domingo, 23 de março de 2014

2º SEMINÁRIO: AFRICANIDADES E FÉ foi adiado

27 e 28 de Março de 2014
Tema: Ancestralidade e a Prática de Fé na Diversidade Amazônica
Local: OAB/PA,
Praça Barão do Rio Branco, 93 - Campina Belém-PA - CEP: 66015-060 Fone:(0xx91) 4006-8600 Fax: (91) 4006-8603

As questões relacionadas ao universo da fé da comunidade negra têm instigado mais e mais a um aprofundamento das compreensões do lugar das africanidades no cotidiano da vida do povo negro na sociedade brasileira. Os elementos da ancestralidade subjazem no modo do povo brasileiro organizar e expressar sua dimensão religiosa. Os preconceitos e o racismo, no entanto, influenciam decisivamente no processo de repulsa, marginalização e exclusão dos aspectos indenitários relacionados à religiosidade africana ou afro-brasileira. Para tal importante considerar o crescimento nos últimos anos dos atos de intolerância contra as religiões de matriz africana.
 Os dilemas colocados na contemporaneidade demonstram que o jeito de conceber religião, à luz dos determinismos da cultura europeia dificulta à vivência das múltiplas facetas da religiosidade presente no Brasil. A lógica dualística da exclusão necessita dar lugar a outra lógica, a da complementariedade.
O Seminário Africanidades e Fé: Dialogo de Convergência! É um projeto dos Agentes de Pastorais Negros do Brasil (APNs) em parceria com diversos atores nas varias regiões do País.

 O Seminário “Africanidades no cotidiano da vida religiosa” tem por objetivo resgatar a importância e o papel das africanidades no cotidiano das religiões e sua impecabilidade nos direitos humanos, formação social, cultural e indenitário das pessoas, refletindo sobre estratégias de valorização da diversidade religiosa e de combate e enfrentamento à intolerância no Brasil, a fim de produzir subsídios críticos e didáticos para a formação de novas lideranças, estudantes e contribuir para o surgimento de novas pesquisas no Brasil. Publico alvo: pesquisadores, religiosos, lideranças negras e estudantes.

Programação
Quinta- Feira 27/Mar
14:00 Credenciamento- acolhida
15:00 Abertura com mística inter-religiosa e Homenagens 
16:30 Mesa de abertura (convidados)
17h00min Palestra de Abertura: Africanidades e Fé: Caminhos de Dialogo e Convergência!
Palestrante: Ivanir dos Santos (CEAP/RJ)
Pe. Clovis Cabral (Reitor da PUC/PE)
Coordenação da Mesa: Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos
18:00 Apresentação Cultural: Afoxé Italemi Sinavuru

Sexta-feira 28/Mar
MANHA
09:00 Abertura
09:15 Mesa: Ancestralidade e práticas de fé na Amazônia
Mametu Nangetu – (Instituto Nangetu de Tradição Afro-religiosa e Desenvolvimento Social)
Prof. Domingos Conceição – (Mocambo/UFPA)
Coordenadora da Mesa: Marilu Campelo (UFPA)
09:45 Debate
10:15 Lanche
10:30 Mesa: Horizonte de respeitabilidade no contexto da diversidade cultural e religiosa no Brasil
Prof. João Batista Botelho (IFMA/MA)
Dr. Edson Katende (OAB/PA)
Coordenadora da Mesa: Mãe Adenilza (Associação Afro-religiosa Xango Ayra)
11:30 Debate
12:00 Almoço
14:00 Mesa: Terreiros e significância no fortalecimento da identidade negra e dignidade humana
Makota Valdina (BA)
Edgar Amaral – Coordenador da Comissão de População Negra, Povos e Comunidades Tradicionais do CONSEA
Coordenador da Mesa: Nuno Coelho (Coordenador Nacional dos APNs)
15:30 Debate
15:45 Mesa: Beber da fonte das Africanidades
Profª Darci da Penha Pereira (APNs/RJ)
Ir. Clenilda (GRENI)
Coordenador(a): (a confirmar)
16:30 Debate
 17:00 Mesa de Encerramento

 Realização: Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs) e Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos Apoio: OAB/PA – UFPA

domingo, 16 de março de 2014

Estivemos em todas as cinco caminhadas.

Neste domingo, 16 de março, aconteceu a V Caminhada Fé e Resistência e combate ao racismo por Intolerância Religiosa, em memória de Mãe Doca e em celebração ao 18 de março. A caminhada é promovida pelo INTECAB-PA com apoio das comunidades dos Povos Tradicionais de Terreiros da zona metropolitana de Belém.
Para nós, do Mansu Nangetu, é muito importante fazer parte dessas construções políticas de cidadania para povos de terreiros.









sábado, 8 de março de 2014

Pelo direito à memória de Mãe Doca, pelo direito às tradições negras.

