O Mansu Nangetu faz uma programação especial de curtas e média metragem para mulheres, artistas e guerreiras, Pagu, Leila Diniz e Maria Gladys: três musas que, para além do talento, assumiram atitudes controversas que escandalizaram a sociedade conservadora de suas épocas. Nos três filmes que integram esta sessão está ausente a estrutura narrativa e burocrática que se espera de biografias. As vidas dessas mulheres são narradas da forma como imaginamos suas personalidades – com inquietude, desafio, ambição e inconformismo. Todas elas assumiram posicionamentos políticos e sociais muito claros, geralmente contra os preconceitos de uma sociedade machista, autoritária e violenta. Dois dos curtas-metragens homenageiam mulheres de um passado recente que convém não ser esquecido: Eh Pagu, Eh!, de Ivo Branco, e Leila para sempre Diniz, de Mariza Leão e Sérgio Rezende. O belo média-metragem Vida, de Paula Gaitán, faz uma homenagem em vida a Maria Gladys que, com a participação da própria atriz, constrói uma biografia intima e repleta de confissões poéticas.
* Eh Pagu, eh! - de Ivo Branco, 1982
“Eh Pagu, Eh!”, é uma viagem /trajetória da vida-obra de Patrícia Galvão, Pagu. Mulher de Oswald de Andrade, participa com ele do Movimento Antropofágico. Milita nos quadros do Partido Comunista e escreve, “Parque Industrial”, o primeiro romance proletário da literatura brasileira. Sua militancia no PCB lhe valeu quase cinco anos de prisão nos porões da ditadura Vargas. Junta-se aos dissidentes trotskistas, sendo expulsa do PC. Libertada, volta-se às suas atividades de jornalista. Funda com Geraldo Ferraz e Mário Pedrosa o jornal “Vanguarda Socialista”. Em 1950 candidata-se a deputada federal pelo Partido Socialista Brasileiro. Desiludida, afasta-se da política e passa a dedicar-se ao trabalho teatral, em Santos, até sua morte, em 1962.
* Leila para sempre Diniz - Mariza Leão e Sérgio Rezende, 1976
"Leila para sempre Diniz" - Evocação de Leila Diniz através de trechos de filmes de que participou como atriz profissional, depoimentos de amigos e de um filme 'Super 8' que eles realizaram sobre ela, revelando flagrantes de sua intimidade. Leila, que teve sua carreira tragicamente interrompida por um desastre de avião, exerceu grande influência nas gerações dos anos 60 e 70, por sua espontaneidade, irreverência e inquietação criativa... É a reconstituição da vida e da carreira da atriz, com trechos dos filmes 'TODA AS MULHERES DO MUNDO', 'EDU, CORAÇÃO DE OURO', 'O DONZELO' e 'AMOR, CARNAVAL E SONHO' e depoimento de familiares e artistas".
* Vida - Paula Gaitán, RJ, 2008
"Vida" é um filme sobre a atriz brasileira Maria Gladys. Vida é luz e sombra. Vida é um filme de celebração, uma homenagem à potência de estar viva, uma reflexão do que é ser uma atriz brasileira e a possibilidade de se doar com paixão e criatividade. A construção da ação poética do ator como um grito de liberdade que ilumina. “Sinto já coragem, sangue e seiva / Para vida nova, novo jogo...” (Friedrich Nietzsche).
Cineclube Nangetu, coordenação: Kota Mazakalanje.
Tv. Pirajá, 1194 – Marco da légua, Belém/PA. 91- 32267599.
Início de cada sessão- 19h. Ao final haverá roda de conversa com a comunidade do Mansu Nangetu.
O Cineclube Nangetu é premiado no Edital Cine Pará Mais Cultura, e conta com a parceria do Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Pará, Secretaria de Estado da Cultura, rede [aparelho]-: e Idade Mídia.
O Instituto Nangetu é Ponto de Mídia Livre/ 2009.
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