Esses foram os assuntos predominantes no primeiro dia da oficina de introdução à tranças Nagô, ministrada por Nazaré Cruz no Instituto Nangetu. O público, de cerca de 25 pessoas, é predominantemente feminino expos sues interesses na oficina, momento em que foi possível perceber que a grande maioria das participantes também tem experiência em atividades de estética feminina que lhes gera renda, e que foram ao curso para aprimorar e ampliar conhecimentos na área.
Mas há também outro grupo interessado em trançar os cabelos de familiares e aplicar os conhecimentos num circuito doméstico, mas, lógico, vislumbrando a possibilidade de uma renda extra, esses levaram até parentes para servirem de modelo no seu processo de aprendizagem, e com isso maridos e filhos dos participantes aproveitaram o aprendizado do grupo para ficarem mais bonitos.
Nazaré iniciou o curso com uma conversa onde explicou a origem dos penteados e a importância da preservação e transmissão de conhecimentos e habilidades , disse que a atividade pode ser transformar em profissão, mas que o principal motivo dela ensinar as tranças é mostrar possibilidades de valorizar a auto-estima da população negra, em especial a feminina.
Neste primeiro dia a prática oi a trança comumente chamada de ‘jamaicana’, pois Nazaré a considera a base para todos os outros penteados. Assim, ensinou quais eram técnicas para separar cabelo para um penteado uniforme, e orientou as futuras trançadeiras a fazer a trança jamaicana na parte de trás da cabeça. Em seguida mostrou os primeiros passos de como fazer as ranças Nagô.
Na grande maioria, os modelos foram os próprias participantes da oficina, e pelo sorriso em cada rosto que teve o cabelo trançado, podemos apostar que o resultado foi positivo.
A oficina vai até sábado, dia 16 de abril, sempre as 17:30 no Instituto Nangetu, Tv. Pirajá, 1194.
Fotos de Arthur Leandro/ Táta Kinamboji - Projeto Azuelar/ Instituto Nangetu - Ponto de Mídia Livre.
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No segundo dia de oficina, Nazaré Cruz informou o significado dos penteados africanos, disse que os penteados eram usados para identificar se uma mulher era casada, viúva ou solteira, e que ainda identificava o status social, pois há penteados que apenas rainhas podiam usar. Ela falou também da relação que os militantes do Movimento Negro brasileiro criaram com os penteados africanos e as novas significações que o cabelo afro-brasileiro ganhou na diáspora.
Nazaré ainda acrescentou relatos de sua experiência como trançadeira e sobre a reação dos clientes que tinham seus cabelos trançados, concluindo que o principal mesmo é cada um estar bem resolvido com o seu cabelo. Foi então que os aprendizes começaram a contar a reação das pessoas nos seus lugares cotidianos (trabalho e escola, principalmente) quando chegaram com os penteados produzidos no primeiro dia de oficina, e então foi possível ouvir ops elogios que os oficineiros receberam com a 'novidade' do penteado.
Passando para a prática, todos exerecitaram penteados com tranças Nagô.
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