Um laboratório de transmissão de conhecimento foi montado na praça Barão do Rio Branco, no bairro da Campina, laboratório de mídias de valorização dos Direitos Humanos e de combate ao racismo, em especial ao racismo religioso que provoca casos de intolerância contra as tradições de terreiros de matriz africana no Brasil.
O mês de janeiro é marcado pela passagem do dia de combate à intolerância religiosa. Em 21 de janeiro de 2000 a violência por racismo religioso levou a Iyalorixá baiana, Mãe Gilda de Ogum, ao infarto fulminante e ao óbito, e por esse motivo esse dia ficou na história da resistência dos Povos Tradicionais de Terreiros de Matriz Africana e do combate à violação dos Direitos Humanos no Brasil através da Lei nº 11.635, de 27 de dezembro de 2007, sancionada pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva.
A manifestação também celebrou a revolução bolivariana da Venezuela e a memória da luta de Simón Bolivar, e uma sessão de cineclube apresentou o filme “Bolívar, o homem das dificuldades” - um longa-metragem dirigido pelo cineasta Luís Alberto Lamata
que é o último dos 6 filmes da “Coleção Libertadores”, uma produção de Wanda Films de Espanha, da TVE, da Villa do Cine, Alter Producciones e do Centro Nacional de cinema cubano, que se juntaram para retratar o ano do desterro caribenho de Simón Bolívar. Uma história pouco conhecida que conta um dos anos mais dramáticos da vida do Libertador, desde maio de 1815 até maio de 1816.
O Consul venezuelano em Belém, Alonso Pacheco, agradeceu a solidariedade e declarou de suma importância combater todas as formas de racismo e valorizar as lutas sociais na América Latina, e destacou que a luta de Bolívar, que deu origem ao projeto bolivariano, enfrentou a questão da escravidão e criou uma aliança entre povos indígenas e povos negros contra a violência da colonização européia em terras americanas. E para celebrar a diversidade étnica e racial, ap´resentou o filme "Tambores de água: um encontro ancestral", de Clarissa Duque.
O documentário mostra a força das raízes africanas nas manifestações musicais venezuelanas, é a história dos afrodescendentes desde sua chegada à Venezuela se desenrola quando seu protagonista consegue os tambores de água, uma prática musical muito peculiar e de grande beleza, que permite o encontro de dois continentes (África e América) no soar aquático de seus repiques, mostrando que não importa a distância quando as raízes são fortes o bastante para sobreviver através do tempo.
E a resistência para sobrevivência em um contexto adverso foi a tônica do debate nas rodas de conversa com Mãe Nalva de Oxum, Pai Armando de Bessén e Mametu Nangetu, conversas que duraram a tarde inteira, e que tiveram a promessa da coordenação da ARATRAMA de fazer eventos assim se repetirem em outras praças e em outros domingos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário