em Santa Bárbara. http://www.interiordabahia.com.br/p_policia/11243.html

08/11/2010 - Mãe de Santo manifestada é jogada no formigueiro por policiais   http://www.alagoas24horas.com.br/620460/mae-de-santo-manifestada-e-jogada-no-formigueiro-por-policiais/

07/10/2011 - A mãe de santo Analice de Freitas Sacramento, de 58 anos, foi assassinada com vários golpes de facão, na noite da última quarta-feira http://www.bahiapolitica.com.br/mae-de-santo-e-assassinada-a-golpes-de-facao/

13/7/2012 - Sete terreiros de umbanda e um centro doutrinário espiritualista foram invadidos e saqueados por populares em São Domingos, no Brejo da Madre de Deus e em Santa Cruz do Capibaribe nessa quinta-feira http://maranauta.blogspot.com.br/2012/07/populacao-do-agreste-destroi-terreiros.html

15-07-2012 em Olinda. Centenas de evangélicos com faixas e gritando palavras de ordem realizaram protesto em frente a um terreiro de matriz africana e afro-brasileira – candomblé, umbanda e jurema. As imagens poderiam ser de um filme sobre a Idade Média. No entanto, foram registradas no domingo, no Varadouro, em Olinda, Grande Recife. As cenas de intolerância religiosa circularam ontem nas redes sociais e provocaram a revolta de milhares de internautas. http://gravatahoje.blogspot.com.br/2012/07/versao-pernambucana-da-noite-de-sao.html

20/07/2012 - Polícia Civil localiza suspeitos da morte de Mãe de Santo Patrícia de Oyá em Rio Pardo http://wp.clicrbs.com.br/casodepolicia/2012/07/20/policia-civil-localizam-suspeitos-da-morte-de-pai-de-santo-em-rio-pardo/?topo=52,1,1,,171,e171

26/8/2012 - O Vale do Amanhecer, centro de doutrina espiritualista Cristã, também foi alvo da ira da população. Um funcionário do templo, Emanuel Jonas da Silva, chegou a ser agredido pelos populares e prestou depoimento à polícia. O centro só não foi incendiado porque policiais militares conseguiram impedir a ação dos manifestantes. O grupo ainda conseguiu saquear o Templo e destruir objetos do local. Tronos, Mesa Evangélica e imagens. "As pessoas estão invadindo os espaços aleatoriamente. Muitos não conhecem a história das religiões e estão cometendo injustiças". Apontou o delegado Antônio Dutra. http://amanheceremnoticias.blogspot.com.br/2012/08/os-principais-alvos-da-revolta-da.html

04/08/2013 -  Além de Yá Mukumby foram mortas mais três pessoas, entre as quais, sua mãe, Alial de Oliveira Santos, 86 anos, e uma neta de 10 anos. O crime chocou Londrina, a segunda cidade mais populosa do Paraná e a quarta da região sul. Além do pano de fundo machista (o alvo do agressor era sua própria companheira, Patrícia Amorim Dias, de 19 anos) o crime pode ter sido gerado pela intolerância religiosa: de acordo com vizinhos, o assassino Diego Ramos Quirino, 30 anos, era evangélico e dizia estar "com o diabo no corpo”. http://www.afropress.com/post.asp?tipo=fotos&id=15261

16/12/2013 “Picharam minha casa, jogaram pedras várias vezes. Há cinco anos, cancelei sessões públicas e deixamos de tocar o atabaque para preservar nossa crença”, conta. Nos aglomerados da capital, o fenômeno se repete e os terreiros também se mantêm discretos. Apesar de presentes, já não é tão fácil encontrá-los.  http://www.otempo.com.br/preconceito-e-viol%C3%AAncia-fazem-terreiros-se-esconderem-em-bh-1.761460

07/03/2014 - Monumento em homenagem a 'Mãe Doca' é destruído em Belém. http://www.ormnews.com.br/multimidia/video/40215  

1/04/2014 - Polícia investiga incêndio e destruição de imagens em terreiro de candomblé em Goiana. A polícia investiga a depredação e incêndio ocorridos em um terreiro de candomblé na madrugada da segunda-feira, dia 1º de abril, em Goiana, na Zona da Mata Norte pernambucana. O local de culto à entidade Jurema teve suas dependências tomadas pelas chamas e várias imagens sagradas foram quebradas. O responsável pelo terreiro é o babalorixá conhecido como Pai Dedo.  http://www.ablogpe.com/2014/04/policia­investiga­incendio­e­destruicao.html

01/08/2014 Terreiro de candomblé é incendiado pela oitava vez em Duque de Caxias - http://boaforma.uol.com.br/videos/assistir.htm?video=terreiro-de-candomble-e-incendiado-pela-oitava-vez-04020D18326AD0895326

25/11/2014 - Mãe de Santo de 61 anos é morta dentro de casa em Eunápolis, na BA http://g1.globo.com/bahia/noticia/2014/11/mae-de-santo-de-61-anos-e-morta-dentro-de-casa-em-eunapolis-na-ba.html

23/04/15 às 15h38 - Comerciante que estrangulou e matou mãe de santo é presa em Euclides da Cunha (BA) http://varelanoticias.com.br/comerciante-que-estrangulou-e-matou-mae-de-santo-e-presa-em-euclides-da-cunha-ba/

20/05/2015 -Mãe de santo presta queixa por ofensa http://gazetaweb.globo.com/gazetadealagoas/noticia.php?c=266336

10/06/2015 - A morte de uma ialorixá nonagenária em Camaçari, município industrial localizado a 40 quilômetros de Salvador, é centro de comoção http://oglobo.globo.com/sociedade/religiao/parentes-de-ialorixa-morta-dizem-que-ela-teve-infarto-causado-por-perseguicao-religiosa-16396381#ixzz43bCShFhv

16/06/2015  A menina, iniciada no Candomblé há quatro meses, seguia com parentes e irmãos de santo para um centro espiritualista na Vila da Penha, quando foi atingida na cabeça por uma pedra, atirada, segundo testemunhas, por um grupo de evangélicos. Ainda segundo os relatos, momentos antes, eles xingaram os adeptos da religião de matriz africana. “Eles gritaram: ‘Sai Satanás, queima! Vocês vão para o inferno’. Mas nós não demos importância. Logo depois, o pedregulho atingiu minha neta e, enquanto fomos socorrê-la, eles fugiram em um ônibus”, contou a avó da menina, Kathia Coelho Maria Eduardo, de 53 anos, conhecida na religião como Vó Kathi - http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2015-06-16/intolerancia-religiosa-leva-menina-a-ser-apedrejada-na-cabeca.html

27/06/2015 "Macumbeiro desgraçado! Povo do diabo!" A relação com os vizinhos, que já não era boa, com o tempo só fez piorar –ponto de as ofensas começarem a ser ouvidas na rua, diz Caio Marcelo Affonso, 42, dirigente espiritual do terreiro de umbanda Pena Vermelha, na zona leste. "Todos nós que vivemos o Orixá já passamos por algo constrangedor", afirma o religioso, que demorou um ano e três meses para conseguir alugar um local para o terreiro. "Quando falava para o que era, não alugavam em lugar nenhum", conta.  Nem só com ofensas verbais, no entanto, a intolerância se manifesta por ali. Pedras e pedaços de paus já foram atirados contra uma das áreas do terreiro, afirma. http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/06/1648608-terreiro-de-umbanda-em-sao-paulo-e-alvo-de-pedradas-e-xingamentos.shtml

15/07/2015 - Um terreiro que existe há 39 anos na cidade de Juazeiro, norte da Bahia, sofre há cerca de três meses com ação de vândalos, segundo conta a líder religiosa Adelaide Santos. O templo Ilê Abasy de Oiá Guenã, no bairro Kidé, chegou a ser arrombado algumas vezes, e a casa onde  ela mora com netos e filhos também foi apedrejada. Por causa disso, a líder religiosa de 63 anos passou a dormir na casa de vizinhos.  http://www.portaldenoticias.net/terreiro-de-candomble-e-apedrejado-em-juazeiro/

12/08/2015 O babalorixá  Antônio Caldas contou que o terreiro, localizado no bairro Jardim Borborema, foi atingido por pedradas durante a realização de um Fórum de Diversidade Religiosa. De acordo com o líder religioso, este não foi o primeiro ataque ocorrido no local. Antônio revelou que, em outros momentos, já chegaram a jogar bombas, pedras e até coquetel molotov. http://www.maispb.com.br/117862/terreio-e-apedrejado-em-campina-grande.html

12/09/2015 Pouco mais de um mês após um ataque a um terreiro de religião de matriz africana, pelo menos dois templos da mesma doutrina foram incendiados na madrugada deste sábado (12/9) no Entorno do Distrito Federal. Um caso ocorreu em Santo Antônio do Descoberto e o outro, em Águas Lindas, ambos municípios goianos a aproximadamente 50 Km do DF. A ocorrência mais grave é a de Santo Antônio do Descoberto. O terreiro ficou todo destruído pelo fogo. Uma vizinha disse que viu os primeiros estalos, no telhado, por volta das 6h. Outros vizinhos tentaram ajudar, mas não conseguiram apagar o fogo a tempo de evitar a destruição do espaço onde adeptos do candomblé se reúnem. O mesmo templo havia sofrido um ataque parecido em 5 de agosto. http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2015/09/12/interna_cidadesdf,498369/dois-terreiros-de-religioes-afros-sao-incendiados-no-entorno-no-df.shtml

13/09/2015 - Pai de santo é morto a tiros dentro de casa na BA; mulher presenciou crime. Segundo família, vítima foi atingida por diversos disparos de arma de fogo. Homicídio ocorreu na noite de sábado (12), na cidade de Simões Filho  http://g1.globo.com/bahia/noticia/2015/09/pai-de-santo-e-morto-tiros-dentro-de-casa-na-ba-mulher-presenciou-crime.html?utm_source=twitter&utm_medium=share-bar-desktop&utm_campaign=share-bar