Etetuba - arte e resistência cultural: Pelo direito à memória de Mãe Doca, pelo direito à...: Um memorial para Mãe Doca, um memorial para todos nós. Em 2003 e 2004 a Câmara de Vereadores do Município de Belém e a Assembléia Legis...



Pelo direito à memória de Mãe Doca, pelo direito à existências das tradições negras.

Um memorial para Mãe Doca, um memorial para todos nós.


Em 2003 e 2004 a Câmara de Vereadores do Município de Belém e a Assembléia Legislativa do Estado do Pará reconheceram a luta de Nochê Navakoly (Rosa Viveiros, ou Mãe Doca) como um importante foco de resistência para a manutenção das tradições de terreiros afro-amazônicos, e é em nome da luta de Mãe Doca que o dia 18 de março foi dedicado aos umbandistas e aos afro-religiosos através da Lei Municipal nº 8272, de 14 de outubro de 2003 (autoria do vereador Ildo Terra/PT) e da Lei Estadual nº 6.639, de 14 de abril de 2004 (autoria da deputada Araceli Lemos/ PSoL), e em 2009 a ALEPA ampliou a homenagem através do Decreto Legislativo nº 05/2009 (proposição da Deputada Bernadete Tem Caten/ PT) que instituiu na Assembleia Legislativa do Estado do Pará a Comenda "Mãe Doca" de mérito afro-religioso.

Mas ao mesmo tempo em que Município e Estado reconhecem a importância da luta dos povos tradicionais de terreiros de matriz aricana, e até nos instituem duas leis, o racismo institucional faz com que os gestores nada façam para promover o 18 de março e a memória das lutas contra o racismo, esse mesmo racismo que ataca o sagrado das tradições africanas presentes na diáspora amazônica.
Mas já que o poder público não faz, na manhã do dia 6 de março de 2014 nós instalamos um memorial para Mãe Doca na esquina da Av. Duque de Caxias com a Tv. Humaitá, um memorial que resgatou a história de seu terreiro e a sua presença naquela territorialidade dos bairros do Marco e Pedreira. Uma  base de mármore com uma placa de vidro com fotografias e textos explicando à população a importância de Mãe Doca, e através dela  a importância de toda a luta das mulheres negras amazônidas por uma vida digna com direitos de cidadão.

Menos de 10 horas para a memória de Mãe Doca.

O memorial para uma mulher negra, a história da sacerdotisa das tradições negras amazônidas que enfrentou o racismo e a polícia paraense, não durou nem 10 horas, e antes de anoitecer a placa estava em pedacinhos na encruzilhada mais próxima do lugar onde por aproximadamente 80 anos se manteve o terreiros de nagô Cacheu de Nochê Navakoly.
O monumento foi quebrado durante a forte chuva que caiu na tarde desse mesmo dia da inauguração. Uma das especulações foi de que o vento haveria quebrado o vidro, mas colocamos essa hipótese em dúvida por um detalhe, a base de mármore foi arrancada!

Uma chuva que não destelhou casas naquela área, nem tampouco derrubou as árvores do canteiro teria força suficiente para virar uma base de mármore fixada com cimento? Se apenas o vidro tivesse sido quebrado seria possível acreditar na hipótese de foi causado pelas intempéries de Tempo, mas como vento não vira pedra.... A hipótese que acreditamos é que foi ação humana motivada por racismo religioso.

domingo, 2 de março de 2014

Afoxé Ita lemi Sinavuru, o bloco afro do Pará, abriu o Carnaval de Belém.



A Aldeia Cabana de Cultura popular David Miguel foi o palco do desfile do Afoxé Ita Lemi Sinavuru - o bloco afro do Pará - e Banda Axé Dudu. Este ano de 2014 aconteceram desencontros entre a direção do Afoxé e a organização do desfile, de responsabilidade da FUMBEL, mas depois de acertos e conversas, e de todas as pendengas sanadas, o povo tradicional de terreiros de matriz africana de Belém saiu às ruas para abrilhantar ainda mais o carnaval da capital paraense e estufar o peito para cantar com orgulho e apresentar as tradições africanas na diáspora paraense com o enredo "ODOIA, A MÃE QUE ABRAÇA E PROTEGE SEUS FILHOS, FERTILIZANDO OS CAMINHOS DA IGUALDADE.” 
Ita Lemi Sinavuru e Banda Axé Dudu comandaram o cortejo afro-amazônico.
Babá Edson Catendê aproveitou o desfile no palco do samba paraense e no ritmo do afoxé fez um discurso de combate ao racismo e à intolerância religiosa, ressaltando a importância dos espaços de visibilidade das culturas negras na Amazônia.
Como todos os anos, o Mansu Nangetu se fez presente no cortejo afro-amazônico, e desde agora conclama as comunidades de terreiros para se fazer presente e ocupar a Aldeia Cabana em 2015.