NENHUM DIREITO A MENOS, DEMOCRACIA SE FAZ COM DIÁLOGO E PARTICIPAÇÃO
O Brasil começou a dar seu salto para o futuro com a implementação de uma série de políticas públicas em prol da igualdade, todas elas no contexto mundial das lutas populares e democráticas. Em especial com a realização de diversas Conferências mundiais contra o racismo (Durban em 2001), pela emancipação das mulheres (Pequim,1995), pelos direitos da juventude e pela diversidade sexual, consubstanciados na Convenção Americana de Direitos Humanos, de 1969.
Ratificadas pelo Congresso Nacional, o nosso país se comprometeu a eliminar daí em diante a chaga da desigualdade. Essa opção política nos levou a incluir ações, projetos e políticas públicas que estão no caminho certo para colocar o Brasil num salto civilizatório sem precedentes, cuja novidade é que o Estado tem papel fundamental, e não somente os governos.
Desde a Constituição Cidadã de 1988, que liberdade e igualdade não são valores abstratos, mas parte de um projeto de sociedade, onde a democracia se constrói com diálogo e participação social, em um processo de contínua invenção e reinvenção de direitos.
O Poder Executivo, em especial nos últimos doze anos, tem buscado transformar-se para dar conta das demandas dos povos historicamente excluídos dos espaços de status, prestígio e poder. Deste modo, o atual desenho institucional do Governo Federal, revela o compromisso do Mandato Democrático e Popular com a agenda política dos Movimentos Sociais.
No entanto, conforme chegou ao conhecimento público, o Governo Federal, sob pressão da grande mídia e da onda conservadora que tem ocupado o debate político nacional, pretende fazer uma reforma administrativa, que projetada sem diálogo e participação com as forças progressistas vivas de nosso país, pode se constituir em uma ameaça as conquistas no campo das ações sociais, principalmente, as voltadas para grupos socialmente vulneráveis - como mulheres, promoção da igualdade racial, LGBT e juventude.
No coração da luta democrática em nosso país, as mulheres já pulsavam, rompendo preconceitos e tabus na luta pela Anistia e na demanda por direitos iguais. Na década de 80 do século passado, criou-se as Delegacias de Mulheres e no ano de 1985 conquistamos o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, fincando raízes para impulsionar ações que resultariam em exemplos para todo o mundo, de instrumentos de defesa dos direitos humanos das mulheres.
Na recém-nascida construção de um governo comprometido com os setores mais sofridos de nossa população, momento histórico em que o país desperta com intensidade para a necessidade das políticas públicas específicas para as mulheres, manifestamos nossa decisão de defender a manutenção desta política. Mobilizamo-nos pela reforma política democrática, pela garantia da prosperidade econômica com a valorização do trabalho, por autonomia e mais poder para as mulheres, negros e jovens e pela conquista de uma mídia democrática e não discriminatória.
Senhora Presidenta Dilma, “nada pra vocês sem vocês”. Não existe bom governo feito de boas intenções, mas aqueles que se constituem promovendo o diálogo e participação social, e nos quais os interlocutores governamentais possui peso institucional, poder de decisão e capacidade para promover a transversalidade das políticas de promoção de igualdade.
A expansão das políticas de ação afirmativa, a retirada do país do mapa da fome, o enfrentamento eficaz da miséria, o reconhecimento das uniões homoafetivas, o crescimento da presença de mulheres e negros no ensino superior e a frente de micro e pequenas empresas, demonstram que o Brasil está no caminho certo de superação da chaga das desigualdades – étnico-raciais, geracionais, sexuais e de gênero.
Senhora Presidenta Dilma, todos nós saímos e sairemos às ruas em defesa da legitimidade do seu Governo, ungido pelo voto de 54 milhões de brasileiros, em defesa da democracia e da vida. Mas entendemos como inaceitável a desmontagem de estruturas administrativas, de controle social e de diálogo entre governo e sociedade, que vem pautando a luta contra toda forma de preconceito e desigualdade, e as duras penas tem conseguido alterar a realidade de milhares de brasileiros e brasileiras, com a redução da pobreza, das diferenças regionais e culturais. Portanto, agora é o momento de continuar, aprimorar a gestão pública para consolidação das iniciativas criadas e de pavimentação da trilha da cidadania.