30/09/2015 - Segundo relatos, o pai de santo foi alvejado em várias partes do corpo http://portalitaberabareporter.com.br/itaberaba/pai-de-santo-e-morto-a-tiros-em-itaberaba/

05/10/2015 – Executado dentro da igreja. Vítima tentou se esconder em templo evangélico, mas foi morto a tiros por bandidos encapuzados, em Benevides. De acordo com informações repassadas pela polícia, Roberto era pai de santo e ainda não se sabe o que motivou o homicídio, já que não há indícios de envolvimento dele com a criminalidade. http://www.ormnews.com.br/noticia/executado-dentro-da-igreja  e http://www.ormnews.com.br/noticia/umbandista-executado-a-tiros
16/10/2015 - Donizete Souza Braga, de 56 anos, foi executado dentro de um centro de umbanda em Cotia (SP)   http://noticias.r7.com/jornal-da-record/videos/pai-de-santo-e-morto-a-tiros-em-centro-de-umbanda-em-cotia-sp-16102015

27/10/2015 Os organizadores do terreiro disseram à polícia que não é a primeira vez que o local é alvo de ataque. Segundo eles, durante os cultos, que são realizados duas vezes por semana, o prédio foi apedrejado em várias ocasiões.  http://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/noticia/2015/10/imagens-de-santos-sao-destruidas-em-terreiro-de-macumba-em-botucatu.html

28/10/2015 O Terreiro de Pai Ivon, localizado no bairro de Santa Teresa, em Olinda, está sendo alvo de uma ação de desocupação para posterior demolição na manhã desta quarta-feira. Na sexta-feira passada, o sacerdote Ivon Carlos recebeu a ordem, mas recorreu e conseguiu, no Fórum de Olinda, um prazo de oito dias para tentar reverter a ação. A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foi acionada para tentar evitar a demolição do templo.  De acordo com Tiago Nagô, ativista de direitos humanos para os povos tradicionais, o terreiro é o último existente na Ilha do Maruim, após as últimas desapropriações realizadas pela Prefeitura de Olinda. "Não é uma residência comum, é um terreiro africano, que está sendo posto abaixo com o pretexto das reformas urbanas, para dar caminho a uma pista. Os povos de matrizes africanas não terão lugar para cultuar, enquanto várias igrejas evangélicas estão sendo abertas na mesma comunidade. Eles estão desobedecendo a Lei Federal 12.288 de 2010, o Estatuto da Igualdade Racial", denuncia Tiago Nagô. http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/vida-urbana/2015/10/28/interna_vidaurbana,606748/terreiro-e-alvo-de-acao-de-desocupacao-em-olinda.shtml

01/11/2015 PF descobre despacho de macumba na casa de Collor contra Janot POR GUILHERME AMADO - "Numa mesa, os agentes encontraram uma foto do conselho do CNMP com os rostos de Janot e de George assinalados num círculo feito a caneta. Acima da foto, numa folha de papel com o timbre do Senado, os nomes de vários orixás: Iemanjá, Elegbara, Oxalá, Ogum, entre outros." http://blogs.oglobo.globo.com/lauro-jardim/post/pf-descobre-despacho-de-macumba-na-casa-de-collor-contra-janot.html

02/12/2015 - O pai de santo Marco Antônio Albuquerque da Cruz, de 50 anos, babalorixá do candomblé, foi encontrado morto dentro da casa em que morava no bairro da Pratinha II, em Belém. http://mobi.diarioonline.com.br/noticias/policia/noticia-352114-pai-de-santo-e-encontrado-morto-dentro-de-casa.html

17/12/2015 - o pai de santo José Flávio Ferreira de Andrade, de 36 anos, foi atingido com 3 tiros e caiu morto em frente à casa onde morava, localizada no bairro Estrela, mais precisamente na Alameda Liberdade. http://www.diarioonline.com.br/noticias/policia/noticia-353643-tres-pessoas-sao-assassinadas-a-bala-em-castanhal.html

22/12/2015 = Na madrugada desta última terça-feira um pai de santo de 50 anos foi assassinado a tiros e facadas dentro de sua residência localizada no bairro Águas Negras no distrito de Icoaraci (21 km de Belém). http://noticiasplantaopolicial.com.br/noticias/pai-de-santo-e-morto-a-tiros-e-facadas-apos-reagir-a-assalto-dentro-de-sua-residencia

08/01/2016 - Um pai de santo foi morto a tiros na esquina de casa no início desta quinta-feira (7) em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2016/01/pai-de-santo-e-morto-tiros-na-esquina-de-casa-na-baixada-rj.html

11/02/2016 - A mãe de santo Salomé Moura Coelho, 57 anos, e o companheiro dela, que ainda não foi identificado, foram encontrados mortos na tarde do dia 10 dentro de um terreiro no bairro Engenho Velho de Brotas. http://www.correio24horas.com.br/detalhe/noticia/mae-de-santo-e-companheiro-sao-encontrados-mortos-em-terreiro-no-engenho-velho-de-brotas/?cHash=8cb875fab2a62df0d01143a81867bd28


