quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Rádio-janela Azuelar na abertura do "Puta novembro"

Notícia extraída do Diário do Pará

Pelo dia de combate à violência contra a mulher


Pelo dia de combate à violência contra a mulher (Foto: Divulgação)
Programação aberta e plural prevê atelier de stencil e colagens, além de lançamento nacional de filme (Foto: Divulgação)


A luta por direitos e igualdade de raça e de gênero precisa, sim, ser diária. Mas algumas datas reforçam o apelo de grupos historicamente excluídos. Sob essa perspectiva, a Associação de Prostitutas do Estado (Gempac), junto com outros organismos parceiros, preparou uma programação plural, crítica e sensível para lembrar o Dia da Consciência Negra, celebrado ontem, e o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra a Mulher, comemorado no próximo dia 25.

A proximidade das datas uniu grupos em Belém em uma iniciativa que junta reflexão política com expressões artísticas. É o ‘Puta Novembro - Consciência, sem Violência’, que começou a agitar o bairro da Campina ontem e que vai se estender até dia 30 deste mês, com uma festa de encerramento para lembrar os tempos áureos da boemia de Belém. Todas as atividades são abertas ao público e têm como principal objetivo a construção colaborativa de novas formas de expressão e debate.

A programação do ‘Puta Novembro’ iniciou ontem com uma apresentação do duo de rap Cronistas da Rua e a abertura da oficina de capoeira de angola, com o mestre Bira Marajó. No dia alusivo à Consciência Negra também rolou a participação especial do projeto de ‘rádio janela’ do Instituo Nangetu, que tem como foco o debate sobre afro-religião. “Mas quem perdeu o começo da programação, pode ficar tranquilo. Tem muito mais coisa vindo por aí até o fim do mês”, garante Leila Barreto, coordenadora do projeto.

Hoje também, logo no início do dia, o dançarino e ator Ícaro Gaya dá continuidade aos encontros corporais que já são marca das programações propostas no espaço do Gempac. As “Manhãs do Corpo”, vão acontecer nestas duas semanas, sempre às 10h, nas segundas e quartas. A ideia é trabalhar de forma lúdica o corpo, pensando na estrutura humana como ferramenta de comunicação. “Vamos trazer para a corporalidade a discussão sobre espaço e tempo, de forma bem natural. É só botar uma roupa mais leve e chegar”, diz Ícaro.
Reflexão sobre o corpo

O Cine Gempac está prestes a comemorar um ano de atuação. O cineclube surgiu de um projeto de extensão da pró-reitoria da UFPA e realiza sessões periódicas no espaço da entidade. Dentro da programação do Puta Novembro, haverá o lançamento nacional do filme “O céu sobre os ombros”, de Sérgio Borges.

Em seguida, uma reunião aberta para produtores culturais e entusiastas do assunto pretende aguçar discussões sobre uma campanha de revitalização do bairro da Campina como reduto boêmio e intelectual. “A proposta é reunir ideias e soluções criativas para recriar o espaço, respeitando os atores principais desta cena, que são as pessoas que vivem deste lugar”, adverte Leila Barreto. Deste bate papo deve sair o fio condutor da programação especial de encerramento do Puta Novembro.


Espaço do debate e da crítica

Já no dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher (25), ativistas parceiras farão uma atividade aberta, na praça da República, a partir das 10h. Para estimular o debate sobre violência contra mulher, mulheres e homens se unem em uma atividade de colagens, debates e rodas de conversa sobre a violação da condição feminina. “A ideia é promover nesse dia, espaços para discutir sobre nossa construção social e sobre as violências contra mulheres, negras, brancas, índias, de qualquer preferência sexual, putas, loucas, transexuais. Aqui desse espaço, fora dele, mulheres do rio ou do asfalto e homens - os que quiserem chegar junto e se se proponham a trocar”, é assim que se compreende a atividade, segundo o texto produzido em conjunto pelas mulheres do movimento Ocupa Belém, que propuseram a ação.

FESTA

O projeto ‘Campina Boêmia’ propõe o retorno cultural a um dos bairros mais tradicionais da cidade, berço de artistas e grandes intelectuais. O objetivo principal do encontro é reunir produção de pensadores, moradores, agitadores, para um mergulho produtivo na discussão sobre o ostracismo a que o espaço foi relegado, levando em consideração os atores que compõe o cenário cultural local. “Música, dança, intervenções, mostras artísticas e sociais, microfone aberto, performances que contam e recontam a Campina Boêmia”, diz Leila. A programação será na sexta, a partir das 14h, com atividades relacionadas, como a montagem de um mural de imagens de moradores da Campina. Às 18h, começa a festa.

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