Ação poética de Tainah Jorge para o projeto Nós de Aruanda, Belém: Galeria Theodoro Braga, abril de 2016.
De forma intuitiva, nasceu "Fluxo de Benção", uma proposta de intervenção urbana com o intuito de falar por stencils pixados em postes na região central de Belém, de amor e benção dentro de um padrão de línguas e linguagens dos povos tradicionais de matriz africana.
A partir de um grupo de mensagens instantâneas que foi
criado para dividir informações sobre outro projeto ( trilha “Afro Amazônicos e
seus símbolos” do Parque Zoobotânico do Museu Goeldi), emanou-se então uma
comunicação diária de informações sobre o movimento social de povos tradicionais
de matriz africana. Em meio a este fluxo informacional, as Mães e Pais de Santo
envolvidos nessa micro comunidade, com amor e respeito mútuo entre suas
diversas nações, trocam bênçãos e mensagens de força e amor em suas línguas e
linguagens específicas de cada nação, gerando um curso, como uma corrente
diária de orações constantes, recorrente entre essas pessoas. Já que faz-se
necessário no momento contemporâneo a deliberação da pauta social latente das
questões de identidade e suas relações de interculturalidade para formação de
respeito mútuo e para a construção de uma cultura democrática de paz, a
proposição decide transpor o curso informacional restrito a comunidade virtual,
para as ruas da cidade.
O pixo é uma arte invisibilizada que surge e está presente
na urbanidade. Sua comunicação é restrita aos seus grupos. É subjulgada e
polemizada, assim como muitas ações de outras culturas, como a própria matriz
africana. Portanto, unem-se expressões marginalizadas para falar de amor. Um
amor que deve ser compreendido para ser respeitado, aceito e valorizado, como
parte da construção sociocultural do que é ser amazonido, do que é ser
brasileiro.
Assim, foram espalhadas frases por ruas movimentadas de
Belém e de Ananindeua, expressando desejos de saúde, justiça e caminhos de
sucesso pra todos que passarem e se identificarem com a obra. Com a intenção de
continuidade desse fluxo, pretende-se agora estender o convite aos pedestres
que apoiam a construção de respeito, paz e amor entre diferentes povos para
fotografar os pixos e compartilhar em suas redes sociais, usando as hashtags do
projeto. Ao final, será exposto na
Galeria Theodoro Braga, dentro do coletivo "Nós de Aruanda", um
painel com todas essas fotos, comprovando a vontade de quem participou dessa
construção de reverência a essa cultura pacifista.
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