Uma roda de conversas no Mansu Nangetu reuniu 13 representantes de várias comunidades tradicionais de terreiros para traçar estratégias para lançar, no Estado do Pará, a campanha para o CENSO 2010: “Quem é de Axé, diz que é”.
O Dr. Jaime Santos, da Comissão de Igualdade Racial da OAB-PA, iniciou a reunião falando do Estatuto da Igualdade Racial e das vantagens legais que essa Lei trás para as Comunidades Tradicionais de Terreiros. Depois a Iyalorixá, que é a professora que responde pelos assuntos de igualdade étnica e racial na UFPA e que é membro do Grupo Afro-amazônico, Marilu Campelo, conduziu a reunião e deu as explicações sobre o que se pretende alcançar com esta ação, depois ela falou das estratégias nacionais da campanha, e disse que cada estado da federação tem firmado as identidades locais tanto nas nomenclaturas das religiões de matrizes africanas, quanto nos rostos dos sacerdotes que apareciam nos cartazes.
O Babalorixá Edson Catendê apresentou uma proposta de cartaz elaborada pela AFAIA, e o grupo, depois de debater a visualidade da campanha no Pará, decidiu por aguardar o envio de fotografias de sacerdotes e demais religiosos locais para a construção da imagem da nossa campanha. Os interessados em figurar no cartaz devem enviar fotos no estilo 3x4 para o email: afaia@afaia.org.br .
Mas ai veio a questão prática, como lidar com as pessoas do censo?
Mametu Nangetu e Babá Edson Catendê declararam já haver recebido a visita do IBGE e que o questionário que responderam não continha pergunta sobre a religião. Táta Kinamboji falou que só valia a pena responder o formulário completo, que era neste que haviam as perguntas de identidade (racial, religiosa, sexual e etc), e que quando o agente do censo lhes batesse a porta, que cada um negociasse para responder ao formulário completo, disse que ele mesmo fez isso e que pediu ao agente do IBGE que lhe fornecesse uma senha que responderia ao formulário completo pela internet. Sobre esse procedimento, a Ndumbe do Mansu Nangetu, Kate Wasques, pediu a palavra e falou que também se recusou a responder o formulário básico quando o IBGE visitou a sua casa, e que sua mãe até lhe perguntou o por quê de não querer aparecer como católica, ao que foi respondido com argumentos defendendo a importância da afirmação da identidade religiosa.
Babá Edson Catendê ainda fez uma reflexão sobre o sorteio do CENSO dizendo que “O CENSO 2010 passou em minha casa e não perguntou quem eu sou..., passou na casa de Mametu Nangetu e não perguntou..., passou na casa da Iyalorixá Nalva e não perguntou..., passou na casa de Pai Tayandô e não perguntou também. E na sua? Temos que interferir, calados não podemos ficar!”
O lançamento da campanha será no dia 3 de setembro, as 17h, no auditório da OAB-PA, e será uma plenária do Fórum Afro-religioso do Pará – FORUMPUAR, e o programa está se construindo assim:
1. Data de Lançamento da Campanha: 03 de setembro de 2010.- sexta-feira2. Horário: 17 hs
3. Local: Auditório da OAB
4. Publico Alvo: comunidade-terreiros
5. Programação:
Saudação das Nações – Homenagem a Oxalá
Mesa de abertura -
Relato Experiências das Comunidade-terreiros de suas ações
- O que as comunidades podem apresentar ou fazer.
Instituto Nanjetu: cartaz e video
Aciyomi:
Afaia:
Aaro:
E outras associações
- Mandar uma foto 3x4 para e-mail: afaia@afaia.org.br para o cartaz.
- Chamar outras comunidade-terreiros para participar, os mineiros e os umbandistas.
2 comentários:
Eu coloquei o pesquisador pra correr de minha casa, ele voltou e me deu uma senha. Enquanto, não tiver um questinario referenciando um Afro.... não respondo nada!
Sou do Axé e mostro que sou!
eu tanbém não respondi, mandei um email para o IBGE e recebi a resposta do instituto hoje, eles mandaram meu email para os responsáveis pelo CENSO no Pará. Estou aguardando eles entrarem em contato comigo.
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