Por isso, as entidades dos movimentos sociais, cidadãos e cidadãs, intelectuais, artistas e militantes assinam o Manifesto abaixo, contra a alteração do desenho institucional nas Secretarias de Políticas paras as Mulheres, da Promoção da Igualdade Racial, de Direitos Humanos e de Juventude e em defesa do fortalecimento institucional desses órgãos, pois queremos que o Brasil dê um salto para o futuro, eliminado de vez a chaga dos preconceitos, do racismo, do sexismo e das desigualdades sociais e regionais.
Assinam:
1. Abaça Ogum de Ronda / SE
2. AFROUNEB – Núcleo Interdisciplinar de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros / UNEB – Santo Antonio
3. Agentes de Pastoral Negros – APN´S
4. Alteritas: diferença, arte e educação / MG
5. Articulação de Mulheres de Asé IYagba / RN
6. Articulação Popular e Sindical de Mulheres Negras de São Paulo – APSMNSP
7. Associação Afro Cultural de Matriz Africana São Jerônimo /BA
8. Associação Afro religiosa e Cultural Ilê Iyaba Omi – ACIYOMI /PA
9. Associação Brasileira de Pesquisadores Negros – ABPN
10. Associação das Comunidades Negras Rurais Quilombola do Maranhão – ACONERUQ
11. Associação Cultural Afro-brasileira de Oxaguiã / PA
12. Associação de Defesa Ambiental COROPOS / RJ
13. Associação de Educadores da USP - AEUSP
14. Associação de Mulheres Negras Aqualtune / RJ
15. Associação de Mulheres Negras Chica da Silva / MG
16. Associação de Mulheres ODUM-AMO / SP
17. Associação Nacional das Baianas de Acarajé / BA
18. Associação dos Pesquisadores Negros da Bahia
19. Associação Pró Moradia e Educação dos Empregados e Aposentados dos Correios - AME
20. Associação de Sambistas e Comunidades de Terreiro de Samba do Estado de São Paulo – ASTECSP
21. Batuque Afro Brasileiro de Nelson da Silva / MG
22. Bocada Forte Hip Hop / SP
23. Centro de Cultura Negra do Maranhão – CCN
24. Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades – CEERT / SP
25. Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afrobrasileira – CENARAB
26. Centro dos Estudantes de Santos e Região Metropolitana da Baixada Santista – CES
27. Centro de Estudos e Referência da Cultura Afro-Brasileira - CERNEGRO / AC
28. Cia de Teatro é Tudo Cena / RJ
29. CIR – Comissão de Igualdade Racial da OAB/RJ
30. Clube de Mães de Ilha de Mare - BA
31. Coletivo de Empreendedoras Negras Makena / SP
32. Coletivo de Entidades Negras – CEN
33. Coletivo de Estudante Negro do Mackenzie – AFROMACK / SP
34. Coletivo Feminista Baré do Amazonas
35. Coletivo Hip Hop Feminino Maria Amazonas
36. Coletivo Mulheres Encrespa de MG
37. Coletivo Nacional de Juventude Negra – ENEGRECER
38. Coletivo Quilombação / SP
39. Comissão de Jornalistas Pela Igualdade Racial – COJIRA/SP
40. Comissão Nacional dos Pontos de Cultura – GT Gênero
41. Comitê Impulsor Nacional da Marcha das Mulheres Negras Contra o Racismo, a Violência e Pelo Bem Viver
42. Confederação Nacional das Associações de Moradores - CONAM
43. Confederação Nacional Quilombola – CONFAQ
44. Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE
45. Conselho Estadual de Mulheres de Goiás - CONEM
46. Cooperativa de Mulheres Flor do Mangue de Salvador / BA
47. Coordenação Estadual de Quilombos Zacimba Gaba / ES
48. Coordenação Nacional das Comunidades Quilombolas – CONAQ
49. Coordenação Nacional de Entidades Negras – CONEN
50. E’léékò: Gênero e Cidadania / RJ
51. Federação Árabe Palestina do Brasil - FEPAL
52. Federação das Associações Comunitárias e Entidades do Estado de São Paulo - FACESP
53. Federação das Favelas do Estado do Rio de Janeiro - FAFERJ
54. Federação Nacional das Associações de Pessoas com Doença Falciforme – FENAFAL
55. Diretoria Racial da Federação Nacional dos Trabalhadores de Metrôs e Metrô Ferroviário – FENAMETRO
56. Fórum de Entidades Negras do Maranhão
57. Fórum de Juventude Negra do Amazonas
58. Fórum de Matriz Africana do Município de Cariacica / ES
59. Fórum Mineiro de Entidades Negras - FOMENE
60. Fórum Nacional de Juventude Negra - FONAJU
61. Fórum Nacional de Mulheres Negras – FNMN
62. Fórum Permanente Afrodescendente do Amazonas – FOPAAM
63. Fórum Sergipano das Religiões de Matriz Africana
