Mametu disse que o filme mostrou um dado importante que é a perfeita integração da comunidade com a vizinhança, pois que é a comunidade de terreiro que assume aluta contra os abusos da construtora que afetam a vizinhança. Mas acrescentou que apesar disso a imagem que passam das comunidades reflete o desconhecimento sobre a dinâmica interna dos terreiros, e deu o exemplo da iniciação da personagem do pescador que era o "escolhido" de Iemanjá, lembrou que no filme ele é iniciado em apenas uma noite, e que era uma noite em que estava bebendo em um cabaré...
Táta Kinamboji aproveitou para perguntar, argumentando a questão do segredo imposta dentro dos terreiros, se era desrespeito mostrar parte do ritual de iniciação numa das sequências do filme. Pai Alfredo de Oxumare se manifestou dizendo que o cineasta tinha sido absolutamente respeitoso com as tradições e que não via nada na sequiencia de imagens que viesse a prejudicar a imagem das religiões afro-brasileiras.
Táta Kinamboji disse então que achava o filme muito romântico e distante da realidade das religiões afro-brasileras no contexto urbano das grandes capitais, disse que achou estranho o maniqueísmo expresso no enredo do filme e que havia um porto que acreditava problermático, que é a idéia que a sociedade brasileria faz da expressão "corpo fechado", e acrescentou que essa noçnao deturpada de que as pessoas de 'corpo fechado' não sofrem nenhum mal pode ser prejudicial, pois há coisas que precisamos nos movimentar em atividades civis para podermos termos êxito, e que, para ele, nem tudo se resolve na magia e no misticismo. Foi quando um visitante interviu e disse que o filme era do período de grande repressão e censura da ditadura militar, e que nem tudo poderia ser falado, e disse que ele achava que a estória contada era a estória que poderia ser contada naquele momento.
Por fim houve a reflexão da importância de se promover o debate sobre os contextos sociais das comunidades de terreiro, e Mametu Nangetu tomou novamnete a palavra para convidar a todos para a homenagem para as 'grandes mães' - as Iyás e Iyalodês, que o Instituto Nangetu promove na próxima sexta-feira a partir das 16h, e lembrou que a sexta é o dia 18 de março e que o filme do cineclube foi especialmente escolhido, que é o "Até Oxalá vai a guerra", que será exibido logo em seguida do conquetel.
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