O discurso de Mametu Nangetu emocionou
a platéia, e em especial o Valcir, irmão do Valmir, que se
manifestou nas redes sociais dizendo: “O momento mais emocionante e
verdadeiro da III Conferência Estadual de Cultura foi o
pronunciamento feito na abertura do evento por Mam'etu Nangetu Úa
NZambi, que evocou a lembrança do meu saudoso irmão Valmir Bispo
Santos (que foi companheiro de tantas jornadas por um mundo mais
justo e diverso e acolhedor das múltiplas culturas), e lamentou o
esvaziamento da Conferência, sobretudo a ausência dos povos
tradicionais (indígenas, quilombolas, ribeirinhos, entre outros),
assim como o impedimento ao livre acesso à Conferência, o que é um
contra-senso ao caráter de conferência pública”.
E foi com a memória do passado em que
tivemos dias muito melhores do que estas nuvens dos tempos
de chumbo que tomaram a SECULT e que enchem de trevas a gestão
cultural, e, mais, em lembrança dos dias em que o que dizíamos era
ao menos ouvido e registrado no documento final da conferência, que
Mametu Nangetu foi para a mesa de abertura falar em nome dos
paraenses que foram escolhidos por seus iguais para representar a
sociedade nos colegiados setoriais do conselho nacional de política
cultural, e, em nome de todos os agentes das culturas paraenses,
relatou as posturas de Valmir Bispo na organização da II CEC-PA e
do respeito que a nós era dispensado num passado recente.
O que podemos perceber é que o descaso
e desrespeito com os artistas e mestres das culturas populares e
tradicionais nesta conferência foi intencional, e tinha o objetivo
de travar a participação da sociedade na construção de políticas
públicas para a cultura no Estado do Pará. Sabemos que o que este
governo quer é decidir sozinho, e ao menos uma constatação foi
óbvia: ao governo de Simão Jatene e de seu vice-rei na SECULT,
Paulo Chaves, não interessa o diálogo com a sociedade!
E pelo visto esse clima anti-diálogo
se espalhou entre delegados não governamentais, e alguns de nós
preferiram o bate-boca - que interessa aos governantes e a quem
deseja manter a maioria distante dos argumentos culturais – ao
consenso que sempre conseguimos em nossas rodas de conversa, mas para
quem trai a sua cultura pelo troco de uma eleição pra delegado,
mais cedo ou tarde tem também o troco daqueles que fazem a cultura
acontecer, e o futuro estará aí pra nos mostrar as reais intenções dessas pessoas.
Ora, conferências nunca foram
perfeitas, mas nós já vivemos dias melhores e..., temos certeza,
dias melhores virão novamente....
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