A Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial
(SEPPIR\) foi criada em 2003, a criação da secretaria (com status de
ministério) para a promoção de políticas públicas de igualdade racial só pode
se tornar real no início do primeiro ano de governo Lula. Ao contrário do que
pode-se concluir numa leitura apressada, a criação da SEPPIR, que é fruto de
pelo menos quatro décadas de luta do movimento social negro, é sim um grande
avanço. A própria existência do órgão é um enfrentamento explícito à ideologia
difundida pela elite eurocentrica que até então governava o país, de que não
existia racismo e que o Brasil seria um exemplo de democracia racial.
Essa mudança é importante! E é importante porque quando a
estrutura de governo reconheceu a existência do racismo, também promoveu o
debate sobre as desigualdades sociais por motivação baseadas em preconceito
étnico e racial e fez com que essas questões fossem debatidas no Congresso
Nacional, por exemplo, quando da aprovação da LEI Nº 12.288, DE 20 DE JULHO DE
2010, também conhecida como o Estatuto da Igualdade Racial; ou quando se
instalou o debate sobre a LEI Nº 12.711, DE 29 DE AGOSTO DE 2012, que dispõe
sobre cotas sociais que consideram o percentual da população negra de cada
estado para o ingresso nas universidades federais e nas instituições federais
de ensino técnico de nível médio.
A verdade é que esses
debates públicos contribuíram, e muito, para a população brasileira reconhecer
a existência e construir opinião favorável à implantação de políticas de
promoção da igualdade racial e combate ao racismo.
Outro avanço significativo é a construção do I Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Povos Tradicionais de Matriz Africana, lençado em 2013 e que está em fase de renovação para o próximo PPA.
Outro avanço significativo é a construção do I Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Povos Tradicionais de Matriz Africana, lençado em 2013 e que está em fase de renovação para o próximo PPA.
Apesar dos avanços que provocaram uma mudança na opinião
pública brasileira, a reação vinda da força política dessa mesma elite que se
contrapõe à implantação de políticas públicas específicas para a população
negra, continua a manipular informações e a difundir que a existência da SEPPIR
é desnecessária.
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