Apesar de marcos legais, como o Decreto 6040/07, o Estatuto da Igualdade
Racial, as metas aprovadas nas Conferências de Igualdade Racial, Cultura e Comunicação e tratados internacionais,
como o de Durban, tratarem do tema da participação negra e indígenas na mídia,
as organizações desse segmento da comunicação ainda são invisíveis para órgãos
como o Ministério das Comunicações.
A luta pela participação negra na comunicação é histórica, e desde a imprensa negra no século 19 até os dias de hoje, dezenas de veículos se
dedicam diariamente a cobrirem a cultura e história dos povo afro-brasileiro,
porém nunca tiveram uma política pública de investimento e fomento.
O Brasil precisa de um novo marco regulatório para as
comunicações, que respeite os Direitos Humanos ecombata o racismo na mídia e na sociedade o cumprimento do capítulo VI
do Estatuto da Igualdade Racial – Dos Meios de Comunicação – e conforme
preconizado em acordos internacionais como a Convenção da Diversidade Cultural,
Conferência de Durban, Agenda 21 da Cultura, possibilitando ações afirmativas
para que mulheres, negras(os) e indígenas possam produzir e gerenciar veículos
de comunicação, sejam eles comunitários ou de grande porte.
O que precisamos é de editais regulares para produção e distribuição
de conteúdos produzidos por povos e comunidades tradicionais de terreiros,
indígenas e quilombolas e de fomento à comunicação livre, comunitária e popular
em parceria com a sociedade civil.
Para a III Conferência Nacional de Cultura, aprovamos metas nas
nossas conferências livres com redação que direcionam para o estímulo ao “...protagonismo dos
de Povos Tradicionais de Matrizes Africanas, Povos Indígenas, de comunidades
quilombolas, de comunidades ribeirinhas e de comunidades extrativistas para a
criação de conteúdos audiovisuais (filmes e programas de televisão e rádio),
assim como criar política de incentivo à criação e fortalecimento de rádios e
TVs comunitárias para povos tradicionais promoverem a divulgação e valorização
das culturas tradicionais de Povos Tradicionais de Matrizes Africanas, Povos Indígenas,
de comunidades quilombolas, de comunidades ribeirinhas e de comunidades
extrativistas”.
É urgente a promoção da diversidade étnico-racial e das garantias de direitos à
comunicação de povos tradicionais negros. e essa diretriz deve ser, portanto, essencial na
elaboração de qualquer política pública de comunicação no Brasil.
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