20/03/2016 – Destruição de imagem de Iemanjá na Paraíba, “vândalos acabaram de cortar a cabeça da nossa estátua de Yemonja que se localizar na praia do cabo branco” - https://www.facebook.com/belatuca/posts/1031975523507417?comment_id=1032784566759846&notif_t=comment_mention 

08/ 08/ 2016 - Pai de santo é executado. Religioso foi esfaqueado doze vezes num bar; o crime provocou comoção entre a comunidade afrorreligiosa “Já roubaram a casa do meu filho várias vezes. Quase toda semana eles entravam e levavam tudo. Só deixaram um armário que tem lá.” http://www.ormnews.com.br/noticia/pai-de-santo-e-executado


08/ 08/ 2016 - Pai de santo é morto com doze facadas. Em Ananindeua - Religioso é atacado por dois homens num bar situado no bairro Icuí-Guajará “Os que aceitaram falar, sem se identificar, afirmaram que Mário era muito conhecido na área e que existiam pessoas querendo expulsá-lo do local devido às suas manifestações religiosas.” http://www.ormnews.com.br/noticia/pai-de-santo-e-morto-com-doze-facadas

08/08/2016 - Pai de santo é morto com golpes faca. “Moradores que preferiram não revelar o nome comentaram que José era pai de santo e a religião incomodava a vizinhança devido aos cultos que realizava em casa. Esta, portanto, seria uma das supostas motivações. Além disso, populares disseram que a casa da vítima era constantemente assaltada e, por isso, ela teria jurado de morte os criminosos que podem ter revidado à ameaça.” http://mobi.diarioonline.com.br/noticias-interna.php?nIdNoticia=376587

No mesmo fim de semana em que José Cavalcante foi assassinado, 3 homens armados de revólveres invadiram um terreiro de umbanda em Icoaraci e atacaram pais e mães de santo, que se preparavam para uma festa no espaço religioso. Uma mãe de santo levou um tiro de raspão e precisou de atendimento médico.   http://www.diarioonline.com.br/noticias/policia/noticia-377191-mortes-de-pais-de-santo-no-para-ficam-impunes.html

segunda-feira, 21 de março de 2016

[Reforma do Ver-o-Peso] Sistema de escuta de povos e comunidades tradicionais .

[Reforma do Ver-o-Peso] Sistema de escuta de povos e comunidades tradicionais para incluir necessidades na consulta pública para o projeto de reforma da feira do Ver-o-Peso.
Local: Auditório do IPHAN-PA/ MinC - Regional Norte.
Endereço: Av. Gov. José Malcher, 474 - Nazaré
Data/Hora: 22/03/2016, das 10h às 15h.

21 de março, eliminação da discriminação racial.


Em dia 21 de março de 1960, vinte mil pessoas protestavam pacificamente, na cidade de Johanesburgo, capital da África do Sul, contra a lei obrigava os/as negros/as a portar cartões de identificação, especificando os bairros e locais, onde lhes eram permitido circular quando os manifestantes foram surpreendidos pela polícia do antigo regime segregacionista do apartheid que atirou sobre a multidão, matando 69 pessoas e ferindo outras 186.

domingo, 20 de março de 2016

Rei Congo e a Cabanagem na webTV Azuelar



Rei Congo e a Cabanagem, roda de conversa com João
Lúcio Mazzini da Costa e Mametu Nangetu.
Como parte da celebração do dia da Mãe Doca, o 18 de
março, dia Estadual e Municipal da Umbanda e das
religiões afro-brasileiras em Belém e no Pará
Captção de imagens e de áudios
Tata Kinamboji
Samili Maria Moreira Silva e Silva
Sibely Nunes
Vitor Gonçalves
Weverton Ruan Rodrigues
Edição/Montagem
Táta Kinamboji
Realização
webTV Azuelar - Projeto Azuelar
 Instituto Nangetu/ Ponto de Mídia Livre
Apoio
REATA - Rede Amazônica de Povos Tradicionais de
Matriz Africana - rede [aparelho]-:  - Projetos de
extensão da UFPA: Ngomba d’Aruanda: apoio às ações
de mídia cultural do Projeto Azuelar/ Ponto de Mídia
Livre do Instituto Nangetu; e Produção do Programa
‘Nós de Aruanda’ para a ‘WebTV Azuelar’, poéticas
visuais em combate ao racismo - Eu vou navegar na
Casa da Mãe das Águas (Ilê Iyabá Omi). (Coordenação
Prof. Arthur Leandro) - UFPA-PROEX
O dia 18 de março foi dedicado aos umbandistas e aos
afro-religiosos através da Lei Municipal nº 8272, de 14
de outubro de 2003 (autoria do vereador Ildo Terra) e
da Lei Estadual nº 6.639, de 14 de abril de 2004 (autoria
da deputada Araceli Lemos) e registra a luta de de dona
Rosa Viveiros, Também conhecida como Nochê
Navanakoly e como Mãe Doca, que era filha de santo
do africano Manoel-Teu-Santo e seu Vodun era Nanã e
Toi Jotin. É Dona Rosa Viveiros, que em 1891 - apenas
três anos após a abolição da escravatura - enfrentou o
racismo e outros preconceitos da época e inaugurou
seu Terreiro de Tambor de Mina na capital paraense.
Mãe Doca foi presa várias vezes porque cultuava as
divindades e preservava a religiosidade afro-amazônica,
e nem por isso desistiu de manter seu Templo Afro-
religioso aberto. Mãe Doca se tornou o símbolo de
resistência do Povo Tradicional de Matriz Africana no
Pará, e é em sua homenagem que o dia 18 de março se
tornou o dia da Umbanda e das religiões Afro-
brasileiras.
Belém, março de 2016.crição

quarta-feira, 16 de março de 2016

Reunião debate a presença de tradições de matriz africana no Ver-o-Peso.

por Abílio Dantas para o blog OUTROS 400
O projeto da prefeitura pode apresentar elementos de racismo institucional. Ontem pela manhã, em reunião realizada pelo Iphan, lideranças de povos tradicionais e técnicos debateram a venda de animais vivos no Ver-o-Peso.


“O Plano Nacional da Igualdade Racial demarca, no primeiro ponto, que se deve combater o racismo institucional. Então eu pergunto a todos aqui: alguém sabe o que é racismo?”. O questionamento de Arthur Leandro, da Rede Amazônica de Tradições de Matriz Africana, deu o tom de preocupação da reunião realizada ontem, pela manhã, no prédio do Ministério da Cultura (MinC), em Belém. O encontro, convocado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), reuniu 26 representantes de organizações governamentais e da sociedade civil para debater a permanência do setor de venda de animais vivos no Complexo do Ver-o-Peso.


Os dois únicos vendedores do setor, Edivaldo Moreira e Lucivaldo Oliveira, iniciaram a reunião relatando o susto que sentiram ao constatarem que a atividade que garante o sustento de suas famílias não havia sido considerada ou, ao menos, citada no projeto de reforma apresentado pelo prefeito Zenaldo Coutinho na audiência pública realizada no dia 3 de março deste ano. Segundo os comerciantes, isso representa o esquecimento de uma atividade que possui tradição na capital. “Essa atividade é herdada de pai para filho. Eu recebi essa herança dos meus avós. Na última reforma nós não tivemos problemas. Nós sabemos que é preciso melhorar, mas não acabar”, defendeu Lucivaldo.



essa atividade é herdada de pai para filho. Eu recebi essa herança dos meus avós. Na última reforma nós não tivemos problemas. Nós sabemos que é preciso melhorar, mas não acabar

A antropóloga e técnica do Iphan, Larissa Guimarães, responsável pela condução do encontro e pela inscrição das falas, que avolumavam-se rapidamente, reconheceu que o projeto apresentado pela prefeitura não apresentava nenhuma proposta para o setor de animais. “O que queremos aqui é escutar todas as partes e pensar qual é a melhor maneira de garantirmos a permanência do setor. Ninguém está falando em retirar”, afirmou.


A superintendente do Iphan no Pará, Maria Dorotéa de Lima, cumpria também o papel de mediadora da reunião e propôs ideias para que a polêmica entre as exigências legais de manejo de animais colocadas por órgãos como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a importância da atividade para comerciantes e líderes religiosos fosse conciliada. “Não seria possível realizar um convênio com a UFRA (Universidade Federal Rural da Amazônia) para que fosse dado um auxílio técnico sobre o trato de animais?”, questionou.





Líderes religiosos acusaram a prefeitura de praticar racismo institucional ao não considerar os povos de matriz africana no projeto de reforma do Ver-o-Peso.
Enquanto ocorria o debate, várias dúvidas pairavam, mas um fato foi confirmado: a Prefeitura Municipal de Belém (PMB) não ouviu os setores interessados durante a elaboração da primeira etapa do projeto de reforma. A representante da Secretaria de Urbanismo (Seurb), Paula Andréa Rodrigues, admitiu que a escuta não foi realizada. “Seria muito importante que essa reunião tivesse sido realizada lá atrás, para que toda essa realidade fosse conhecida, mas isso não foi feito”, disse. A ausência de diálogo, de acordo com as lideranças religiosas, pode resultar em um ato de racismo institucional.

RITUAIS AFRO-RELIGIOSOS

“É racismo institucional não considerar os povos de matriz africana que construíram a história desse país”, declarou Edson Catendê, do Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC/MinC). De acordo com ele, Arthur Leandro e Emanuell Souza, também do CNPC, a compra e abate de animais vivos é parte fundamental da existência e reprodução das práticas afro-religiosas. “É cultural, não só para as religiões de matriz africana, mas de todos nós, pois os animais são trazidos das ilhas, das estradas, vem de todo lugar. É triste perceber que, mais uma vez, estamos sendo invisibilizados nessa cidade”, denunciou Emanuell.








ccc "Alimentamos as nossas comunidades a partir das nossas tradições", afirma Mãe Nangetu.