64. GERA – Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Formação de Professores da UFPA
65. Grêmio Recreativo Escola de Samba Ipixuna do Amazonas
66. Grupo de Cultura Afro AFOXÁ / PI
67. Grupo Cultural Adimó / PI
68. Grupo de Estudos Afro-Amazônico (NEAB) UFPA
69. Grupo de Estudos Afro-Brasileiros e Educação – GEABE/FATEC / RJ
70. Grupo de Estudos e Pesquisas em políticas públicas, história e educação das relações raciais e de gênero da UNB
71. Grupo Mais Mulheres no Poder / MG
72. Ile Axé Elegbara Barakitundegy Bamine
73. Ilê Axé Olorum Funmi / SC
74. Ile Jena Delewa – BA
75. Ile Ofá Odé – BA
76. Ilu Oba De Min Educação, Cultura e Arte Negra /SP
77. Instituto AMMA Psique e Negritude / SP
78. Instituto Brasileiro da Diversidade – IBD
79. Instituto Cultural Afro Mutalembê – Amazonas
80. Instituto Centro Educacional e Cultural Nina Souza – CENS / AP
81. Instituto Ganga Zumba
82. Instituto Luiz Gama / SP
83. Instituto Mocambo /AP
84. Instituto Nangetu de Tradição Afro-religiosa e Desenvolvimento Social de Belém
85. Instituto Padre Batista / SP
86. Instituto Palmares de Promoção da Igualdade / BA
87. Instituto Pérola Negra do Rio de Janeiro
88. Instituto Pretos Novos / RJ
89. Irmandade Santa Bárbara / SE
90. Kwè Cejá Gbé / RJ
91. Liga Brasileira de Lésbicas
92. Liga Nacional Panela de Expressão – ES
93. Liga Oficial dos Blocos Afros e Escolas de Samba de Sergipe
94. Marcha Mundial de Mulheres
95. Movimento Internacional da Paz - MINPA
96. Movimento de Luta por Terra – MLT
97. Movimento Negro Unificado – MNU
98. Movimento Sem Terra - MST
99. Nação Hip Hop Brasil
100. N`Ativa / AC
101. Núcleo de Debates de Diversidades e Identidades de MG
102. Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros do CEFET – RJ
103. Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros do Colégio Pedro II
104. Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da FURB
105. Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da FURG
106. Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da IFPA
107. Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros NEAF - UFT
108. Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da UDESC
109. Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da UEL
110. Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da UEMG
111. Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros UFMA
112. Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da UFOP
113. Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da UFPI
114. Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da UFRPE
115. Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da UFSB
116. Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da UFTO
117. Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da UFPR
118. Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da UNB
119. Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da UNICENTRO
120. Núcleo de Estudos e Pesquisas Afro-Brasileiros e Indígenas: NEABI - UFPB
121. Núcleo de Estudos Sobre Educação, Gênero, Raça e Alteridade (NEGRA) da UNEMAT
122. Núcleo Vida e Cuidado (NUVIC): estudos sobre violência
123. Observatório da Mulher
124. Observatório da Políticas de Democratização de Acesso e Permanência na Educação Superior da UFRRJ
125. Organização Cultural Remanescentes de Tia Ciata / RJ
126. Organização de Economia Solidária - OPES
127. Pastoral da Juventude do Meio Popular – PJMP
128. Quilombação – Coletivo de Ativistas Antirracistas / SP
129. Rede Nacional Afro LGBT
130. Rede Amazônia Negra – RAN
131. Rede Amazônica de Tradições de Matriz Africana - REATA
132. Rede Aruanda Mundi
133. Rede de Jovens do Nordeste - RJNE
134. Rede Mulher e Mídia
135. Rede Nacional Lai Lai Apejo – Saúde da População Negra e AIDS
136. Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde - RENAFRO
137. Rede Nacional das Religiões de Matriz Africana – Núcleo Sergipe
138. Rede Sapatá – Promoção de Saúde e Controle Social de Políticas Públicas para Lésbicas e Bissexuais Negras
139. Secretaria Nacional de Combate ao Racismo da CUT – SNCR/CUT
140. Secretaria Nacional de Igualdade Racial da CTB
141. Secretaria Nacional de Mulheres da CTB
142. Setorial de Combate ao Racismo da Central de Movimentos Populares – CMP
