sábado, 1 de dezembro de 2012

Re-Lançamento do Livro nova cartografia social da Amazônia no Mansu Nangetu.

Nesta terça feira, dia 28 de novembro, aconteceu no Mansu Nangetu o re-lançamento do livro Nova Cartografia social da amazônia, para os povos de Nação Angola com a presença de membros da Academia, OAB, Mametus e Tateto da de Candomblé Angola.
O Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia (PNCSA) teve como objetivo o estímulo à auto-cartografia dos povos e comunidades tradicionais na Amazônia, com o intuito de fortificação da resistência cultural destes povos. Com isso o material produzido, apresenta não apenas esses processos históricos, mas, sobretudo o trabalho dos movimentos sociais que contribuem com estes espaços e trazem a discussão de processos de resistência política e cultural na Amazônia brasileira. 

Mametu Nangetu, que coordenou a pesquisa da Nação Angola, apresentouo livro ressaltando a força que esta cartografia possui em divulgar a história da afroreligião no Brasil, que é muitas vezes desrepeitada pela sociedade e acaba não sendo conhecida pela população. Ela enfatizou a necessidade de continuar se produzindo ações que fortaleçam as comunidades tradicionais, produtos como filmes, livros, materias didáticos, cartilhas, e outros meios que consigam contar essa história tão valiosa e esquecida. 
Dr. Jorge Farias, advogado e coordenador da comissão de igualdade étnico-racial da OAB-PA, reafirmou o discurso da resistência e da necessidade de conhecermos as comunidades tradicionais, e que por isso é importante que se propicie a criação de canais de comunicação para o proagonismo da comunicação destes povos.

Mametu Kaia Onileji disse que “ Este livro mostra a história e origem de cada espaço e suas características próprias, mesmo sendo da mesma nação, e por isso constrói o respeito que precisamos.”, e falou ainda da necessidade de uma continuação da Academia nestas produções sensíveis sobre os povos de terreiro, principalmente por estarmos na Amazônia - uma região  rica de conhecimentos na diversidade de práticas como o Tambor de Mina,  a Pajelança e a Umbamda.

A professora Marilu Campelo, que neste evento representou o Grupo de Estudos Afro-Amazônicos (GEAM) e a UFPA, reconheceu a importância do protagonismo das comunidades tradicionais de matrizes africanas, e disse que assim como a universidade, as lideranças e os intelectuais das próprias comunidades tem completa condição de falar sobre a sua gente, e concluiu dizendo que o papel da academia neste momento é justamente sustentar o apoio e a troca de ferramentas para que o protagonismo aconteça.

A emoção tomou conta de todos os que estavam presentes no grande agradecimento para a equipe que produziu o Projeto da Cartografia dos Afro-religiosos pelo PNCSA. Foi quando Mametu Muagilê resumiu, em sua fala final, o quanto é importante essa produção: “Aqui está nossa identidade, a nossa história! Nunca mais o povo afroreligioso aqui no Pará vai ser o mesmo, nossa visão mudou.”.
Após as manifestaçõs das autoridades presentes, um coquetel com comidas tradicionais de matrizes africanas foi servido aos convidados.





Texto de Luah Sampaio/ Projeto Diálogo em Cabana de Caboco- FACS/ IFCH, Bolsa PIBEX/ UFPA
Fotos de Lucivaldo Sena, gentilmete cedidas ao Projeto Azuelar.

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