domingo, 14 de novembro de 2010

Entre o programa e o improviso, o Cineclube Nangetu optou pelo improviso.











A presença do cineasta Sérgio Péo na sessão de abertura do Programa “Cinema e consciência negra” do Cineclube Nanegtu fez com que a sessão de sexta-feira, 12 de novembro, adotasse o improviso ao invés do programa.

Aproveitando a ilustre visita do cineasta, que veio a Belém para participar do festival Amazônia Doc, a coordenação do cineclube perguntou se ele gostaria de exibir um curta de sua autoria antes de começar a sessão programada, e assim a platéia foi presenteada com a exibição do filme “Marajó – o movimento das águas” (20 min/35mm). Ao fim do filme, Táta Kinamboji agradeceu pelo filme, e disse que é muito bom quando a população tem a oportunidade de se reconhecer na tela, ver a nossa cara no cinema, em contrapartida da massificação de padrões estéticos norte-americanos, e que se sentia premiado por poder conhecer o que chamou de 'delírio amazônida' expresso numa produção audiovisual.... O seu depoimento despertou grande interesse da comunidade que freqüenta o cineclube em conhecer mais da produção de Sérgio para poder debater os filmes diretamente com o diretor.

Foi assim que aconteceu um acerto entre a platéia e a coordenação do cineclube para adiar a exibição do Filme “Quase dois irmãos”, de Lúcia Murat, programado para aquele dia, para poder exibir outros filmes de Sérgio. Então demos seqüência à exibição dos filmes curta-metragens de Sérgio Péo, e depois do Marajó, O Movimento das Águas, veio o Ñanderu, Panorâmica Tupinambá (10 min/35mm), o Rocinha Brasil 77 (18 minutos – 16/35mm), o Penalti, e o Entre olhos.

Também estavam presentes na sessão os cineastas Chico Weyl – do Cineclube Amazonas d'Ouro e presidente da Federação Paraense de Cineclubes/ PARACINE, Isabela do lago – coordenadora do “Projeto Resistência Marajoara”, Rogério Parreira – Coordenador do Cineclube Pedro Veriano da Associação Brasileira de Documentaristas e Curtametragistas/ ABDeC, e Célia Maracajá – da equipe de audiovisual da Fundação Curro Velho. E depois da seqüência de filmes de Péo, foi a vez de Célia Maracajá exibir o documentário feito durante o encontro de culturas indígenas.

Identidade e resistência cultural deram a tônica da roda de conversa que se seguiu a este programa que foi construído casualmente no momento do 'aqui-agora', e que é fruto da generosidade de um cineasta que teve a curiosidade de conhecer o projeto de cineclube no terreiro, da generosidade de uma comunidade interessada em conhecer seu trabalho, e da generosidade de outros cineastas que se dispuseram a fomentar o debate estético. É fruto do compartilhamento de produção e de idéias.

E assim iniciamos as comemorações de celebração à memória de Zumbi dos Palmares. Zumb vive em cada um de nós!

Assim que publicarmos os vídeos de registros da roda de conversa os traremos para esta postagem.



Nenhum comentário: