quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

"Kiuá Nangetu" é contemplado em prêmio nacional de cultura afro-brasileira.

Em 2014, o Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-Brasileiras lançou sua terceira edição e o ano começa com boas notícias para o Estado do Pará. Entre os contemplados pela iniciativa conjunta do Centro de Desenvolvimento Oswaldo dos Santos Neves e Fundação Cultural Palmares (Minc), estão três projetos que serão executado em Belém.  Em artes visuais teremos o “Kiuá Nangetu – poéticas visuais da resistência negra”, idealizado pelo Instituto Nangetu, sediado no terreiro Mansu Nangetu, no bairro do Marco. 
Premiados em artes visuais nas cinco regiões brasileiras.


“Kuiá Nangetu” promete agitar a cena artística da cidade com intervenções no espaço urbano, estabelecendo inovadoras e sensíveis possibilidades de contato entre a sociedade e a produção de artistas de terreiro.  O projeto tem como pontapé as proposições poéticas do coletivo Nós de Aruanda, que inclui artistas do terreiro Mansu Nangetu e de outras casas afro-amazônicas. As intervenções ocorrerão durante o mês de maio, culminando com as atividades de encerramento da comemoração de dez anos do Instituto Nangetu.

Para a escolha do prêmio em artes visuais, reuniu-se a comissão de seleção que foi composta pelo ator Antônio Pompêo, Januário Garcia e Galvão Pretto, que avaliaram os projetos inscritos na edição de 2014. A reunião da equipe avaliadora foi realizada no Rio de Janeiro, nos dias 18 e 19 de dezembro de 2014. Os trabalhos foram coordenados por Ruth Pinheiro, presidente do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Osvaldo dos Santos Neves – CADON, com o acompanhamento do representante da Fundação Cultural Palmares, Sr. José Newton Guimarães – Chefe de Divisão -  e Luis Carlos do Nascimento – Gestor de Projetos Culturais da Petrobras.

"Esta é apenas a terceira edição deste prêmio, e a segunda da bolsa fomento de artistas negros.  Em três anos de financiamento específico para artistas e produtores culturais negros temos muito pouco tempo e ainda não podemos dizer que revertemos o sistema de exclusão etnico-racial na cultura brasileira. Com propostas como esta, nós, artistas de terreiros, começamos, timidamente, a sair da invisibilidade”, considera Arthur Leandro, que também é carnavalesco da Embaixada de Samba do Império Pedreirense, que neste ano entra na avenida para lembrar o processo de opressão e resistência no qual o negro é protagonista na história do país.

No Pará também foram premiados dois projetos da AFAIA, em música o "AFAIA APRESENTA " EDSON CATENDÊ", e em teatro o "FACE NEGRA FACE - A HISTORIA QUE NÃO FOI CONTADA".

O Instituto Nangetu parabeniza todos os premiados, reconhece o esforço dos organizadores do prêmio e se sente muito honrado com a premiação.


Texto de Luiza Cabral, foto de divulgação do prêmio Afro e da EBC.

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