143. Sindicato dos Trabalhadores dos Correios da Grande São Paulo, Sorocaba e Região – SINTECT/SP
144. União Brasileira de Estudantes Secundaristas - UBES
145. União Brasileira de Mulheres – UBM
146. União das Comunidades Tradicionais Afro-amazônicas - UNIMAZ
147. União das Escolas de Asmba Paulistana – UESP
148. União de Mulheres de São Paulo
149. União Municipal dos Estudantes Secundaristas de Santos – UMES Santos
150. União Nacional dos Estudantes - UNE
151. União de Negros Pela Igualdade – UNEGRO
152. Visão Mundial
153. Yle Ase Obe Fara BARAHUMERJIONAN / SE
Personalidades
1. Dexter (Marcos Fernandes de Omena) – Rapper
2. GOG (Genival Oliveira Gonçalves) – Rapper e poeta
3. Hélio Santos – Professor universitário ((Visconde de Cairu – Salvador)
4. Leci Brandão – Deputada Estadual e cantora
5. Valter Silvério – Professor universitário (UFSCAR)
domingo, 30 de agosto de 2015
quinta-feira, 27 de agosto de 2015
Em defesa da SEPPIR-PR.
Mais uma vez, neste agosto de 2015, diante da iminente reforma ministerial, a imprensa burguesa tenta pautar a extinção da Secretaria Epecial de Promoção da Igualdade Racial - SEPPIR-PR.
A Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial
(SEPPIR\) foi criada em 2003, a criação da secretaria (com status de
ministério) para a promoção de políticas públicas de igualdade racial só pode
se tornar real no início do primeiro ano de governo Lula. Ao contrário do que
pode-se concluir numa leitura apressada, a criação da SEPPIR, que é fruto de
pelo menos quatro décadas de luta do movimento social negro, é sim um grande
avanço. A própria existência do órgão é um enfrentamento explícito à ideologia
difundida pela elite eurocentrica que até então governava o país, de que não
existia racismo e que o Brasil seria um exemplo de democracia racial.
Essa mudança é importante! E é importante porque quando a
estrutura de governo reconheceu a existência do racismo, também promoveu o
debate sobre as desigualdades sociais por motivação baseadas em preconceito
étnico e racial e fez com que essas questões fossem debatidas no Congresso
Nacional, por exemplo, quando da aprovação da LEI Nº 12.288, DE 20 DE JULHO DE
2010, também conhecida como o Estatuto da Igualdade Racial; ou quando se
instalou o debate sobre a LEI Nº 12.711, DE 29 DE AGOSTO DE 2012, que dispõe
sobre cotas sociais que consideram o percentual da população negra de cada
estado para o ingresso nas universidades federais e nas instituições federais
de ensino técnico de nível médio.
A verdade é que esses
debates públicos contribuíram, e muito, para a população brasileira reconhecer
a existência e construir opinião favorável à implantação de políticas de
promoção da igualdade racial e combate ao racismo.
Outro avanço significativo é a construção do I Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Povos Tradicionais de Matriz Africana, lençado em 2013 e que está em fase de renovação para o próximo PPA.
Outro avanço significativo é a construção do I Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Povos Tradicionais de Matriz Africana, lençado em 2013 e que está em fase de renovação para o próximo PPA.
Apesar dos avanços que provocaram uma mudança na opinião
pública brasileira, a reação vinda da força política dessa mesma elite que se
contrapõe à implantação de políticas públicas específicas para a população
negra, continua a manipular informações e a difundir que a existência da SEPPIR
é desnecessária.
quarta-feira, 19 de agosto de 2015
Mametu Nangetu participou da audiência pública para o diálogo inter-religioso, na liberdade e convivência respeitosa entre os diversos cultos e na laicidade do Estado.
Atualizado em 20/08/2015 - 00h16
Líder de candomblé contesta classificação de religiões afro como minorias
A líder do candomblé no Pará, Oneide Rodrigues, mais conhecida como Mam'etu Nangetu, contestou as pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que definem os seguidores de cultos afros como "minoria" religiosa. Segundo ela, até por temor à intolerância, muitos adeptos do candomblé, umbanda e outros cultos se dizem católicos para os recenseadores.
