O Projeto
“Diálogos em Cabana de Caboco – Intercâmbio acadêmico e
cultural com o Projeto Azuelar do Instituto Nangetu em Belém-PA”
é uma proposta de intervenção colaborativa da universidade nas
atividades do Projeto Azuelar - projeto do Instituto Nangetu que está
em funcionamento regular desde dezembro de 2005.
Para o prof.
João Simões, é preciso que a universidade se envolva mais nas
iniciativas das comunidades de terreiros, organizados em identidade
jurídica ou não, para potencializar as ações como esta e
estabelecer intercâmbios culturais e acadêmicos através da
colaboração dialógica entre a universidade e os Povos Tradicionais
de Terreiros, e que este projeto pode proporcionar o interesse dos
estudantes pelo estudo das comunidades de terreiros e estreitar os
laços dessas comunidades com a universidade.
É a
intolerância religiosa o foco das ações do Projeto Azuelar, e por
conseguinte também é o foco do Projeto Diálogos em Cabana de
Caboco. O projeto apresentado ao Edital PIBEX/ UFPA foi construído
em parceria com a equipe do Projeto Azuelar e por pedido de Mametu
Nangetu, o prof. João explica que é frequentador das ações do
projeto, que sempre que ele pode ele vai aos debates, nos cortejos
públicos e nas sessões de cineclube, e que foi num desses encontros
que Táta Kinamboji propôs a construção de um projeto conjunto
para firmar uma parceria institutcional com a Faculdade de Ciências
Sociais/ IFCH – UFPA, e a oportunidade veio agora com a aprovação
deste projeto de extensão.
Veja os
detalhes da proposta:
Equipe pelo Instituto Nangetu atuante na parceria:
Mametu Nangetu
Táta Kinamboji
Táta Kasuleka
Táta Dianvula
Táta Kamelemba
Metas:
1.Realizar
parceria com o Projeto Azuelar/ Instituto Nangetu – Ponto de Mídia
Livre para:
- Fortalecer as atividades do Cineclube Nangetu;
- Contribuir com os programas da rádio-janela através do fomento de debates sobre temas de interesse e abordagem desses temas com o referencial teórico das ciências humanas;
- Contribuir com o referencial teórico antropológico para as produções culturais desenvolvidas no terreiro;
- Contribuir com textos para o blog do Instituto Nangetu.
2.Realizar
ciclo de diálogos envolvendo lideranças de comunidades de terreiros
e pesquisadores;
3.Produzir
arquivo de entrevistas e relatos de experiências de vida e outras
fontes de pesquisa sobre os povos tradicionais de terreiros de Belém;
4.Publicar
ensaios, resumos, artigos e relatórios com a sistematização do
projeto.
Metodologia:
O projeto
Diálogos em Cabana de Caboco – Intercâmbio acadêmico e cultural
com o Projeto Azuelar do Instituto Nangetu em Belém-PA, adota a
metodologia de transmissão de conhecimentos dos povos tradicionais
de terreiros: o “fazer junto”, dividindo as responsabilidades e
estabelecendo parcerias entre a universidade e a organização
social.
A proposta é
atuar como parceiros para fortalecer as ações desenvolvidas por um
grupo social vulnerável que sofre com a intolerância às práticas
religiosas afro-amazônicas.
O projeto
valoriza as ações protagonizada pelo Instituto Nangetu e é
dividido em duas frentes de trabalho:
A primeira é
apoiar as atividades de mídia cultural desenvolvidas pela comunidade
do Mansu Nangetu através do Projeto Azuelar: 1. Participação nas
reuniões do conselho editorial que decidem sobre programação
mensal de filmes e nas sessões regulares do “Cineclube Nangetu”.
Nossa atuação é dialógica e visa colaborar na escolha de títulos
das obras a exibir e intervir com o olhar acadêmico na discussão
que o filme vier a provocar; e 2. Colaborar nos programas mensais de
duas horas de dração na Rádio-Janela Azuelar – participar dos
programas como mediadores/ debatedores/ provocadores, levando o
conhecimento universitário pra os ouvintes dos debates propostos
pela comunidade do Mansu no programa experimental de rádio que
funciona na porta do terreiro;
A segunda é
desenvolver ações que possam despertar a comunidade para possível
ampliação das atividades do projeto por eles desenvolvido.
1. Realizar
entrevistas (gravação de conversas em áudio e vídeo) com membros
do terreiro e recolher relatos sobre as relações das pessoas da
comunidade com a religiosidade afro-amazônica e os reflexos dessa
religiosidade nas relações sociais, afetivas e profissionais de
cada um. A organização desse material resulta em: a) pequenas
estórias de vida gravadas em áudio para veicular nos programas da
rádio, em vídeo para produções de documentários audiovisuais, e
em texto para o blog mantido pelo projeto, e b) em fonte de
informação para os pesquisadores da universidade; e 2. Organização
de dois ciclos de debates (rodas de conversa), sendo um em cada
semestre, colocando na "mesa" (ou na roda) uma liderança
religiosa para debater (dialogar/conversar) com um pesquisador da
academia sobre temas de interesse comum.
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