Ao mesmo tempo em que Mametu Kutemoji servia refrigerantes, Táta Kinamboji dizia que por ser um momento em que temos as mulheres em evidência na disputa eleitoral, ele propunha que se debatesse o filme pela ótica do feminino. Ele mesmo iniciou falando da proposta de aborto como solução para a gravidez indesejada presente na trama, e que neste dia 29 de outubro houve a divulgação maciça da manifestação do sumo sacerdote da Igreja Católica orientando os padres para que influenciassem os fiéis a votar nas eleições brasileiras considerando o posicionamento dos candidatos sobre a questão do aborto.
Refletindo sobre a questão, Mametu Deumbanda lembrou que a fertilidade é um dos princípios do poder das divindades femininas das religiões de matrizes africanas, e que ela pessoalmente é contra a provocação de abortos. Depois disse que também era necessário criar mecanismos de atendimento digno de saúde para as jovens que provocavam abortos quando se viam nessa situação, pois a preservação da vida também tem que valer as mulheres que tomam a decisão de interromper a gravidez. Vários relatos se sucederam, e trouxeram a experiência de vida de cada um em analogia ao enredo do filme, experiências com desfechos variados que possibilitaram a análise da situação por óticas das mais distintas.
Mametu Kutemoji chamou a atenção para a força dos personagens femininos do filme, dizendo que, excetuando as cenas dos operários da fábrica, onde os homens eram predominantes, eram elas que dominavam as cenas em todos os núcleos da trama.
Por fim houve uma reflexão coletiva para a metáfora da sequencia final do filme, onde o casal passa um tempo a catar o feijão que servirá de alimento para o dia seguinte... Ficando essa imagem da necessidade de fazermos escolhas, nem sempre fáceis e agradáveis, para acontinuidade e expansão da vida....
Cineclube ELES NAO USAM BLACK TIE |
Divulgação na TV
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