Pato, galinha, cabra e bode são alguns dos animais que Mãe Nangetu, líder religiosa e conselheira municipal de cultura de Patrimônio Imaterial, compra com frequência no Ver-o-Peso. Os animais devem ser adquiridos ainda inteiros, saudáveis e bonitos, segundo ela, pois são utilizados em oferendas em rituais sagrados oferecidos aos deuses.



a proibição da venda de animais seria não só uma violência simbólica, mas “racismo mesmo, intolerância. Além da gente oferecer, nós distribuímos para a comunidade. Alimentamos as nossas comunidades a partir das nossas tradições”

“Ninguém faz nada sem dar oferenda ao grande comunicador, que é Exu, e que na minha tradição banto se chama Mavambo Izila. Antes de se fazer qualquer ritual, tem que se fazer uma oferenda pra ele, pra que chegue até nossos deuses”. Para ela, a proibição da venda de animais seria não só uma violência simbólica, mas “racismo mesmo, intolerância. Além da gente oferecer, nós distribuímos para a comunidade. Alimentamos as nossas comunidades a partir das nossas tradições”, concluiu.


Ao fim da reunião, decidiu-se coletivamente pela criação de um Grupo de Trabalho que será composto pelos vendedores do setor de animais, os representantes da UFRA, Sindicato dos Feirantes, Seurb, Secretaria de Economia (Secom), Agência de Defesa Agropecuária (Adepará), Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), Quilombolas, Conselho Municipal de Cultura, Conselho Nacional de Políticas Culturais e Iphan. O próximo encontro foi marcado para o dia 29 de março, às 10h, também no prédio do MinC.

Fotos: Kleyton Silva

segunda-feira, 14 de março de 2016

GT sobre tradições de matriz africana no Ver-o-Peso,



[Reforma do Ver-o-Peso] Visando o estabelecimento e estreitamento de diálogo entre os diversos agentes sociais/tradicionais que atuam no complexo do Ver-o-Peso, vimos por meio deste convidar vossa senhoria a participar de Reunião do Grupo de Trabalho para debater o comércio de animais vivos e outros produtos necessários para a reprodução das tradições de matriz africana na reforma da feira do Ver-o-Peso. Com a participação de comunidades quilombolas, feirantes, comunidades de terreiros de povos tradicionais de matriz africana, barqueiros, os arquitetos responsáveis pelo projeto, agentes da vigilância sanitária, pesquisadores de agricultura familiar e técnicos do IPHAN.
Local: Auditório do IPHAN-PA/ MinC - Regional Norte.
Endereço: Av. Gov. José Malcher, 474 - Nazaré
Data/Hora: 16/03/2016, às 10h

Mais Acarajé, Menos racismo! Dia 18 de março é dedicado à Mãe Doca.


O dia 18 de março foi dedicado aos umbandistas e aos afro-religiosos através da Lei Municipal nº 8272, de 14 de outubro de 2003 (autoria do vereador Ildo Terra) e da Lei Estadual nº 6.639, de 14 de abril de 2004 (autoria da deputada Araceli Lemos) e registra a luta de de dona Rosa Viveiros, Também conhecida como Nochê Navanakoly e como Mãe Doca, que era filha de santo do africano Manoel-Teu-Santo e seu Vodun era Nanã e Toi Jotin.
É Dona Rosa Viveiros, que em 1891 - apenas três anos após a abolição da escravatura - enfrentou o racismo e outros preconceitos da época e inaugurou seu Terreiro de Tambor de Mina na capital paraense.
Mãe Doca foi presa várias vezes porque cultuava as divindades e preservava a religiosidade afro-amazônica, e nem por isso desistiu de manter seu Templo Afro-religioso aberto. Mãe Doca se tornou o símbolo de resistência do Povo Tradicional de Matriz Africana no Pará, e é em sua homenagem que o dia 18 de março se tornou o dia da Umbanda e das religiões Afro-brasileiras.

sábado, 12 de março de 2016

19 de março, 11h - Roda de Abertura do novo polo do Grupo de Capoeira Angola Negros de Aruanda

No próximo sábado, dia 19/03, a partir de 11h no Mansu Nangetu, Roda de Abertura do novo polo do Grupo de Capoeira Angola Negros de Aruanda, sob orientação de Mestre Carlinhos. Não percam!

sexta-feira, 11 de março de 2016

NEGRAS E NEGROS CONTRA O RETROCESSO

Mais de 70 Entidades, grupos e representações do Movimento Negro Brasileiro lançaram uma nota em que se colocam contra qualquer retrocesso conservador no país, mas ao mesmo tempo criticam o governo Dilma e cobram mudanças: “O governo federal, alvo das incursões destes setores mais conservadores, ao invés de enfrentá-los, continua sucumbindo e impondo uma agenda muito similar ao de seus algozes(…) é preciso uma mudança de rumo desse governo. A população negra não pode pagar pela crise econômica e política do país.”

Originalmente yblicado em GELEDES: Entidades do Movimento Negro criticam governo Dilma, mas se colocam contra retrocesso conservador



A nota, que é fruto de um esforço político de busca de convergência entre diferentes campos político-ideológicos do movimento negro, afirma também que sua prioridade é “o enfrentamento à política genocida, contra a redução dos direitos trabalhistas, contra a reforma da previdência, contra os cortes em programas sociais como saúde e educação”.


Confira o documento na íntegra:

NEGRAS E NEGROS CONTRA O RETROCESSO

Brasil, 9 de março de 2016

Neste mês em que se celebra o Dia Internacional da Mulher e inspiradas nas histórias de centenas de mulheres negras na luta contra a Escravidão, na preservação das nossas religiões de matrizes africanas, na manutenção de nossa cultura e entre tantos elementos a mais, as Entidades Sociais que conformam o Movimento Negro Brasileiro, reunidas sob a égide da Convergência, vêm a público manifestar sua posição consensual contra a tentativa de golpe articulada pelos setores conservadores com apoio da mídia e por meio de ações de parte do Judiciário.

Dessa forma, apresentamos os seguintes apontamentos:

1 – Os setores que protagonizam esta tentativa golpista historicamente defendem propostas contra as bandeiras de luta do movimento negro e popular: Defendem a redução da maioridade penal; são contra as cotas e as ações afirmativas; atuam para retirar as perspectivas racial e de gênero dos planos de educação entre outros;

2 – Pressionam pela imposição de uma agenda neoliberal; pela entrega do pré-sal e do patrimônio nacional às empresas estrangeiras e o pleno atendimento das demandas do grande capital financeiro;

3 – Estes setores defendem o recrudescimento das políticas repressivas, da violência policial e do genocídio da população negra;

4- Combatem as reivindicações das mulheres negras, a descriminalização do aborto, pregam o esvaziamento das poucas políticas públicas direcionadas às mulheres, notadamente as mulheres negras, tais como as trabalhadoras domésticas;

5 – Reconhecemos que os significativos avanços promovidos contra a miséria extrema, a fome, a inclusão de milhares de jovens negros e negras nas universidades além da implantação de políticas de promoção e igualdade racial, são, entre outros fatores, elementos que levam as elites brasileiras se unirem e atacarem o atual governo.

6 – O governo federal, alvo das incursões destes setores mais conservadores, ao invés de enfrentá-los, continua sucumbindo e impondo uma agenda muito similar ao de seus algozes, sobretudo nos aspectos econômicos e em iniciativas tal qual a lei antiterrorismo. Somos contra o Impeachment da atual presidenta e não toleraremos qualquer tentativa de golpe à nossa frágil e insuficiente democracia. Mas é preciso uma mudança de rumo desse governo. A população negra não pode pagar pela crise econômica e política do país. O Movimento Negro brasileiro afirma uma agenda de enfrentamento à política genocida, contra a redução dos direitos trabalhistas, contra a reforma da previdência, contra os cortes em programas sociais como saúde e educação.
Nós que atuamos na luta contra o racismo e as desigualdades étnico-raciais, temos a convicção que qualquer ruptura com o frágil e ainda pouco eficaz processo democrático atingirá de forma mais grave o conjunto da população negra.

Somos a favor da investigação de todos os casos de corrupção, mas não ao uso oportunista disso para impor uma agenda antipopular que penalize ainda mais nosso povo negro.

Trazemos em nossa ancestralidade toda uma história de luta e resistência que estamos dispostos a honrar neste momento tão importante na história deste Brasil que é nosso e construímos com cada gota do nosso suor.

A solução para a crise está na adesão às propostas históricas dos movimentos populares e do movimento negro.

EM FRENTE E PELA ESQUERDA. RETROCESSO NUNCA MAIS!


Assinam:

