Táta Kinamboji recebeu de Pai Neto de Azile os livros para a biblioteca do instituto Nangetu. |
Táta Kinamboji recebeu cinco exemplares do Mapa da Intolerância Religiosa - violação de direitos de culto no Brasil, de Marcio Alexandre M. Gualberto, O livro é a sistematização de episódios criminosos dessa
natureza ocorridos no país nos últimos 10 anos. Apesar de ser um direito assegurado pela Constituição Federal, a
liberdade de culto é um dos direitos fundamentais mais desrespeitado em
nosso país.
O documento inédito organiza os casos de desacato à liberdade de
culto cometidos contra religiosos da matriz africana, muçulmanos,
judeus, católicos, entre outros grupos religiosos. Mesmo relatando casos
contra esses grupos, o autor afirma que o praticante das religiões de
matriz africana continua sendo a vítima preferencial.
Pai Neto de Azile fala pelo FERMA na solenidade de abertura. |
E que além do lançamento contou com a
assinatura do termo de cooperação entre a SEDIHC e Secretaria da
Igualdade Racial - SEIR/ Gov. do Maranhão; com uma roda de conversa com
lideranças de povos tradicionais de terreiros que foram vítimas de
intolerância religiosa, e atrações culturais.
Durante a roda de conversa,e diante da
semelhança entre os relatos ouvidos dos sacerdotes maranhenses com a
experiência paraense de resistência e luta pelo direito ao culto
religioso, Kinamboji pediu para se manifestar e cobrou atitude das
autoridades presentes no evento.
Começou se apresentando como sacerdote
afro-religioso de Belém do Grão-Parea, e disse que como São Luís é a
primeira capital do Grão-Pará ele se sentia em casa e tortalmente à
vontade para participar daquela roda. Dsse para as autoriddes
maranhenses que é necessário que encontros como aquele resultassem em
ações efetivas do poder público e que não é mais possível o estado
aceitar que a religiosidade seja tratada como caso de polícia,
Continuou mostrando como a policia e a
sociedade distorcem a Lei e criminalizem as práticas religiosas
brasileiras que tem origem na África Negra, e como terminam também por
criminalisar a resistência e a luta dos povos tradicionais de terreiros
para a garantia dos seus direitos. Relatou casos de racismo
institucional, aqueles praticados por funcionários públicos, em especial
os que são protagonizados por funcionários da segurança pública, e
citou a 'guerra santa' que os grupos pentecostais promovem contra a
religiosidade afro-brasileira, refletindo sobre o papel do estado na
construção da cultura da paz.
Por fim ressaltou a diferença de
tratamento que o estado dispensa para as religiões cristãs, lembrando
que de norte a sul do país no mês de dezembro as insituições públicas
se enfeitam para comemorar o nascimento de Jesus, e as prefeituras
ttambém gastam verba pública para decorar as cidades para esta
celebração religiosa, e entretanto em nenhum momento o poder público
enfeita suas instituições e as cidades para uma celebração religisoa
afro-brasileira, e concluiu dizendo que com tudo isso é dificil de
acreditar na afirmação de que o Brasil é um estado laico, e que esta
laicidade parecer ser falaciosa...
Programa cultural encerrou o evento. |
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