Daí em diante Mametu Deumbanda
comandou a roda de conversa, disse em tom reflexivo que tinha de
reconhecer que na maioria das vezes a gente critica sem saber da
história 'do outro', e que nada garantia que as manchetes de
jornal, que tanto influenciam nos nossos medos de pessoas diferentes,
não escondessem histórias de solidariedade e resistência como essa
do filme. Para ela o momento mais emocionante foi quando ele arriscou
ser pego pela polícia para ajudar o povo do terreiro a recuperar o
assentamento de Ogum.
Kinamboji disse que o que destaca nessa
estória é como a experiência com golpes e pequenos furtos de um
grupo de jovens vai gradativamente se tornando consciência e luta
política, que na narrativa de Jorge Amado parece ser possível
identificar o momento em que cada um dos personagens se dá conta de
seu papel nas lutas sociais – situação que se torna evidente
quando o “professor” especula sobre o futuro das personagens -, e
que é essa a mensagem que ele gostaria que cada um da comunidade do
Mansu Nangetu tivesse como exemplo, que projetassem para o futuro o
seu papel político-social.
Texto e fotos de Táta Kinamboji/
Projeto Azuelar – Instituto Nangetu/ Ponto de Mídia Livre.
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