segunda-feira, 19 de março de 2012

Ações de mídia livre do Azuelar ganham apoio da UFPA em projeto de extensão do Prof. João Simões.


O Projeto “Diálogos em Cabana de Caboco – Intercâmbio acadêmico e cultural com o Projeto Azuelar do Instituto Nangetu em Belém-PA” é uma proposta de intervenção colaborativa da universidade nas atividades do Projeto Azuelar - projeto do Instituto Nangetu que está em funcionamento regular desde dezembro de 2005.

O professor João Simões acompanha as comunidades de terreiros em suas lutas por cidadania, na foto ele está em primeiro plano de camisa azul durante a caminhada de combate da intolerância religiosa de 2011.

Para o prof. João Simões, é preciso que a universidade se envolva mais nas iniciativas das comunidades de terreiros, organizados em identidade jurídica ou não, para potencializar as ações como esta e estabelecer intercâmbios culturais e acadêmicos através da colaboração dialógica entre a universidade e os Povos Tradicionais de Terreiros, e que este projeto pode proporcionar o interesse dos estudantes pelo estudo das comunidades de terreiros e estreitar os laços dessas comunidades com a universidade.
É a intolerância religiosa o foco das ações do Projeto Azuelar, e por conseguinte também é o foco do Projeto Diálogos em Cabana de Caboco. O projeto apresentado ao Edital PIBEX/ UFPA foi construído em parceria com a equipe do Projeto Azuelar e por pedido de Mametu Nangetu, o prof. João explica que é frequentador das ações do projeto, que sempre que ele pode ele vai aos debates, nos cortejos públicos e nas sessões de cineclube, e que foi num desses encontros que Táta Kinamboji propôs a construção de um projeto conjunto para firmar uma parceria institutcional com a Faculdade de Ciências Sociais/ IFCH – UFPA, e a oportunidade veio agora com a aprovação deste projeto de extensão.

Veja os detalhes da proposta:


Equipe pelo Instituto Nangetu atuante na parceria:
Mametu Nangetu
Táta Kinamboji
Táta Kasuleka
Táta Dianvula
Táta Kamelemba


Metas:
1.Realizar parceria com o Projeto Azuelar/ Instituto Nangetu – Ponto de Mídia Livre para:
  • Fortalecer as atividades do Cineclube Nangetu;
  • Contribuir com os programas da rádio-janela através do fomento de debates sobre temas de interesse e abordagem desses temas com o referencial teórico das ciências humanas;
  • Contribuir com o referencial teórico antropológico para as produções culturais desenvolvidas no terreiro;
  • Contribuir com textos para o blog do Instituto Nangetu.
2.Realizar ciclo de diálogos envolvendo lideranças de comunidades de terreiros e pesquisadores;
3.Produzir arquivo de entrevistas e relatos de experiências de vida e outras fontes de pesquisa sobre os povos tradicionais de terreiros de Belém;
4.Publicar ensaios, resumos, artigos e relatórios com a sistematização do projeto.


Metodologia:
O projeto Diálogos em Cabana de Caboco – Intercâmbio acadêmico e cultural com o Projeto Azuelar do Instituto Nangetu em Belém-PA, adota a metodologia de transmissão de conhecimentos dos povos tradicionais de terreiros: o “fazer junto”, dividindo as responsabilidades e estabelecendo parcerias entre a universidade e a organização social.
A proposta é atuar como parceiros para fortalecer as ações desenvolvidas por um grupo social vulnerável que sofre com a intolerância às práticas religiosas afro-amazônicas.
O projeto valoriza as ações protagonizada pelo Instituto Nangetu e é dividido em duas frentes de trabalho:
A primeira é apoiar as atividades de mídia cultural desenvolvidas pela comunidade do Mansu Nangetu através do Projeto Azuelar: 1. Participação nas reuniões do conselho editorial que decidem sobre programação mensal de filmes e nas sessões regulares do “Cineclube Nangetu”. Nossa atuação é dialógica e visa colaborar na escolha de títulos das obras a exibir e intervir com o olhar acadêmico na discussão que o filme vier a provocar; e 2. Colaborar nos programas mensais de duas horas de dração na Rádio-Janela Azuelar – participar dos programas como mediadores/ debatedores/ provocadores, levando o conhecimento universitário pra os ouvintes dos debates propostos pela comunidade do Mansu no programa experimental de rádio que funciona na porta do terreiro;
A segunda é desenvolver ações que possam despertar a comunidade para possível ampliação das atividades do projeto por eles desenvolvido.
1. Realizar entrevistas (gravação de conversas em áudio e vídeo) com membros do terreiro e recolher relatos sobre as relações das pessoas da comunidade com a religiosidade afro-amazônica e os reflexos dessa religiosidade nas relações sociais, afetivas e profissionais de cada um. A organização desse material resulta em: a) pequenas estórias de vida gravadas em áudio para veicular nos programas da rádio, em vídeo para produções de documentários audiovisuais, e em texto para o blog mantido pelo projeto, e b) em fonte de informação para os pesquisadores da universidade; e 2. Organização de dois ciclos de debates (rodas de conversa), sendo um em cada semestre, colocando na "mesa" (ou na roda) uma liderança religiosa para debater (dialogar/conversar) com um pesquisador da academia sobre temas de interesse comum.


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