Nesta terça feira, dia 28 de novembro, aconteceu no Mansu Nangetu o
re-lançamento do livro Nova Cartografia social da amazônia, para os povos de
Nação Angola com a presença de membros da Academia, OAB, Mametus e
Tateto da de Candomblé Angola.
O Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia (PNCSA)
teve como objetivo o estímulo à auto-cartografia dos povos e comunidades
tradicionais na Amazônia, com o intuito de fortificação da resistência cultural
destes povos. Com isso o material produzido, apresenta não apenas esses
processos históricos, mas, sobretudo o trabalho dos movimentos sociais que
contribuem com estes espaços e trazem a discussão de processos de resistência política e cultural na Amazônia brasileira.
Mametu Nangetu, que coordenou a pesquisa da Nação Angola, apresentouo livro ressaltando a força que esta cartografia possui em divulgar a história da
afroreligião no Brasil, que é muitas vezes desrepeitada pela sociedade e acaba
não sendo conhecida pela população. Ela enfatizou a necessidade de continuar se
produzindo ações que fortaleçam as comunidades tradicionais, produtos como filmes, livros, materias didáticos, cartilhas, e outros meios
que consigam contar essa história tão valiosa e esquecida.
Dr. Jorge Farias,
advogado e coordenador da comissão de igualdade étnico-racial da OAB-PA, reafirmou o discurso da resistência e da necessidade de conhecermos as comunidades tradicionais, e que por isso
é importante que se propicie a criação de canais de comunicação para o proagonismo da comunicação destes povos.
Mametu Kaia Onileji disse que “ Este livro mostra a história e origem de cada espaço
e suas características próprias, mesmo sendo da mesma nação, e por isso
constrói o respeito que precisamos.”, e falou ainda da necessidade
de uma continuação da Academia nestas produções sensíveis sobre os povos de
terreiro, principalmente por estarmos na Amazônia - uma região rica de conhecimentos
na diversidade de práticas como o Tambor de Mina, a Pajelança e a Umbamda.
A professora Marilu Campelo, que neste evento representou o Grupo de Estudos Afro-Amazônicos (GEAM) e a UFPA, reconheceu a importância do protagonismo das comunidades tradicionais de matrizes africanas, e disse que assim como a universidade, as lideranças e os intelectuais das próprias comunidades tem completa condição de falar sobre a sua gente, e concluiu dizendo que o papel da academia
neste momento é justamente sustentar o apoio e a troca de ferramentas para que o protagonismo
aconteça.
A emoção tomou conta de todos os que estavam presentes no grande agradecimento para a equipe que produziu o Projeto da Cartografia dos Afro-religiosos pelo PNCSA. Foi quando Mametu Muagilê resumiu, em sua fala final, o quanto é importante essa produção: “Aqui está nossa identidade, a nossa história! Nunca mais o povo afroreligioso aqui no Pará vai ser o mesmo, nossa visão mudou.”.
Após as manifestaçõs das autoridades presentes, um coquetel com comidas tradicionais de matrizes africanas foi servido aos convidados.
Texto de Luah Sampaio/ Projeto Diálogo em Cabana de Caboco- FACS/ IFCH, Bolsa PIBEX/ UFPA
Fotos de Lucivaldo Sena, gentilmete cedidas ao Projeto Azuelar.
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