Antonio Araújo/Câmara dos Deputados

Mam'etu Nangetu: por temor à intolerância, muitos adeptos de cultos afros se dizem católicos
Os deputados Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ) e Pastor Eurico (PSB-PE) anunciaram que vão cobrar do IBGE a revisão da metodologia de pesquisa para aferir, com mais precisão, o tamanho das diversas religiões no País. As declarações foram feitas nesta quarta-feira (19), em audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara.
Mam'etu Nangetu se queixou, ainda, da baixa representatividade dos seguidores de cultos afros no Parlamento e da dificuldade de a religião conseguir acesso aos meios de comunicação, inclusive às rádios comunitárias, "para mostrar que o nosso Deus não é satanás".
Violência
Também na audiência, o presidente da Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure) e professor da Universidade Federal de Sergipe, Uziel Santana, causou polêmica ao trazer para o contexto brasileiro a distinção entre violência religiosa real e simbólica.
Também na audiência, o presidente da Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure) e professor da Universidade Federal de Sergipe, Uziel Santana, causou polêmica ao trazer para o contexto brasileiro a distinção entre violência religiosa real e simbólica.
A primeira envolveria, por exemplo, guerra civil ou ação de terroristas com foco religioso e não ocorreria no Brasil. "A violência aqui é simbólica e também atinge os evangélicos, vítimas de pedradas e Bíblias queimadas, sobretudo no século 19", afirmou.
Uziel foi contestado principalmente pelo monge católico Marcelo Barros e pelo deputado Jean Wyllys (Psol-RJ), para quem as agressões, sobretudo a terreiros e seguidores de cultos afros, são exemplos de "violência real".
O presidente da Anajure citou ainda o relatório internacional sobre intolerância religiosa para afirmar que o cristianismo é a religião mais perseguida do mundo, como mostram alguns genocídios de minorias cristãs no Oriente Médio e no norte da África. Ele defendeu a aprovação do projeto de Estatuto da Liberdade Religiosa (PL 1219/15), em tramitação na Câmara.
Ações do governo
O coordenador-geral do Comitê Nacional de Respeito à Diversidade Religiosa da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Alexandre da Fonseca, citou algumas ações da secretaria para garantir o respeito às diferenças de crença, à liberdade de culto e à laicidade do Estado: fortalecimento dos comitês e fóruns estaduais de diversidade religiosa, campanhas contra a intolerância religiosa, inclusive por meio de cartilhas e livros; e popularização do Disque 100 como instrumento de denúncia.
O coordenador-geral do Comitê Nacional de Respeito à Diversidade Religiosa da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Alexandre da Fonseca, citou algumas ações da secretaria para garantir o respeito às diferenças de crença, à liberdade de culto e à laicidade do Estado: fortalecimento dos comitês e fóruns estaduais de diversidade religiosa, campanhas contra a intolerância religiosa, inclusive por meio de cartilhas e livros; e popularização do Disque 100 como instrumento de denúncia.
O Disque 100 registrou 543 denúncias de violações de direitos por discriminação religiosa entre 2011 e 2014. Desse total, 216 casos tiveram informação sobre a religião da vítima: 35% candomblé e umbanda, 27% evangélicos, 12% espíritas, 10% católicos, 4% ateus, 3% judaicos, 2% islâmicos e 7% outras.
sábado, 15 de agosto de 2015
18 de agosto, terça, é o lançamento do livro "Terecô de Codó, uma religião a ser descoberta, de Cícero Centriny."
Lançamento do livro: "Terecô de Codó, uma religião a ser descoberta", de Cícero Centriny.
Prefácio de Sérgio Ferreti e Mundicarmo Ferreti (Pesquisadores da UFMA), e apresentação de Pai Euclides Menezes Ferreira (Talabyan Lissanon), fundador, babalorixá da Casa Fanti-Ashanti.
Prefácio de Sérgio Ferreti e Mundicarmo Ferreti (Pesquisadores da UFMA), e apresentação de Pai Euclides Menezes Ferreira (Talabyan Lissanon), fundador, babalorixá da Casa Fanti-Ashanti.
Custo/ investimento - R$ 40,00.
Quando: 18 de agosto, terça-feira, a
partir das 18h.
