Foi uma roda de conversa de troca de experiências ambientais com Aderbal Moreira.
Aderbal falou do "Oku Abo, Espaços Sagrados" e explicou que é um Programa de educação ambiental, que foi elaborado especificamente para atender as demandas das comunidades de terreiros e as unidades de conservação da natureza de proteção integral que pretende contribuir para minimizar os conflitos existentes entre a necessidade de conservação dos recursos hídricos (especialmente rios, cachoeiras e matas do entorno) e a livre expressão religiosa garantida pela Constituição Federal.
O que foi proposto foi a participação de ações de preservação e consciência ambiental à partir das tradições afro-brasileiras, Aderbal explica que "As comunidades de Terreiros demonstram alto potencial para o engajamento em ações de proteção ao meio ambiente, pois são devotos da Natureza. "Omi Cosi, Ewe Cosi, Orixá Cosi"(Sem Água, Sem Folha, Sem Orixá), ditado popular yorubá que ratifica a consciência ecológica das religiões de matriz Africana".
A consciência ecológica do povo de Santo já existe, os Orixás e Encantados são elementos e fenômenos da natureza, pois nela habitam as suas divindades,. Apesar desta importância fundamental tem havido um distanciamento do princípio religioso básico de respeito à natureza. Embora um grande número de religiões, entre elas o xamanismo, esotéricos, cultos ciganos, evangélicos católicos e outras vertentes, utilizem amplamente espaços naturais em cerimônias e rituais, a prática religiosa afro-brasileira é freqüentemente associada à poluição do meio ambiente.
As oferendas podem poluir as águas de rios e cachoeiras, e as matas ao redor, com materiais não degradáveis, contribuindo para ocorrência de incêndios e causando forte impacto negativo aos visitantes. Tal destruição não é, no entanto, parte integral do Candomblé, da Umbanda e outras religiões da natureza, ela, na verdade, resulta da falta de conhecimentos de questões ligadas aos saberes tradicionais destas religiões e à preservação da natureza. É a falta de acesso aos processos educativos e de gestão ambiental que produz esta situação e não a religião.
A atuação em rede tem a potência de valorizar as tradições e contribuir para a consciência ambiental na população e melhorar a imagem pública dos terreiros.
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