Participantes da oficina (foto de Clarissa Dutra) |
os Grupos de Trabalho discutiram as propostas (foto de Clarissa Dutra) |
Os participantes se reuniram em grupos de trabalho com o objetivo de debater as estratégias, promover o diálogo e o compartilhamento de experiências e identificar ações para o Programa Comunica Diversidade que colaborem no cumprimento do Plano Nacional de Cultura, em especial, ao atendimento da Meta 45, que beneficia comunidades e povos tradicionais, culturas populares, indígenas, mulheres, negros e negras e outros grupos em situação de invisibilidade social, com a criação de uma política pública de Comunicação para a Cultura.
A questão do “custo amazônia” foi a primeira preocupação a ser colocada em debate por Kinamboji, que defendeu que se pense políticas públicas para a região não só pelo viés do percentual que deve ser acrescentado para custeio de projetos desenvolvidos na Amazônia, mas também que se crie cotas de participação para que aumente também o número de projetos beneficiados nesta região que representa dois terços do território brasileiro, e ainda avaliou que a distribuição de recursos é concentrada na capital paraense e que parece que pro MinC parece que a região Amazônica se restringe à cidade de Belém.
Continuou falando da necessidade de se
rever os critérios de seleção de projetos e até mesmo de escolha
de jurados. Disse que para ele esses critérios são baseados em
“paradigmas sudestinos de qualidade” que não consideram como
pontuação relevante para a seleção, o contexto da adversidade da
infra-estrutura da região e a importância social da produção
cultural amazônida. Sobre os critérios de seleção, ainda chamou a
atenção para a necessidade de ações específicas que atendam as
características de cada um dos Povos e Comunidades Tradicionais, e
que cada um desses povos mereciam tratamento especial de acordo com
as suas necessidades.
Táta Kinamboi também criticou a
comunicação do governo federal com a população da Amazônia, e
que a adoção do acesso exclusivo às políticas públicas através
de plataformas da internet estão excluindo de antemão a maioria dos
produtores culturais da região, e informou que 32% da população do
Pará não tem acesso à energia elétrica, a mesma energia que é
produzida em usinas em rios amazônidas nos quais governo constrói
barragens exclusivamente para fornecer energia para as indústrias do
centro-sul, sem fornecer energia para as necessidades básicas das
populações que são afetadas por essas usinas.
Algumas das diretrizes defendidas:
- Considerar acréscimo de percentual de custeio para projetos na Amazônia;
- Cotas regionais (e até mesmo estaduais) que garantam investimentos em toda a extensão territorial da região;
- Investimentos em projetos e ações de baixo custo para atender um numero maior de produtores culturais;
- Ações específicas para Povos e Comunidades Tradicionais de Terreiros, assim como para cada um dos povos tradicionais;
- Fomentar o protagonismo de cada um dos grupos sociais atendidos pelo Programa Comunica Diversidade ;
- Rotatividade nos investimentos, ou ações que ao mesmo tempo garantam a continuidade de projetos pré-existentes e investimentos em novos projetos para que haja o sentimento de pertencimento.
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