O Cineclube Nangetu apresenta uma programação especial em comemoração a passagem do dia 18 de março - o "Dia da Umbanda e das religiões Afro-brasileiras de Belém e do Estado do Pará."
O dia 18 de março registra a memória da luta de Mãe Doca pelo direito de realizar uma cerimônia religiosa de matriz afro-ameríndia na cidade de Belém. Foi nesta data, no inicio do século passado que Mãe Doca enfrentou as ameaças policiais de repressão à cerimônias afro-religiosas em Belém do Pará, e ela, mesmo correndo o risco de prisão, fez rufar seus tambores em louvor aos Deuses africanos e indígenas por ela cultuados.
Por desobedecer a ordens intolerantes e preconceituosas, Mãe Doca acaba por receber voz de prisão dos que detinham o poder de policia naquela época. Sua insistência em praticar abertamente os ritos de Deuses das religiões de matrizes culturais africanas e indígenas é um marco importante na longa historia de resistência contra a intolerância e os preconceitos sofridos pelos praticantes das religiões Afro-amazônicas no Estado do Pará - e talvez no Brasil, e para a preservação das diversas cosmologias e dos conhecimentos tradicionais de povos minoritários, aos quais por muito tempo os governantes negaram princípios básicos dos direitos humanos e acesso à bens e serviços.
Esta data é a memória viva dessa história de luta de preservação cultural e religiosa do nosso povo, solidificada por exemplos como o de Mãe Doca, que mesmo enfrentando a repressão de aparatos policiais e perseguições, nunca abriu mão de realizar cerimônias religiosas em culto às suas divindades; nunca abriu mão de sua fé.
Em memória de Mãe Doca no dia 04 de março exibiremos o Atlântico negro – na rota dos Orixás, de Renato Barbieri. Brasil, 1998.
Atlântico Negro realiza viagem às raízes da religiosidade brasileira
Um relato realista e comovente das relações entre Brasil e África inspirou o videomaker Renato Barbieri e o historiador Victor Leonardi a criar uma série de quatro documentários chamada Atlântico Negro.
Na Rota dos Orixás apresenta a grande influência africana na religiosidade brasileira. Renato Barbieri mostra a origem de as raízes da cultura jêje-nagô em terreiros de Salvador, que virou candemblé, e do Maranhão, onde a mesma influência gerou o Tambor de Minas.
Um dos momentos mais impressionantes deste documentário é o encontro de descendentes de escravos baianos que moram em Benin, um país africano desconhecido para a maioria do brasileiros, mantendo tradições do século passado.
Tv. Pirajá, 1194 – Marco da légua, Belém/PA. 91- 32267599.
Início de cada sessão- 19h. Ao final haverá roda de conversa com a comunidade do Mansu Nangetu.
O Cineclube Nangetu é premiado no Edital Cine Pará Mais Cultura, e conta com a parceria do Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Pará, Secretaria de Estado da Cultura, rede [aparelho]-: e Idade Mídia.
O Instituto Nangetu é Ponto de Mídia Livre/ 2009.
O Instituto Nangetu é Ponto de Mídia Livre/ 2009.
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