O Instituto Nangetu esteve presente na reunião do vereador Fernando Carneiro com ativistas da cultura em Belém. A reunião discutiu estratégias de implantação do Sistema Municipal de Cultura, por meio da plena efetivação da Lei Valmir Bispo Santos.
FERNANDO CARNEIRO É PRESIDENTE DA COMISSÃO DE CULTURA EM
BELÉM
Eleito ontem (8) presidente da comissão de Cultura da Câmara
Municipal de Belém, o vereador do PSOL Fernando Carneiro, somará forças aos
segmentos culturais da cidade, para juntos, trabalharem em prol da nossa
cultura. A defesa e preservação da cultura em Belém e no Pará, sempre estiveram
presentes nas pautas defendidas pelo parlamentar que já era membro da Comissão.
“Assumir a presidência de uma Comissão que vai tratar de um tema extremamente
importante para a população, sem dúvida é um prazer, mas teremos muito trabalho
pela frente”, pontua. O alerta diz respeito à quebra de acordo que o prefeito
Zenaldo Coutinho quer fazer com os agentes culturais.
Em março de 2013, numa cerimônia no Palácio Antônio Lemos, o
prefeito de Belém regulamentou a Lei Valmir Bispo que cria o Sistema Municipal
de Cultura, na época, não houve nenhum empecilho em implementar a Lei 8.943/12,
mas esse ano, a PMB já enviou projeto de lei propondo alteração nos artigos 34
e 37 que dizem respeito aos recursos destinados à cultura, isso significa menos
verba para produção e execução de projetos culturais em Belém, e com isso quem
perde é a população.
Como presidente da Comissão de Cultura da CMB, Fernando vai
pedir vista do projeto para analisar cada detalhe da lei antes de ser levada ao
plenário da Casa. Carneiro reuniu, junto com a vereador Sandra Batista, com
representantes do segmento para discutir qual a melhor maneira de garantir a
implementação da Lei Valmir Bispo, e para debater melhor o tema, está prevista
uma Sessão Especial para o próximo dia 30 às 15h na Câmara Municipal.
Para entender o caso, veja a matéria publicada pelo Diário do Pará:
Para entender o caso, veja a matéria publicada pelo Diário do Pará:
Câmara Municipal entra na briga pela Cultura
Comissão de Cultura quer saber por que a Prefeitura de Belém
quer extinguir Lei Valmir Bispo
Continuam a todo vapor as mobilizações para impedir as
mudanças solicitadas pela Prefeitura de Belém no texto da Lei 8.943/12,
conhecida como “Lei Valmir Bispo dos Santos”, usada para criar o Sistema
Municipal de Cultura.
Na manhã de segunda-feira, agentes culturais se reuniram com
um representante da Comissão de Cultura da Câmara Municipal de Belém (CMB), o
vereador Fernando Carneiro (Psol), e na tarde de ontem uma nova reunião visou
sensibilizar um número maior de vereadores.
O primeiro passo, a regulamentação da lei, já foi dado.
Neste momento ela deveria estar em fase de implementação, mas agora a
prefeitura quer voltar atrás e fazer modificações no texto original.
“Quando houve a regulamentação, o prefeito Zenaldo não
colocou nenhum obstáculo para a implementação”, recorda Fernando Carneiro.
Agora, o poder executivo do município entrou com projeto de lei pedindo
modificações nos artigos 34 e 37, que tratam principalmente dos recursos
destinados à cultura.
O artigo 34 diz que a natureza do fundo é “contábil e
financeira” e o Executivo pede que seja modificado para “fundo de natureza
especial”.
“Não sabemos o que eles querem dizer com esta mudança, se
assim o fundo passa a ser para algo eventual, para eventos específicos, não
sabemos o que está nas entrelinhas”, comenta a vereadora Marinor Brito (Psol),
que também tem acompanhado o pedido de modificação.
Já o artigo 37 estabelece que 2% da receita do município
deverão ser destinados ao Fundo Municipal de Cultura.
“Foi pensado um escalonamento desse investimento, justamente
para não sobrecarregar a prefeitura. Seria investido 0,5% no primeiro ano, 1%
no segundo, 1,5% no terceiro e 2% a partir do quarto ano da implementação”,
destaca Fernando Carneiro.
O projeto de lei que pede as mudanças chegou às mãos da
Comissão de Constituição e Justiça da CMB no dia 14 de novembro de 2014, onde
deveria ser avaliada a constitucionalidade do projeto no prazo de 45 dias. Mas,
segundo Marinor, “até agora não designaram nem relator”.
Depois do prazo, o projeto pode ir para pauta sem parecer da
Comissão de Cultura, o que preocupa os agentes culturais. “Como ele (Zenaldo)
tem maioria no plenário, conseguiria aprovar o projeto”, diz Valcir Santos,
irmão de Valmir Bispo – que dá nome à lei – e um dos colaboradores da elaboração
do texto, em 2012.
Fernando Carneiro vai pedir vista do projeto para analisar
com mais calma e ir para o plenário. “Como não é alteração à lei orgânica do
município, só precisa do voto da maioria simples. É uma batalha difícil (para
os agentes culturais)”, destaca o vereador.
Querendo andar para frente, os que agora se mobilizam contra
o projeto de lei querem também dar novo impulso ao que estava parado: a
implantação dos três instrumentos do Sistema Municipal de Cultura. São eles o
Conselho Municipal de Política Cultural, o Plano Municipal de Cultura e o Fundo
Municipal de Cultura.
“O Conselho não se instalou, pois não conseguiu completar o
quadro de conselheiros. Agora iríamos partir para o financiamento e ele
(Zenaldo) já quer acabar com o plano de 2%. O conselho é quem elege um
‘conselho gestor’ de avaliação dos gastos com a cultura. O que ele está fazendo
não só impede o financiamento cultural, mas a fiscalização.
A gente está muito preocupado com os rumos que a lei vai ter
com essa gestão”, diz Fernando Carneiro.
Neste último encontro, além de Fernando Carneiro, a
vereadora Sandra Bastista (PCdoB) também esteve presente. Junto a grupos
culturais de diversas áreas e de produtores, os vereadores se mostraram
comprometidos com a causa e preocupados com a situação.
“Decidimos juntos trabalhar em uma proposta para negociar
com a prefeitura de forma que o texto da lei se mantenha dentro da
constitucionalidade, mas que não se perca os avanços já conquistados, como a
determinação de uma margem de recursos próprios para a cultura”, diz Valcir
Santos.
MOBILIZAÇÕES
Está aprovada a realização de uma sessão especial na CMB às
15h do próximo dia 30 para debater a continuidade da implantação do Sistema
Municipal de Cultura e a contraproposta ao pedido do Executivo para
modificações na Lei Valmir Bispo.
“Decidimos chamar essa audiência pública para que a
prefeitura venha enfim explicar por que tomou a iniciativa de modificar a lei
quando esta já está em processo de implementação. Isso é um desrespeito,
inclusive, tinha um Grupo de Trabalho envolvido nessa implantação”, diz
Marinor.
Antes desta sessão especial, no dia 23 de abril, às 19h,
será realizada uma reunião aberta no auditório do CCBEU, para debater a
política cultural e os sistemas de cultura do município.
O DIÁRIO solicitou informações à Prefeitura de Belém sobre o
projeto de alteração da Lei Valmir Bispo enviado à Câmara, mas até o fechamento
desta edição não houve resposta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário