sexta-feira, 31 de julho de 2015

Arte afro-amazônica presente no projeto Feira Livre.

Pedro Olaia e Romário Alves em roda de conversa com Mametu Nangetu.

As paisagens de uma feira livre estão intimamente relacionadas aos frequentadores deste espaço/ tempo, elas tem a capacidade de agregar diferentes lógicas de organização e funcionamento que extrapolam as razões econômicas, colocando-as como fatores secundários, um lugar onde as práticas colaborativas são vivenciadas por necessidade e o intercâmbio cultural ocorre a cada encontro.
O Projeto "Feira livre; -performa-te cidade:  investigação performática, diálogos e outros sabores", coordenado pelo artista Pedro Olaia com a colaboração de Romário Alves, um projeto que se propõe a habitar o corpo-cidade, pensar e experienciar as feiras livres como extensão do corpo e produção de identidade.
São três feiras experimentadas como  espaços criativos abertos, lugares de produção de subjetividades, que serão experimentados criativamente pela interação dos propositores com outros três diferentes grupos artisticos, que são: Casa dos Bonecos, o Reator e o Instituto Nangetu. Para cada feira, o grupo envolvido abre o espaco cultural que representa para a construção de um laboratório multimidiático (open lab).
A vivencia criativa na feira da Ceasa com os artistas do Instituto Nangetu, é uma extensão das atividades que o grupo já desenvolve naquela área, os membros da comunidade já tem  um conjunto de trabalhos artísticos que coloca em questão o consumo irresponsável, os cuidados necessários para oferendas religiosas e o acumulo de lixo urbano na mata da CEASA.
Para além da área da mata, Mametu Nangetu quer experimentar, também, o espaço da feira que é a maior da cidade e o lugar de onde se distribui uma parte significativa dos alimentos da população. Para ela é importante relacionar esse espaço de convivência e trocas, cuja imagem também está relacionada á fartura do alimento, com o Nkise Mavambo, a divindade que, entre os povos bantu, transporta as oferendas que alimentam as tradições afro-amazônicas.

O Projeto Feira livre; -performa-te cidade:  investigação performática, diálogos e outros sabores, é premiado pelo Edital de Bolsa de Criação, Experimentação, Pesquisa e Divulgação Artística da Fundação Cultural do Pará.

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