sexta-feira, 25 de março de 2011

"A luta não acaba com a aprovação da Lei, temos que fazer a Lei valer"

O Fórum de Umbandistas e Afro-religiosos do Pará - FORUMPUAR, não deixou o 18 de março passar em brancas nuvens, e realizou uma programação em homenagem àa Iyás e Iyalodês.
No acolhimento aos presentes, Mametu Nangetu explicou que para a comemoração do dia 18 de março o Instituto Nangetu propôs ao FORUMPUAR este coquetel e a roda de conversa para as mulheres de terreiro, e que comemorava as duas datas no mesmo evento - o dia internacional da mulher e o dia da Umbanda e dos Cultos Afro-brasileiros, saudou as "grandes mães" protetoras e transmissoras de Ngunzo e de Axé.
Lideranças da Confederação das Mulheres do Brasil trouxeram para a conversa as questões atuais da luta por igualdade de oportunidade entre os gêneros, e a Iyá Sandra Fonseca de Oxum, da AFAIA, relacionou as lutas à força das divindades femininas afro-brasileiras.
"A luta não acabou com a aprovação da Lei, temos que fazer a Lei valer!", foi com essa frase que a ex-deputada estadual e militante, Araceli Lemos, terminou sua explanação sobre as conquistas de igualdade de gênero e outras lutas femininas na roda de conversa em homenagens para as Iyás e Iyalodês, realizada pelo Fórum dos Umbandistas e Afro-religiosos do Estado do Pará.
Entre outros exemplos, ela se reportou à Lei Maria da Penha e às tentativas de abrandar as penas previstas, citou diversos casos de violência doméstica ocorridos em Belém e o descaso com que eram tratados nas delegacias de polícia antes da Lei Maria da Penha.
Araceli é a autora do projeto que resultou na Lei Estadual nº 6.639, de 14 de abril de 2004, que dedica o 18 de março a Umbanda e aos Cultos Afro-brasileiros no Estado do Pará, e ressaltou a presença das mulheres como Mãe Doca na liderança dos movimentos sociais, assim como a importância das atuais lideranças femininas à frente das comunidades de terreiros que assumem o protagonismo da luta pela cidadania e pelos direitos humanos para a população dos terreiros em nosso estado.
Para ela, esta é outro exemplo de Lei a que depende da insistência e da vontade popular para vir a ter efeito, e destacou a importância da programação realizada pelas comunidades de terreiro em memória de Mãe Doca, para ela é uma excelente forma de perpetuar a memória de Mãe Doca e de tornar a Lei conhecida da populaçnao.
O evento em memória de Mãe Doca ainda contou com um coquetel regional e sessão dupla no cineclube, com a exibição dos filmes "Até Oxalá vai à guerra - uma história de racismo e intolerância religiosa", que reacendeu a necessidade da luta pela liberdade; e "Ojú Onà", que promoveu uma interessante conversa sobre potência do cinema como ferramenta de combate ao racismo e à intolerância religiosa.


Maysa Almeida, da CEPIR/SEJUDH, prestigiou o evento 
Araceli Lemos falou das lutas das mulheres
Até Oxalá vai a guerra e a luta por liberdade
Oju onå e o cineclubismo afro-brasileiro

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