Onde: Mansu Nangetu, Tv. Pirajá, 1194
(entre Duque de Caxias e 25 de Setembro) - Marco da Légua, Belém/ PA.
Informações: 91-32267599.
"Terecô de Codó, uma religião a ser descoberta"
Este livro é
o resultado de muitas pesquisas, ao longo de nove anos, que apresentam pontos
de vista das autoridades religiosas, muitas entrevistas e depoimentos, além do
convívio extenso com os “terecozeiros” e suas práticas religiosas, e procura deixar um registro em pinceladas da
história do negro codoense, tendo como pano de fundo a sua religião de matriz
africana e uma trajetória de resistência para a sua preservação.
O livro tem
a pretensão de registrar a história do Terecô de Codó, no Maranhão, uma
religião originada e praticada naquele município desde os primórdios daquele
lugar. A localidade é Santo Antônio dos pretos, distante 60 Km do centro urbano
da cidade, e teve início como um reduto de africanos e seus descendentes que
fugiram da escravidão nas fazendas de arroz e algodão instaladas naquelas
regiões. Atualmente é uma localidade rural remanescente de quilombo.
Este
trabalho tem como objetivo fundamental fazer um registro e divulgar a prática
do ritual do Terecô como parte extremamente importante da história negra do
Maranhão, contribuindo assim para preservar e enriquecer a memória, a história
e a cultura popular do Brasil, como por exemplo, a informação de que em Codó, no
povoado de Santo Antônio dos Pretos e no povoado de São Joaquim de Alolô, era
praticado o “vodu”, culto que ainda mantém partes secretas de suas práticas na
atualidade de outras religiões presentes
em Codó, um culto muito parecido com os cultos de vodu em Cuba e no Haiti.
O trabalho
de Cícero Centriny sobre o Terecô de Codó é um depoimento exaustivo de pessoa
que tem longa vivência sobre o tema e uma contribuição importante para preservar
a memória da cultura negra no Brasil. Cícero foi iniciado no Tambor de mina e
desde criança frequenta o Terecô de sua cidade, do qual é praticante,
conhecendo-o a fundo. Cícero afirma que resolveu escrever sobre o Terecô com o
compromisso de não entrar nos dogmas da religião nem revelar os fundamentos,
por ser grande admirador e praticante nato dessa religião. Teve o objetivo de
registrar e resgatar parte da história do culto e divulgar sua prática,
contribuindo para enriquecer a memória e a história do negro no Maranhão.
quarta-feira, 12 de agosto de 2015
kiuanangetu: Lançamento do livro/ catálogo “Kiuá Nangetu, poéticas visuais de resistência negra.
kiuanangetu: Lançamento do livro/ catálogo “Kiuá Nangetu, poéti...: Lançamento do livro/ catálogo “Kiuá Nangetu, poéticas visuais de resistência negra.” 18 de agosto (terça-feira), a partir das 18h. Lo...
Lançamento do livro/ catálogo “Kiuá Nangetu, poéticas
visuais de resistência negra.”
18 de agosto (terça-feira), a partir das 18h. Local: Mansu
Nangetu – Tv. Pirajá, 1194 – Marco (entre Duque de Caxias e 25 de setembro),
fone 91-32267599
Programação
1.
17:30 - Acolhimento
2.
17:30 – Programação especial da rádio Azuelar com
linha editorial de mobilização da marcha das mulheres negras – das 17:30 até
19h.
3.
19h Projeção dos filmes/ registros das ações no
salão do Mansu.
4.
19:30 Roda de conversa com a apresentação do
projeto e relato de experiência dos envolvidos nas ações e reflexões poéticas
de resistência negra.
5.
20:30 – Mesa de autógrafos, apresentação musical
de Mestre Nego Banjo e coquetel afro-amazônico
"Kiuá Nangetu, poéticas visuais de resistencia negra" é um projeto de vivências poéticas, intervenções midiáticas
e outras intervenções urbanas com artistas do terreiro ”Mansu Nangetu" e
artistas de outros terreiros convidados, com obras e poéticas oriundas do cotidiano
das práticas tradicionais dessa comunidade de terreiro afro-amazônico e seus
parceiros, que aconteceu durante o período de março a maio de 2015, mês de
encerramento das comemorações dos 10 anos de criação do Instituto Nangetu.
O projeto Kiua Nanguetu! foi contemplado na 3ª edição do
Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-brasileiras, tem a parceria entre
a Fundaçãpo Cultural Palmares e o Centro de Apoio ao Desenvolvimento Osvaldo
dos Santos e Neves (Cadon), e patrocínio da Petrobrás que premiou 25 projetos
de artistas, grupos e companhias que atendam à estética negra nos segmentos
dança, artes visuais, teatro e música.
Dia 29 de agosto tem Kizomba da Negrita.
Temos o prazer de convidar as Comunidades Tradicionais de Terreiros de Matriz Africana e todos os interessados para participar da Kizomba ria Panbu Njila do Mansu Nangetu. data: 29 de agosto de 2015, a partir das 21:30. Mansu Nangetu - Tv. Pirajá, 1194 - Marco da Légua. Belém do Grão-Pará.
domingo, 9 de agosto de 2015
Nengua de Angola conversa com Cicero Centriny sobre o Terecô do Maranhão.
Mametu Nangetu recebeu Cicero Centriny, para uma conversa no
programa Nengua de Angola, Cícero prepara o lançamento do livro Terecõ, uma
religião a ser descoberta, e conta, nessa conversa, das coisas de seu livro. Mametu destacou a importância de registrar e transmitir
as informações sobre as tradições de matriz africana na diáspora brasileira e pediu
que ele contasse um pouco mais da importância dos povos bantu na formação do
Terecô.
![]() |
Mametu nangetu entrevistou Cicero Centriny para o programa Nengua de Angola. |
No Maranhão, mais especificamente nos povoados de Santo
Antônio dos Pretos e de São Joaquim de Alolô, era praticado o “vodu”, tradição
muito parecida com aquelas do Haiti e de Cuba, um culto que permanece submerso,
pois ainda se percebe a presença de suas práticas secretas na atualidade, de
forma velada, em Codó.
Essas e outras informações sobre a história do Terecô de
Codó no Maranhão, é o que nos conta Cicero Centriny, ou Cícero Lejidokan,
pesquisador, educador, estilista e liderança de terreiro de matriz africana
iniciado em Tambor de Mina por Pai Euclides Talabyan Lissanon.
Cícero explica que o Terecô é uma tradição originada e
praticada em Codó desde o período em que Codó nem sequer existia como “cidade”. O lugar de
nascimento dessa prática é um reduto de negros que fugiram da escravidão e das
fazendas de arroz e algodão, e se instalaram num lugar seguro bem distante da opressão dos donos das fazendas. Atualmente esse lugar é o povoado de Santo Antônio dos Pretos, localidade rural remanescente de quilombo que fica a 60 km da zona urbana de Codó, nas margens da rodovia que liga Codó a Don Pedro.
Os africanos escravizados que foram para a região de Codó eram de etnias
Cabindas, Bantus, Cacheus, Fons... E entre as religiões afro-brasileiras
nascidas aqui, surgiu o TEREKÔ, que mantém características dessas diversas
origens e preserva o culto ao grande vodum Legba, trazido pelo povo ewe-fon do
Togo e do Benin e que é invocado em
Codó, como Légua-BojiBuá suas variantes
locais
Cícero trás a memória de celebridades do Terecô, como Dona Melânia,
Tobias, Maria Piauí, Euzébio Jansen e tantas outras autoridades que fizeram, e
fazem , a resistência das tradições de matriz africana no Maranhão.
Programa Nengua de Angola
Apresentação Mametu Nangetu
Conversa com Cicero Centriny sobre sua pesquisa sobre o
Terekô, ancestralidade e resistência
negra em Codó no Maranhão.
Realização
webTV Azuelar
Instituto Nangetu
Ponto de Mídia Livre
Apoio
REATA – Rede Amazônica de Tradições de Matriz Africana
FESCAB - Fórum Estadual Setorial de Culturas
Afro-brasileiras
FONSANPOTEMA-PA - Fórum Nacional de Segurança Alimentar e
Nutricional de Povos Tradicionais de Matriz Africana
rede[aparelho]-:
Projeto Ngomba d’Aruanda: apoio às ações de mídia cultural
do Projeto Azuelar/ Ponto de Mídia Livre do Instituto Nangetu;
Projeto Produção do
Programa ‘Nós de Aruanda’ para a ‘WebTV Azuelar’, poéticas visuais em combate
ao racismo
Projeto Eu vou navegar na Casa da Mãe das Águas (Ilê Iyabá
Omi).
UFPA-PROEX
Belém/PA
Agosto de 2015
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