ABPN – Associação Brasileira de Pesquisadores Negros
APNs – Agentes Pastorais Negros
CEN – Coletivo de Entidades Negras
Círculo Palmarino
CONAJIRA – Comissão Nacional de Jornalistas pela Igualdade Racial
CONAQ – Coordenação Nacional das Comunidades Quilombolas
CONEN – Coordenação Nacional de Entidades Negras
ENEGRECER – Coletivo Nacional de Juventude Negra
FNMN – Fórum Nacional de Mulheres Negras
FONAJUNE – Fórum Nacional de Juventude Negra
Instituto Luiz Gama
MNU – Movimento Negro Unificado
Quilombação
Rede Afro LGBT
RAN – Rede Amazônia Negra
UNEAFRO BRASIL
UNEGRO – União de Negros pela Igualdade
Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras – AMNB
Associação Franciscana de Defesa de Direitos e Formação Popular
Associação Nacional de empresários e Empreendedores Afrobrasileiros – ANCEABRA
Associação Religiosa de Tradição Afro-Cubana Ifanilorun
Bloco Afro Quilombo de Sergipe
Blog Negro Belchior
Bocada Forte Hip Hop
Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará – CEDENPA
Centro de Estudos, Pesquisa e Extensão em Educação, Gênero, Raça e Etnia – CEPEGRE/UEMS
Centro de Estudos e Referência da Cultura Afrobrasileira do Acre – CERNEGRO
Centro Nacional de Africanidades e Resistência – CENARAB
Coletivo Afrontar de Uberaba/MG
Coletivo CIATA do LPEQI
Coletivo Mocambo Cultural
Conselho de Entidades Negras do Interios do Estado do Rio de Janeiro – CENIERJ
Conselho Municipal de Igualdade Racial de Osasco
Conselho Municipal de política Étnico Racial de Curitiba
Consorcio Nacional dos Núcleos de Estudos Afrobrasileiros – CONNEABS
Dandaras no Cerrado
Federação Juvenil Comunista de la Argentina
Federação Nacional das Associações de Pessoas com Doenças Falciforme – FENAFAL
Federação das Religiões de Matriz Africana do Acre – FEREMAAC
Forum Sergipano dos Povos de Matriz Africanas
Fórum de Educação e Diversidade Etnorracial do Rio Grande do Sul
Fórum Estadual Setorial de Culturas Afro-brasileiras/ PA
Grupo de Estudos e Pesquisas em Relações Étnico-raciais, Educação e Formação de Professores. FE/UF – GREED
Grupo de Música Percussiva Gantó
Grupo de Pesquisas Religiosidades e Festas
Grupo Tortura Nunca Mais do Estado de São Paulo – GTNM/SP
Geledés Instituto da Mulher Negra
Instituto de Capoeira Cordão de Ouro – Mato Grosso do Sul
Instituto Ganga Zumba
Associação Franciscana DDHFP
Instituto Mocambo do Pará
Instituto da Mulher Negra de Mato Grosso – IMUNE
Instituto Nangetu de Tradição Afro-Religiosa e Desenvolvimento Social/ PA
Instituto de Resistência Cultural Afro-brasileira – Moviasés Guarulhos
Núcleo da Comunidade Negra de Osasco – NUCONO
NEAB/Unifesp
Núcleo Estadual da Marcha das Mulheres Negras do Espírito Santo
Núcleo Estadual de Mulheres Negras do Espírito Santo
Núcleo de Estudos Afro-brasileiros da Universidade Federal do Espírito Santo – NEAB/UFES
Núcleo de Estudos Afro-brasileiros da Universidade Federal de Juiz de Fora – NEAB-UFJF
Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade do Estado de Santa Catarina – NEAB/UDESC
Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) – Campus Sertão
Núcleo Negro Unifesp Guarulhos
Opaas – Observatório das Políticas de Ações Afirmativas do Sudeste
Pastoral Afro Achiropita
Portal Alma Preta
REATA – Rede Amazônica de Tradições de Matriz Africana
Secretaria de Combate ao Racismo da Federação Interestadual dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – FITMETAL
Secretaria Nacional de Igualdade Racial da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
Casa de Tradição e Cultura Afro-Brasileira de Minas Gerais – Ilê AxéOgunfunmilayo
Sociedade Comunitária “Fala Negão \ Fala Mulher” da Zona Leste de São Paulo
Instituto Das Pretas do Espírito Santo
QUILOMBHOJE Literatura

terça-feira, 1 de março de 2016

Dançando para Iemanjá, roda de conversa com João Simões Cardoso Filho e Mametu Nangetu.

Como parte da celebração do dia Estadual e Municipal da Umbanda e das religiões afro-brasileiras em Belém e no Pará, o Instituto Nangetu promove uma série de rodas de conversas para o mês de março, o convidado do sábado, 19 de março, é o professor João Simões Cardoso Filho.

Dançando para Iemanjá, dinâmicas sociais e políticas religiosas.
Conversa com João Simões Cardoso Filho e Mametu Nangetu.
Sábado, 19 de março, a partir das 9:30.
Mansu Nangetu - Tv. Pirajá, 1194 - Belém/PA.
Transmissão pela webTV Azuelar http://www.ustream.tv/channel/azuelar


João Simões é pesquisador e autor da Tese "Dançando para Iemanjá", um estudo que parte da análise do Festival de Iemanjá pra debater cultura, natureza e sociedade. Nesta conversa com Mametu Nangetu, eles se propõem a abordar as políticas religiosas e as dinâmicas sociais na perspectiva do enfrentamento ao racismo e da defesa das tradições de matriz africana na Amazônia.


O dia 18 de março foi dedicado aos umbandistas e aos afro-religiosos através da Lei Municipal nº 8272, de 14 de outubro de 2003 (autoria do vereador Ildo Terra) e da Lei Estadual nº 6.639, de 14 de abril de 2004 (autoria da deputada Araceli Lemos) e registra a luta de de dona Rosa Viveiros, Também conhecida como Nochê Navanakoly e como Mãe Doca, que era filha de santo do africano Manoel-Teu-Santo e seu Vodun era Nanã e Toi Jotin.
É Dona Rosa Viveiros, que em 1891 - apenas três anos após a abolição da escravatura - enfrentou o racismo e outros preconceitos da época e inaugurou seu Terreiro de Tambor de Mina na capital paraense.
Mãe Doca foi presa várias vezes porque cultuava as divindades e preservava a religiosidade afro-amazônica, e nem por isso desistiu de manter seu Templo Afro-religioso aberto. Mãe Doca se tornou o símbolo de resistência do Povo Tradicional de Matriz Africana no Pará, e é em sua homenagem que o dia 18 de março se tornou o dia da Umbanda e das religiões Afro-brasileiras.