O Decreto Legislativo nº 05/2009 (proposição da Deputada
Bernadete Tem Caten/ PT) instituiu na Assembleia Legislativa do Estado do Pará
a Comenda "Mãe Doca" em homenagem aos Cultos Afro-Brasileiros. O dia
18 de março foi dedicado aos umbandistas e aos afro-religiosos através da Lei
Municipal nº 8272, de 14 de outubro de 2003 (autoria do vereador IldoTerra/PT)
e da Lei Estadual nº 6.639, de 14 de abril de 2004 (autoria da deputada Araceli
Lemos/ PSoL) e registra a luta de de dona Rosa Viveiros, Também conhecida como
Nochê Navanakoly e como “Mãe Doca”.
A homenagem é uma celebração à memória da luta de Nochê
Navanakoly, que era maranhense de Codó e filha de santo do africano
Manoel-Teu-Santo. Seu Vodun era Nanã e Toi Jotin. Foi Dona Rosa Viveiros, que
em 1891 - apenas três anos após a abolição da escravatura - enfrentou o racismo
e inaugurou seu Terreiro de Tambor de Mina na capital paraense.
A partir do dia 18 de março de 1891, Mãe Doca foi presa
várias vezes porque cultuava as divindades africanas e preservava as tradições
de matriz afro-amazônica, e nem por isso desistiu de manter aberto o terreiro
que dava lugar para a manutenção das tradições de sua origem negra africana.
Pelo reconhecimento do valor da luta de Mãe Doca por
cidadania e o direto humano de consciência religiosa, é que as lideranças de
povos tradicionais de matrizes africanas, lideranças que hoje continuam como
herdeiros da mesma resistência que desde o final do século XIX se mantém na
luta que enfrenta o racismo que demoniza as tradições afro-amazônicas, e por
reconhecer a importância de manter viva a memória de nossas lutas cotidianas, é
que Mãe Doca se tornou o símbolo de resistência das religiões de matriz
africana no Pará, e é em sua homenagem que celebramos o dia 18 de março como o
dia da Umbanda e das religiões Afro-brasileiras
Nenhum comentário:
Postar um comentário